
quarta-feira, outubro 31, 2007
AH, SÃO VERDES!

terça-feira, outubro 30, 2007
GABO-LHE A PACIÊNCIA
 Acabei de ouvir há pouco a transmissão do debate na Comissão da AR com o Procurador-Geral da República. Como já se adivinhava, não havia mais nada a esclarecer que não tivesse sido já esclarecido. Mas foi bom que Pinto Monteiro lá tivesse ido reafirmar tudo o que antes já dissera. Os senhores deputados escusavam de ter ouvido o PGR dizer-lhes onde podem adquirir aparelhos para realização de escutas ilegais (ali ao Martim Moniz), que nunca ninguém viu operações policiais para recolha desses materiais, que os aparelhos podem ser comprados via internet, e mais um ror de coisas conhecidas. Que "a hierarquia funciona muito mal", que esse mau funcionamento começa logo na base e que não existe poder de coordenação por falta de instrumentos legais, também não era propriamente uma novidade. Os senhores deputados estão fartos de saber disto, mas ainda assim insistem neste tipo de audições a bem do espectáculo parlamentar. Nuno Melo chegou atrasado a uma reunião que ele próprio tomou a iniciativa de convocar e só isso já diz muita coisa. Mas a indigência política e intelectual de alguns é de tal ordem que em vez de fazerem perguntas claras e directas a quem lá está para responder, se põem a dissertar sobre aquilo que demonstram desconhecer, mais com vontade de se fazerem ouvir do que de obterem respostas. Infelizmente, a parcimónia de que que falava o deputado António Filipe na convocação de depoentes como o PGR - fiquei sem perceber que parcimónia era essa, pois o PCP foi um dos que contribuiu para a unanimidade - não é seguida por ele nem pelos colegas de comissão nas intervenções que fazem nem no modo como as questões são colocadas. Dir-se-ia que o objectivo é mesmo o de colocar muitas perguntas, mesmo disparatadas, atirar observações sem nexo para o ar, em suma, fazerem-se ouvir lá em casa em profundíssimas dissertações. O Dr. Negrão quer tudo escrito num manual. Presumo que depois os polícias irão consultando o manual para saber o que podem ou não podem escutar. Aliás, diga-se em abono da verdade que a intervenção da senhora deputada do Bloco de Esquerda resume tudo. E é esta mulher deputada! Tudo espremido, Pinto Monteiro poderia ter respondido às questões que lhe colocaram em não mais de 30 minutos. Os senhores deputados fizeram o favor de esticar as suas intervenções e ele perdeu a tarde. Confesso que ao ouvir o deputado António Filipe, enquanto o António Preto se recostava na cadeira, lembrei-me daquele tempo em que discutíamos na faculdade o futuro da avaliação contínua e outras coisas do género. No plenário ainda vão disfarçando as insuficiências. Em comissão isso não é possível. Ao fim de mais de duas décadas não evoluíram nada. Está tudo na mesma. Basta assistir a uma coisa destas uma vez para se perceber o país que temos. É uma tristeza.
Acabei de ouvir há pouco a transmissão do debate na Comissão da AR com o Procurador-Geral da República. Como já se adivinhava, não havia mais nada a esclarecer que não tivesse sido já esclarecido. Mas foi bom que Pinto Monteiro lá tivesse ido reafirmar tudo o que antes já dissera. Os senhores deputados escusavam de ter ouvido o PGR dizer-lhes onde podem adquirir aparelhos para realização de escutas ilegais (ali ao Martim Moniz), que nunca ninguém viu operações policiais para recolha desses materiais, que os aparelhos podem ser comprados via internet, e mais um ror de coisas conhecidas. Que "a hierarquia funciona muito mal", que esse mau funcionamento começa logo na base e que não existe poder de coordenação por falta de instrumentos legais, também não era propriamente uma novidade. Os senhores deputados estão fartos de saber disto, mas ainda assim insistem neste tipo de audições a bem do espectáculo parlamentar. Nuno Melo chegou atrasado a uma reunião que ele próprio tomou a iniciativa de convocar e só isso já diz muita coisa. Mas a indigência política e intelectual de alguns é de tal ordem que em vez de fazerem perguntas claras e directas a quem lá está para responder, se põem a dissertar sobre aquilo que demonstram desconhecer, mais com vontade de se fazerem ouvir do que de obterem respostas. Infelizmente, a parcimónia de que que falava o deputado António Filipe na convocação de depoentes como o PGR - fiquei sem perceber que parcimónia era essa, pois o PCP foi um dos que contribuiu para a unanimidade - não é seguida por ele nem pelos colegas de comissão nas intervenções que fazem nem no modo como as questões são colocadas. Dir-se-ia que o objectivo é mesmo o de colocar muitas perguntas, mesmo disparatadas, atirar observações sem nexo para o ar, em suma, fazerem-se ouvir lá em casa em profundíssimas dissertações. O Dr. Negrão quer tudo escrito num manual. Presumo que depois os polícias irão consultando o manual para saber o que podem ou não podem escutar. Aliás, diga-se em abono da verdade que a intervenção da senhora deputada do Bloco de Esquerda resume tudo. E é esta mulher deputada! Tudo espremido, Pinto Monteiro poderia ter respondido às questões que lhe colocaram em não mais de 30 minutos. Os senhores deputados fizeram o favor de esticar as suas intervenções e ele perdeu a tarde. Confesso que ao ouvir o deputado António Filipe, enquanto o António Preto se recostava na cadeira, lembrei-me daquele tempo em que discutíamos na faculdade o futuro da avaliação contínua e outras coisas do género. No plenário ainda vão disfarçando as insuficiências. Em comissão isso não é possível. Ao fim de mais de duas décadas não evoluíram nada. Está tudo na mesma. Basta assistir a uma coisa destas uma vez para se perceber o país que temos. É uma tristeza. SÃO FONTE DE VIDA...
 ... espelho da sua condição e motivo de satisfação para quem as exibe e para quem tem a sorte de lhes apreciar a beleza. Hoje é o Dia Internacional de Prevenção do Cancro da Mama e é lançada a campanha "Os homens também choram". O cancro da mama já é a principal causa de morte das mulheres entre os 35 e os 59 anos, vitimando em média quatro portuguesas por dia. A nós, homens, mais do que chorar compete-nos colaborar com elas na luta contra este flagelo e ajudá-las naquilo que mais importa: a defesa da sua dignidade de mulheres, de mães e de companheiras. E que ninguém esmoreça. Se há combates que vale a pena travar, este é seguramente um dos mais importantes. Fica aqui a lembrança.
 ... espelho da sua condição e motivo de satisfação para quem as exibe e para quem tem a sorte de lhes apreciar a beleza. Hoje é o Dia Internacional de Prevenção do Cancro da Mama e é lançada a campanha "Os homens também choram". O cancro da mama já é a principal causa de morte das mulheres entre os 35 e os 59 anos, vitimando em média quatro portuguesas por dia. A nós, homens, mais do que chorar compete-nos colaborar com elas na luta contra este flagelo e ajudá-las naquilo que mais importa: a defesa da sua dignidade de mulheres, de mães e de companheiras. E que ninguém esmoreça. Se há combates que vale a pena travar, este é seguramente um dos mais importantes. Fica aqui a lembrança.sexta-feira, outubro 26, 2007
E O RABINHO?
"(...) Paulo Nunes de Almeida discursou recentemente no 9.º Fórum da Indústria têxtil e criticou o facto do governo pretender um salário mínimo de 500 euros em 2011. E disse ainda isto:
«(...) as reivindicações não se ficaram por aqui. Além de preconizar a redução do número de feriados, e como forma de contrabalançar a subida do salário mínimo, a ATP reclamou a isenção dos descontos para a Segurança Social das horas suplementares, a limitação dos montantes globais das indemnizações por despedimento, bem como a alteração do pagamento do total do rendimento anual dos trabalhadores de 14 para 12 meses, ou seja, o fim dos subsídios de Natal e de férias."
Só me apetece perguntar-lhe se não quer também o rabinho lavado com água de rosas.
NOVOS E PREOCUPANTES SINAIS
 As declarações proferidas por Correia de Campos esta manhã em Viana do Castelo, atribuindo à imprensa, em bloco, as culpas pela cada vez maior rejeição e incompreensão das suas políticas, roçam o inacreditável. O ministro da Saúde, tal como Mário Lino já anteriormente também fizera a propósito da OTA, começa a ter alguma dificuldade em fazer passar a sua mensagem. Este facto, associado a uma pose altiva e sobranceira, que nalguns casos assume laivos de autoritarismo - veja-se o dedo espetado, a vozearia, o desprezo por quem o interroga..., além de irritante, coloca em causa a própria capacidade do Governo de escorar as suas políticas na compreensão e aceitação da mensagem pelos seus destinatários. Correia de Campos parece ignorar aquilo que o seu colega Alberto Costa há muito aprendeu com Niklas Luhmann e que se traduz na chamada legitimação pelo procedimento. Bem sei que querer fazer participar os doentes, os reformados, os trabalhadores e os professores em políticas que lhes afectam a carteira e o bem-estar é uma utopia. Mas talvez não fosse mau que o ministro da Justiça emprestasse alguns dos escritos que possui do sociológo alemão para que Correia de Campos recordasse alguns dos seus ensinamentos. Em especial neste momento e no mesmo dia em que foram conhecidos os resultados da última sondagem da Universidade Católica/Antena 1, que atribui ao PS uns miseráveis 41% das intenções de voto, enquanto o PSD ascende ao 35%. É um resultado mau para o PS, diria mesmo muito mau, para quem tem visto José Sócrates exultante com os êxitos económicos do seu Governo e com os sucessos, até agora, da presidência europeia. Aquilo que sobra a Teixeira dos Santos em humildade, paciência e capacidade de comunicação, falta em Correia de Campos e em Mário Lino em doses idênticas. Seria bom que o primeiro-ministro no intervalo dos almoços e dos jantares europeus começasse a olhar para dentro. Amanhã, poderia mesmo aproveitar o fórum das Novas Fronteiras, onde irão estar António Vitorino e Mariano Gago, para começar a enviar alguns recados. A soma dos sinais começa a ser preocupante para quem até agora se tem limitado a ver apregoar os sucessos. Convirá, pois, não esquecer que há riscos desnecessários e erros que se pagam caro. Em politica, normalmente, estes últimos são irreversíveis. Marques Mendes que o diga.
 As declarações proferidas por Correia de Campos esta manhã em Viana do Castelo, atribuindo à imprensa, em bloco, as culpas pela cada vez maior rejeição e incompreensão das suas políticas, roçam o inacreditável. O ministro da Saúde, tal como Mário Lino já anteriormente também fizera a propósito da OTA, começa a ter alguma dificuldade em fazer passar a sua mensagem. Este facto, associado a uma pose altiva e sobranceira, que nalguns casos assume laivos de autoritarismo - veja-se o dedo espetado, a vozearia, o desprezo por quem o interroga..., além de irritante, coloca em causa a própria capacidade do Governo de escorar as suas políticas na compreensão e aceitação da mensagem pelos seus destinatários. Correia de Campos parece ignorar aquilo que o seu colega Alberto Costa há muito aprendeu com Niklas Luhmann e que se traduz na chamada legitimação pelo procedimento. Bem sei que querer fazer participar os doentes, os reformados, os trabalhadores e os professores em políticas que lhes afectam a carteira e o bem-estar é uma utopia. Mas talvez não fosse mau que o ministro da Justiça emprestasse alguns dos escritos que possui do sociológo alemão para que Correia de Campos recordasse alguns dos seus ensinamentos. Em especial neste momento e no mesmo dia em que foram conhecidos os resultados da última sondagem da Universidade Católica/Antena 1, que atribui ao PS uns miseráveis 41% das intenções de voto, enquanto o PSD ascende ao 35%. É um resultado mau para o PS, diria mesmo muito mau, para quem tem visto José Sócrates exultante com os êxitos económicos do seu Governo e com os sucessos, até agora, da presidência europeia. Aquilo que sobra a Teixeira dos Santos em humildade, paciência e capacidade de comunicação, falta em Correia de Campos e em Mário Lino em doses idênticas. Seria bom que o primeiro-ministro no intervalo dos almoços e dos jantares europeus começasse a olhar para dentro. Amanhã, poderia mesmo aproveitar o fórum das Novas Fronteiras, onde irão estar António Vitorino e Mariano Gago, para começar a enviar alguns recados. A soma dos sinais começa a ser preocupante para quem até agora se tem limitado a ver apregoar os sucessos. Convirá, pois, não esquecer que há riscos desnecessários e erros que se pagam caro. Em politica, normalmente, estes últimos são irreversíveis. Marques Mendes que o diga. 
P.S. Depois de ler o artigo de hoje de Luís Campos e Cunha no Público acho que foi uma benção a sua saída do Governo. O país só ficou a ganhar com a troca por Teixeira dos Santos. 
EL MUNDO AL REVÉS

quinta-feira, outubro 25, 2007
UMA PROPOSTA DECENTE

terça-feira, outubro 23, 2007
COM AMIGOS DESTES...

segunda-feira, outubro 22, 2007
TRIGO LIMPO: O QUE ELES NÃO GOSTARAM DE LER
"Tenho profundas dúvidas sobre essa proibição [lei que proíbe a publicação de escutas telefónicas]. É a dúvida entre aquilo que se pode chamar a defesa do interesse público e a defesa do cidadão. Pedi pareceres - e, portanto, ainda não tenho uma opinião formada."
"O MP é uma estrutura hierarquizada - é assim que está na lei. Mas não é assim na prática: o MP é um poder feudal neste momento. Há o conde, o visconde, a marquesa e o duque!"
"A corrupção maior é a corrupção de Estados. E em Portugal não temos as verbas fantásticas do petróleo ou aquelas que vão para África, por exemplo. É claro que há tráfico de influências, há a corrupção do 'cafezinho' e o 'tome lá uns euros para fazer andar', num país com a burocracia que nós temos".
"(...) as condições de desemprego e de segregação cada vez são maiores. Nesses bairros fazem-se combates de pitbull, a Polícia já só lá entra muito protegida e há também um sentimento geral de impunidade - ou seja, começa a haver uma lei de gangue. E temos de ter em atenção outros fenómenos, que também não vêm nas estatísticas. Por exemplo, em 2006 a violência doméstica aumentou 30%. Foi o número mais falado, mas é um falso problema. há um aumento porque as mulheres agora queixam-se e antes não (além de que agora já há violência sobre os maridos, que é silenciosa, porque eles se envergonham). Mas sabe o que me preocupa verdadeiramente como PGR? É a violência sobre os idosos, porque esses não se queixam, e se o filho, o genro ou a nora lhes baterem, eles andam calados, pois não têm para onde ir".
"O problema é que, até aqui, já havia prazos, mas ninguém os cumpria. Agora o legislador colocou sanções: ou o magistrado do MP cumpre ou, se não cumprir, o processo torna-se público e tem de se comunicar ao superior hierárquico. É preciso ter em conta dois interesses e, em primeiro lugar, devemos ir pelos cidadãos. Se me perguntar qual é o meu objectivo, eu digo: ajudar para que haja uma Justiça ao serviço do cidadão e em que o cidadão acredite. Tem que haver uma crença na Justiça. Se a Justiça não for suficientemente eficaz para actuar num momento célere, então não há Justiça".
"(...) o que defendo pode não agradar ao sindicato dos magistrados, mas acho que o MP tem de ter prazos e o prazo não pode ser toda a vida! Dizem que que não há meios suficientes, mas essa história é antiga e o cidadão não tem culpa".
"(...) 'Meus senhores, têm de ir apurando as responsabilidades, tão rápido quanto possível. Nos caso em que já apuraram, se for só ilícito fiscal, ponham-nos a pagar'. É que custa muito mais a uma empresa pagar; do que daqui a uns anos ser julgada e condenada a uma multa ou outra pena. E acrescentei: 'Mas, se estiver em causa um ilícito criminal, não há perdão. Precisamos de fazer a distinção: o que é o fiscal e o que é o crime. E despachem-se, por favor, porque não pode ser eterno'".
"(...) Eu sou é céptico quanto à facilidade com que em Portugal se fazem leis. Vem um ministro e acha que tem de deixar o nome em não sei quantas leis. Depois as leis não se consolidam e os tribunais é que têm de interpretar e fixar jurisprudência. É complicado. Em comparação, o Código Civil de 1867 durou 100 anos! Se nós fizermos uma lei e daqui a três dias outra leizinha, nunca se chega a aplicar a primeira. A facilidade com que se fazem leis em Portugal é aterradora".
"Há pouco perguntaram-me o que dá mais trabalho neste lugar. Eu respondo: é evitar a funcionalização do MP. Se não quer ser funcionalizado, o MP não pode proceder como os funcionários. Há magistrados que trabalham muito acima do que devem e há outros que têm uma vida santa, são uma espécie de funcionários públicos com meia reforma. É preciso pô-los a trabalhar e premiar os que trabalham".
QUERER TOMAR A NUVEM POR JUNO
 De acordo com os relatos que por aí tenho ouvido, a entrevista do PGR Pinto Monteiro ao semanário Sol está a provocar as habituais ondas de choque. Para quem se habituou a ver na Procuradoria um certo tipo de cinzentismo e uma inércia disfarçada, tal não é de admirar. Do CDS/PP, que quer à viva força manter o clima de chicana no Parlamento, quanto mais não seja para os seus moços poderem ter algum tempo de antena na comissão, contando para isso com a presença do PGR, do ministro da Justiça e de quem mais entretanto se lembrarem, aos corpos e associações sindicais das magistraturas, consta que andam todos num alvoroço. No essencial, a entrevista de Pinto Monteiro é um testemunho honesto e real, que espelha bem o estado a que o país e a sua própria corporação chegaram. Há um ano atrás, neste mesmo blogue, cheguei a referir que em meu entender o MP andava em autogestão. As declarações de Pinto Monteiro só o vêm confirmar. E numa corporação como a dele não é fácil colocar de novo o comboio nos carris. Aquilo que se está agora a tentar fazer, em especial no que às suas declarações sobre as escutas diz respeito, não passa de uma tentativa ignóbil de fazer uma tempestade num copo de água, retirando as afirmações prestadas do respectivo contexto e dando-lhes uma roupagem diferente daquela que o seu autor teve em vista. Obviamente que quando o PGR afirma ter dúvidas sobre o seu próprio telefone ele não está a colocar em causa escutas realizadas respeitando os procedimentos da lei. Qualquer pessoa sabe que não é preciso um despacho judicial para um telefone estar sob escuta e que, infelizmente, há demasiada gente miserável e sem escrúpulos que está disposta a fazer esse serviço a mando de terceiros e pelas razões mais fúteis. Sobre o essencial da entrevista, sobre aquilo que nos deveria fazer pensar e sobre o que conviria que fosse objecto de debate político e jurídico não ouvi nem uma palavra. Mas isso é normal por parte de quem permitiu que o lodaçal em que medrou a nossa classe política nas últimas décadas chegasse aos tribunais e conspurcasse as magistraturas. A começar pelos casos da bola. Não há que temer a extinção de poderes e de privilégios que têm andado ao serviço de todos menos dos cidadãos e do Estado de direito. Enquanto este procurador lá estiver de uma coisa eu tenho a certeza: poderei dormir um pouco mais descansado por saber que há quem se preocupe com os cidadãos deste país, com a sua liberdade, e que pugnará pelo respeito da lei e pela defesa da democracia. Sem medo e sem foguetes.
 De acordo com os relatos que por aí tenho ouvido, a entrevista do PGR Pinto Monteiro ao semanário Sol está a provocar as habituais ondas de choque. Para quem se habituou a ver na Procuradoria um certo tipo de cinzentismo e uma inércia disfarçada, tal não é de admirar. Do CDS/PP, que quer à viva força manter o clima de chicana no Parlamento, quanto mais não seja para os seus moços poderem ter algum tempo de antena na comissão, contando para isso com a presença do PGR, do ministro da Justiça e de quem mais entretanto se lembrarem, aos corpos e associações sindicais das magistraturas, consta que andam todos num alvoroço. No essencial, a entrevista de Pinto Monteiro é um testemunho honesto e real, que espelha bem o estado a que o país e a sua própria corporação chegaram. Há um ano atrás, neste mesmo blogue, cheguei a referir que em meu entender o MP andava em autogestão. As declarações de Pinto Monteiro só o vêm confirmar. E numa corporação como a dele não é fácil colocar de novo o comboio nos carris. Aquilo que se está agora a tentar fazer, em especial no que às suas declarações sobre as escutas diz respeito, não passa de uma tentativa ignóbil de fazer uma tempestade num copo de água, retirando as afirmações prestadas do respectivo contexto e dando-lhes uma roupagem diferente daquela que o seu autor teve em vista. Obviamente que quando o PGR afirma ter dúvidas sobre o seu próprio telefone ele não está a colocar em causa escutas realizadas respeitando os procedimentos da lei. Qualquer pessoa sabe que não é preciso um despacho judicial para um telefone estar sob escuta e que, infelizmente, há demasiada gente miserável e sem escrúpulos que está disposta a fazer esse serviço a mando de terceiros e pelas razões mais fúteis. Sobre o essencial da entrevista, sobre aquilo que nos deveria fazer pensar e sobre o que conviria que fosse objecto de debate político e jurídico não ouvi nem uma palavra. Mas isso é normal por parte de quem permitiu que o lodaçal em que medrou a nossa classe política nas últimas décadas chegasse aos tribunais e conspurcasse as magistraturas. A começar pelos casos da bola. Não há que temer a extinção de poderes e de privilégios que têm andado ao serviço de todos menos dos cidadãos e do Estado de direito. Enquanto este procurador lá estiver de uma coisa eu tenho a certeza: poderei dormir um pouco mais descansado por saber que há quem se preocupe com os cidadãos deste país, com a sua liberdade, e que pugnará pelo respeito da lei e pela defesa da democracia. Sem medo e sem foguetes.sexta-feira, outubro 19, 2007
O OTELO NÃO DIRIA MELHOR!
quinta-feira, outubro 18, 2007
RENOVAÇÃO EM MARCHA
 Sem grandes comentários, por desnecessários, transcreve-se uma notícia do Público, acessível online, que dá conta da forma como Luís Filipe Menezes vai renovando o PSD. Desta vez foi na bancada parlamentar.
 Sem grandes comentários, por desnecessários, transcreve-se uma notícia do Público, acessível online, que dá conta da forma como Luís Filipe Menezes vai renovando o PSD. Desta vez foi na bancada parlamentar.18.10.2007, Leonete Botelho
Descontentamento entre deputados com a lista de Santana Lopes pode tornar-se notório nas eleições de hoje para a direcção da bancada
Virgílio Almeida Costa, um dos oito candidatos a vice-presidentes da lista de Pedro Santana Lopes que hoje deverá ser eleita para a direcção do grupo parlamentar do PSD, tem os seus vencimentos de deputado parcialmente penhorados por dívidas fiscais. Parcialmente, porque a lei não permite a penhora total dos vencimentos, mas apenas até ao limite de um terço. Ainda recentemente deu entrada na Assembleia da República um novo pedido para cativar rendimentos do deputado, mas não pôde ser aceite por já ter sido atingido o limite legal.Contactado pelo PÚBLICO, Virgílio Costa não negou estar nesta situação. "Antes de vir para a Assembleia da República tive uma ligação empresarial e nessa condição prestei aval e fui solicitado para compromissos que estou a resolver", afirmou, depois de alguma insistência. Mas o PÚBLICO sabe que a origem da penhora dos vencimentos do deputado têm origem em processos judiciais por questões fiscais.Virgílio Costa não tem, desde o início desta legislatura em 2005, qualquer anotação no seu registo de interesses para além da sua profissão principal de empresário. Nenhuma empresa, nenhuma participação social ou quota de sociedades, nenhum familiar (cônjuge ou filhos) com empresas declaradas. Presidente da distrital de Braga do PSD e apoiante de Luís Filipe Menezes desde a primeira vez que este se candidatou à liderança do partido, em 2005, Virgílio Costa é também conhecido por ser um dos deputados mais faltosos da bancada parlamentar. Em 2005 foi mesmo o mais faltoso do Parlamento, com 24 faltas justificadas. Este ano conta já com 17 faltas, também todas justificadas ora com trabalho político, ora com doença.A sua actividade parlamentar é igualmente escassa. A última intervenção que fez foi há três anos, em resposta a um deputado do PS sobre o sector têxtil no distrito de Braga, precisamente a área da sua actividade empresarial. Na anterior sessão legislativa subscreveu, juntamente com outros deputados da bancada, um projecto de lei e três projectos de resolução e fez uma declaração de voto. Esta falta de actividade política enquanto deputado tem sido, aliás, alvo de críticas entre companheiros de grupo parlamentar, que estranharam ver agora o seu nome na lista para a direcção. Assim como estranharam ver Pedro Pinto como "número dois" da bancada, pelo mesmo motivo: é subscritor exactamente dos mesmos projectos que Virgílio Costa e tem, sozinho, apenas uma declaração de voto. "
P.S. (em 19/10/07): Já depois de ter publicado esta postagem ouvi o dito deputado justificar, perante os microfones de um dos canais de televisão, os factos visados nesta notícia. Quanto à dívida, não me parece que haja nada de anormal. Há sempre quem faça de lorpa e acabe pendurado com sócios menos sérios e com amigos de Peniche. Isso não constitui "crime" impeditivo do exercício das funções, mas pode ser sinal de alguma dependência perturbadora do livre exercício da função. Por isso mesmo, retive, no entanto, o sacrifício com que em virtude das dificuldades, o dito deputado exerce o mandato. Mas que diabo, com tanto sacrifício, sem intervenções e com tantas faltas, o melhor mesmo era dar o lugar a outro. 
quarta-feira, outubro 17, 2007
PARABÉNS AO NUNO JÚDICE...
Elegia
"Nem os
DISTÂNCIA E EQUILÍBRIO
 Há anos que Francisco Sarsfield Cabral nos habituou a ler as suas crónicas e a ouvi-lo aos microfones da Rádio Renascença, onde vai pontuando as suas análise políticas e económicas com brilho e a indispensável distância e equilíbrio. O artigo que escreveu no passado dia 15 de Ouubro, no Público, não foge à regra. Aí se vê como sem grandes floreados, de uma forma directa e incisiva, é possível analisar o desempenho de José Sócrates e do seu governo. Da confusão na Covilhão ao desemprego, passando pela constatação do êxito que constitui a política de Teixera dos Santos e da sua equipa, está lá quase tudo o que hoje importa. Infelizmente, não é possível colocar em linha o seu artigo para que todos possam ter acesso directo ao seu conteúdo, mas já houve quem, com paciência e oportunidade, tivesse o trabalho de copiá-lo e colocá-lo na blogosfera. O Macroscópio fê-lo logo no dia 15, pelo que é ir até aqui e procurar. Isto também é serviço público.
Há anos que Francisco Sarsfield Cabral nos habituou a ler as suas crónicas e a ouvi-lo aos microfones da Rádio Renascença, onde vai pontuando as suas análise políticas e económicas com brilho e a indispensável distância e equilíbrio. O artigo que escreveu no passado dia 15 de Ouubro, no Público, não foge à regra. Aí se vê como sem grandes floreados, de uma forma directa e incisiva, é possível analisar o desempenho de José Sócrates e do seu governo. Da confusão na Covilhão ao desemprego, passando pela constatação do êxito que constitui a política de Teixera dos Santos e da sua equipa, está lá quase tudo o que hoje importa. Infelizmente, não é possível colocar em linha o seu artigo para que todos possam ter acesso directo ao seu conteúdo, mas já houve quem, com paciência e oportunidade, tivesse o trabalho de copiá-lo e colocá-lo na blogosfera. O Macroscópio fê-lo logo no dia 15, pelo que é ir até aqui e procurar. Isto também é serviço público."UM TIPO MAU COM 'M' GRANDE"
AINDA NÃO COMEÇOU E JÁ ESTÁ A LEVAR

"(...)Em causa está o discurso do novo líder do PSD no encerramento do congresso do partido. Menezes defendeu a extinção do TC e explicou porquê: "Um Tribunal Constitucional que é conhecido por resultados 7/6 ou 6/7 quando uma dada maioria parlamentar está em funções não prestigia aquilo que é a sua arquitectura".
Ontem, em declarações ao DN, o juiz Rui Moura Ramos, eleito em Abril passado presidente do TC, disse que o argumentário de Menezes para sustentar a tese da extinção do tribunal "está completamente errado". Segundo acrescentou, o novo líder social-democrata demonstrou uma "grande falta de rigor no argumento segundo o qual o tribunal funciona como correia de transmissão das maiorias parlamentares".
Para o comprovar, Moura Ramos mandou os seus serviços fazerem um levantamento sobre as maiorias de decisão do tribunal desde para ali entrou, em Abril de 2003.
Fechando o ângulo desta contabilidade nas decisões a que implicitamente se referia Menezes - as fiscalizações abstractas de constitucionalidade, ou seja, aquelas que são suscitadas por órgãos políticos como, por exemplo, o Presidente da República - chegou-se à conclusão que o TC aprovou 87 acórdãos. Destes somente três - isto, apenas 3,4 por cento - foram aprovados pela margem mínima de um voto, como o líder do PSD referiu. Dois desses acórdãos foram sobre o referendo ao aborto e um sobre o imposto sobre o imposto petrolífero. Todos os outros foram aprovados por uma maioria superior a um voto, sendo que 45 por cento foram por unanimidade.
Moura Ramos escusa-se, por ora, a comentar publicamente a "questão de fundo" (a extinção ou não do TC). Mas já se disponibiliza para negar o argumentário onde Menezes se baseou, dizendo mesmo que ele "envenena" toda a discussão sobre a tal "questão de fundo". As relações do PSD com o TC andam tensas desde que uma entidade associada ao tribunal, a Entidade das Contas, descobriu que em 2001 (liderança de Durão) o partido foi ilegalmente financiado em 230 mil euros pela Somague."
Só não percebo o que o caso Somague tem a ver com esta questão, nem por que raio veio aqui parar. A não ser que a posição de Menezes seja uma consequência desse caso. Espero que o jornalista que assinou a peça, João Pedro Henriques, o possa esclarecer brevemente. A mim não me parece que relações institucionais entre um tribunal constitucional e o maior partido da oposição possam ser beliscadas por tão pouco. Vou aguardar os próximos desenvolvimentos.
terça-feira, outubro 16, 2007
MORRER SEM SENTIDO
 
 O JOKER

segunda-feira, outubro 15, 2007
ECOS DO CONGRESSO DO ORNITORRINCO
"A especial conjuntura em que se encontra o PSD mostra o preço altíssimo que se pode pagar quando se deixa levar a instituição-partido a degradar-se até ao limite. No PSD, o processo começou com Cavaco Silva, mas manteve-se ininterrupto desde então, com a honrosa excepção das tentativas Marcelo-Rio da "refiliação", aliás prontamente goradas. A tese que se tornou prevalecente, quase um truísmo, é a de que o partido não interessa para nada, as políticas fazem-se a partir de lideranças fortes ou a partir da distribuição de lugares com origem na governação e que o resto é quase uma perturbação que se pretende sempre bem longe, nos fundos da casa, na cave, de preferência. De vez em quando vinha lá do alto alguém pôr ordem, mas a cave era deixada em autogestão. O problema foi quando os andares superiores ficaram vazios e os habitantes da cave começaram a subir os andares todos e a torná-los desconfortáveis para os poucos que ainda os habitavam". (2006)
"Numa democracia, o curriculum político ideal deve compreender a experiência parlamentar e governativa, aliada à 'sabedoria' pratica da política que a acção partidária dá, quando esta não é uma mera carreira burocrática começando na asecensão da JSD para os gabinetes, dos gabinetes para a chefia dos gabientes, da chefia dos gabinetes para "ajudantes" de ministros, acabando-se em ministros propriamente ditos." (1998)
"Se tomássemos a sério o monumental exercício de massagem do ego dos delegados e da "camisola" que foi toda a intervenção de Menezes no congresso, o PSD deixaria de ser um partido democrático com mecanismos de representação para passar a funcionar em assembleia de democracia directa. Menezes prometeu a todos tal poder que, se aplicasse o que propôs, não ficaria com nenhum, não lideraria nada no dia seguinte. O partido viveria de sucessivas reuniões de presidentes de secções que decidiram tudo: deputados, delegados, presidentes das câmaras, vereadores, políticas. As suas propostas levariam a tornar a democracia represnetativa partidária numa democracia directa, o que significa que apenas os mais activos teriam voz, e não seria surpresa encontramos no fim o mesmo partido fechado sobre si mesmo que temos agora. Mesmo a sua proposta de directas precisa de condições prévias para não ser manipulada pelo aparelho partidário, a começar pela individualização da militância, acabando com os pagamentos colectivos de quotas e com centenas de falsos militantes inscritos para engordar artificialmente as secções e aumentar o número de delegados que depois são eleitos por meia dúzia de pessoas". (2005)
"Basta consultar as biografias de alguns dirigentes locais vindos da JSD ou do aparelho partidário, para ver como nos anos em que o PSD esteve no poder se acentuou a ligação entre os cargos partidários e os cargos de nomeação governamental, associados de um modo geral à ausênca ou ao abandono de qualquer actividade profissional própria, ou seja, à perda de independência económica em relação ao partido. Para essas novas clientelas, o partido tornou-se o emprego e a carreira política a forma de ascender profissional e socialmente. Por muito que encham a boca com uma espécie de clubismo social-democrata, o partido enquanto realidade política e cívica significa para eles muito pouco. A sua motivação é essencialmente interna - é do poder interno que precisam para manter os lugares. Actuam como um sindicato e estão dispostos a tudo para manter o emprego, mesmo que isso signifique matar socialmente o PSD. Por isso, o exercício do poder e a efectiva influência social não se traduziram numa renovação mas no agravamento das tendências oligárquicas dentro do partido. Aliás, processo semelhante se dá hoje no PS". (1998)
Excertos extraídos d' "O Paradoxo do Ornitorrinco - Textos sobre o PSD", de José Pacheco Pereira, Aletheia Editores, Outubro de 2007.
THIS IS ZIMBABWE
 Antecipando a cimeira Europa/África que culminará o exercício da presidência portuguesa da União Europeia. Aqui.
 Antecipando a cimeira Europa/África que culminará o exercício da presidência portuguesa da União Europeia. Aqui.PRONTO PARA GANHAR
 Como muitos milhares de curiosos, também eu esperava que Luís Filipe Menezes promovesse, sob o impulso das directas, uma verdadeira renovação do PSD. Fora isso que prometera e para um líder que começa nada melhor do que iniciar o mandato cumprindo as pequenas promessas eleitorais. Menezes disse que iria contar com todos os militantes, com os de ontem e com os de hoje, e eles, os que estiveram em peso no congresso, contavam com ele para renascerem das cinzas. Menezes não desiludiu. Por uma vez o PSD vai ter representados nos seus órgãos nacionais todas as sensibilidades. Dos putativos herdeiros de Francisco Sá Carneiro aos barrosistas, dos santanistas aos mendistas, dos cavaquistas aos menezistas, sem esquecer os autonomistas, os comunistas, digo, independentistas, os futebolistas, os portistas e os regionalistas. Um verdadeiro melting pot. Podemos começar por olhar para as vice-presidências para perceber quão longe foi a renovação. Duarte Lima, Luís Fontoura, Rui Gomes da Silva, Zita Seabra, Ribau Esteves e Mendes Bota são políticos de altíssimo calibre, cultos e de uma coerência exemplar, que iniciam agora uma carreira política. Gente que ninguém conhece e que nunca teve qualquer intervenção em nenhum dos antigos PSD. Nenhum deles ocupa ou ocupou cargos políticos de relevo. Jamais beneficiaram de qualquer integração nas listas, jamais tiveram intervenção nas secções do partido em que militam e nunca ninguém os viu ou ouviu. Em suma, são uns neófitos da coisa pública. Nenhum deles conheceu, mais, nunca nenhum deles ouviu falar em Cavaco Silva, Pedro Santana Lopes ou Marques Mendes, fez parte dos seus órgãos dirigentes, fez campanha ao lado deles ou exerceu cargos durante os seus mandatos, fosse dentro do partido, no parlamento nacional, no parlamento europeu ou no Estado. No seu vocabulário não existem palavras como corrupção, clientelismo, burocracia, tráfico de influências, compra de votos. Não sabem o que é um controleiro ou um delator. Nenhum deles obteve, alguma vez, ganhos de imagem ou teve uma presença regular nos media, jornais, rádios ou televisões, antes de ser chamado por Menezes a exercer funções no PSD. Confessemos que era difícil fazer melhor a este nível. Mas não foi só nas vice-presidências que o PSD se renovou. Outros nomes surgiram, gente que tem todo um caminho à sua frente para mostrar os seus enormes talentos e fantásticas competências. Gente como Feliciano Barreiras Duarte, Arlindo Carvalho, Couto dos Santos, Paulo Pereira Coelho, João Bosco Mota Amaral ou Ângelo Correia vão garantir a mais completa renovação do PSD desde os tempos de Cavaco Silva. É uma verdadeira revolução. Menezes é um líder a sério. E com ar sério, como o que exibe o seu amigo Nuno Delerue. Isso também é demonstrado pelas várias intervenções que fez no congresso: o convite a Ferreira Leite, uma conferência de imprensa memorável, a avisar que iria anunciar os nomes das suas listas em breve, um discurso de hora e meia e a sua total disponibilidade para responder às perguntas dos jornalistas. Só lamento que um jovem como Eurico de Melo não tenha também sido integrado nas listas de Menezes. Era o sangue novo que faltava, a cereja no topo do bolo. Pena é que haja sempre umas pessoas como Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira, Marcelo Rebelo de Sousa ou Miguel Veiga que não tenham espírito para participar nestes eventos que marcam um novo ciclo na vida do partido. Problema deles que não ficarão nas fotografias. Esta é a verdadeira refundação do PSD. Começa hoje a ser mais do que certo que Menezes vai ganhar todos os actos eleitorais em que participar e que em vez de um vão surgir dezenas de meninos-guerreiros prontos a abrirem o partido aos novos ventos que sopram de Gaia, de Ílhavo e de Loulé. A influência do novo PSD vai começar já a fazer-se sentir na comunicação social: disseram-me ontem que alguns clones de Luís Delgado vão ser produzidos em série e que até um jornal, chamado Avante, graças à influência da nova vice-presidente do partido, vai ter um dos tais clones do Luís Delgado como director. Vai ser um país todo pintado de laranja, sorridente, contente, pronto a enfrentar os combates que se avizinham. O ruído que perturbou os últimos anos da vida do partido e as directas vão desaparecer. De hoje em diante as quotas vão passar a ser sempre pagas individualmente. O caciquismo e as práticas clientelares são já parte da história do partido e os livros que amanhã se escreverem vão refazer esse passado. Tudo novo como na Moviflor. A minha única dúvida, aliás irrelevante, neste momento de exaltação que o PSD vive, e que não serei eu a estragar, é saber se os resultados eleitorais obtidos no Second Life, depois de definitivamente apurados, também são objecto de promulgação e de publicação, como acontece entre nós. No mundo real, digo eu. Mas como também não sei se no Second Life existe um Diário da República, pode ser que os publiquem n' A BOLA. Este jornal sei eu que existe. O Fernando Seara já mo garantiu. Ainda ontem, quando tomámos um café, ele confidenciou-me que só aceitaria um lugar nas listas de Menezes se também lhe dessem uma coluna no Second Life para poder escrever sobre futsal. Nem mais. O Menezes ao princípio ainda ficou sem saber se autorizaria. Depois, convencido pelo Hermínio Loureiro e pelo Pinto da Costa, lá concordou. Eu ainda fiquei admirado por ser futsal. Só que perante o meu espanto o Seara já não pôde esconder mais. Ele lá, no Second Life, já não tem tempo para o futebol de onze. Diz ele que são demasiadas solicitações para um homem só. Eu concordei. Que diabo, o futsal também se joga com uma bola. E daí não há-de vir mal ao mundo. Nem à renovação do PSD.
 Como muitos milhares de curiosos, também eu esperava que Luís Filipe Menezes promovesse, sob o impulso das directas, uma verdadeira renovação do PSD. Fora isso que prometera e para um líder que começa nada melhor do que iniciar o mandato cumprindo as pequenas promessas eleitorais. Menezes disse que iria contar com todos os militantes, com os de ontem e com os de hoje, e eles, os que estiveram em peso no congresso, contavam com ele para renascerem das cinzas. Menezes não desiludiu. Por uma vez o PSD vai ter representados nos seus órgãos nacionais todas as sensibilidades. Dos putativos herdeiros de Francisco Sá Carneiro aos barrosistas, dos santanistas aos mendistas, dos cavaquistas aos menezistas, sem esquecer os autonomistas, os comunistas, digo, independentistas, os futebolistas, os portistas e os regionalistas. Um verdadeiro melting pot. Podemos começar por olhar para as vice-presidências para perceber quão longe foi a renovação. Duarte Lima, Luís Fontoura, Rui Gomes da Silva, Zita Seabra, Ribau Esteves e Mendes Bota são políticos de altíssimo calibre, cultos e de uma coerência exemplar, que iniciam agora uma carreira política. Gente que ninguém conhece e que nunca teve qualquer intervenção em nenhum dos antigos PSD. Nenhum deles ocupa ou ocupou cargos políticos de relevo. Jamais beneficiaram de qualquer integração nas listas, jamais tiveram intervenção nas secções do partido em que militam e nunca ninguém os viu ou ouviu. Em suma, são uns neófitos da coisa pública. Nenhum deles conheceu, mais, nunca nenhum deles ouviu falar em Cavaco Silva, Pedro Santana Lopes ou Marques Mendes, fez parte dos seus órgãos dirigentes, fez campanha ao lado deles ou exerceu cargos durante os seus mandatos, fosse dentro do partido, no parlamento nacional, no parlamento europeu ou no Estado. No seu vocabulário não existem palavras como corrupção, clientelismo, burocracia, tráfico de influências, compra de votos. Não sabem o que é um controleiro ou um delator. Nenhum deles obteve, alguma vez, ganhos de imagem ou teve uma presença regular nos media, jornais, rádios ou televisões, antes de ser chamado por Menezes a exercer funções no PSD. Confessemos que era difícil fazer melhor a este nível. Mas não foi só nas vice-presidências que o PSD se renovou. Outros nomes surgiram, gente que tem todo um caminho à sua frente para mostrar os seus enormes talentos e fantásticas competências. Gente como Feliciano Barreiras Duarte, Arlindo Carvalho, Couto dos Santos, Paulo Pereira Coelho, João Bosco Mota Amaral ou Ângelo Correia vão garantir a mais completa renovação do PSD desde os tempos de Cavaco Silva. É uma verdadeira revolução. Menezes é um líder a sério. E com ar sério, como o que exibe o seu amigo Nuno Delerue. Isso também é demonstrado pelas várias intervenções que fez no congresso: o convite a Ferreira Leite, uma conferência de imprensa memorável, a avisar que iria anunciar os nomes das suas listas em breve, um discurso de hora e meia e a sua total disponibilidade para responder às perguntas dos jornalistas. Só lamento que um jovem como Eurico de Melo não tenha também sido integrado nas listas de Menezes. Era o sangue novo que faltava, a cereja no topo do bolo. Pena é que haja sempre umas pessoas como Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira, Marcelo Rebelo de Sousa ou Miguel Veiga que não tenham espírito para participar nestes eventos que marcam um novo ciclo na vida do partido. Problema deles que não ficarão nas fotografias. Esta é a verdadeira refundação do PSD. Começa hoje a ser mais do que certo que Menezes vai ganhar todos os actos eleitorais em que participar e que em vez de um vão surgir dezenas de meninos-guerreiros prontos a abrirem o partido aos novos ventos que sopram de Gaia, de Ílhavo e de Loulé. A influência do novo PSD vai começar já a fazer-se sentir na comunicação social: disseram-me ontem que alguns clones de Luís Delgado vão ser produzidos em série e que até um jornal, chamado Avante, graças à influência da nova vice-presidente do partido, vai ter um dos tais clones do Luís Delgado como director. Vai ser um país todo pintado de laranja, sorridente, contente, pronto a enfrentar os combates que se avizinham. O ruído que perturbou os últimos anos da vida do partido e as directas vão desaparecer. De hoje em diante as quotas vão passar a ser sempre pagas individualmente. O caciquismo e as práticas clientelares são já parte da história do partido e os livros que amanhã se escreverem vão refazer esse passado. Tudo novo como na Moviflor. A minha única dúvida, aliás irrelevante, neste momento de exaltação que o PSD vive, e que não serei eu a estragar, é saber se os resultados eleitorais obtidos no Second Life, depois de definitivamente apurados, também são objecto de promulgação e de publicação, como acontece entre nós. No mundo real, digo eu. Mas como também não sei se no Second Life existe um Diário da República, pode ser que os publiquem n' A BOLA. Este jornal sei eu que existe. O Fernando Seara já mo garantiu. Ainda ontem, quando tomámos um café, ele confidenciou-me que só aceitaria um lugar nas listas de Menezes se também lhe dessem uma coluna no Second Life para poder escrever sobre futsal. Nem mais. O Menezes ao princípio ainda ficou sem saber se autorizaria. Depois, convencido pelo Hermínio Loureiro e pelo Pinto da Costa, lá concordou. Eu ainda fiquei admirado por ser futsal. Só que perante o meu espanto o Seara já não pôde esconder mais. Ele lá, no Second Life, já não tem tempo para o futebol de onze. Diz ele que são demasiadas solicitações para um homem só. Eu concordei. Que diabo, o futsal também se joga com uma bola. E daí não há-de vir mal ao mundo. Nem à renovação do PSD. 
Última Hora: Já estão escolhidos alguns dos sloganes do partido para as próximas eleições: "Com Luís Filipe Menezes a caminho do Second Life", "Força Ribau, o poder local quer é cacau" e "Índios de mota, Portugal com o Bota"! 
sábado, outubro 13, 2007
DEPOIS DA TOMADA DO PODER VEM O ESCÂNDALO

sexta-feira, outubro 12, 2007
UMA MÃO LAVA A OUTRA

EVIDÊNCIAS
 "A verdade é que, por preferirem o golfe e andarem entretidos com os negócios, nenhum deles deitou à terra do PSD, em tempo oportuno, semente nenhuma. Ao contrário, desde há muito tempo que Menezes se semeia a si mesmo, Marques Mendes nunca fez outra coisa, Santana também não. Países há onde existem políticos que jogam golfe, habitam petits ou grands hôtels particuliers, são "ricos" e estão na política até ao osso, não a largam, respiram, ano após ano, através desse pulmão. Mas provalvemente estou a esquecer-me de que Portugal é demasiado pequeno e o Estado demasiado grande e que assim sendo há demasiados interesses a meias numa grande e pouco saudável baralhada que o mínimo que faz é gerar equívocas dependências e castrar a política. Mas parece que eles preferem assim". - Maria João Avillez.
 "A verdade é que, por preferirem o golfe e andarem entretidos com os negócios, nenhum deles deitou à terra do PSD, em tempo oportuno, semente nenhuma. Ao contrário, desde há muito tempo que Menezes se semeia a si mesmo, Marques Mendes nunca fez outra coisa, Santana também não. Países há onde existem políticos que jogam golfe, habitam petits ou grands hôtels particuliers, são "ricos" e estão na política até ao osso, não a largam, respiram, ano após ano, através desse pulmão. Mas provalvemente estou a esquecer-me de que Portugal é demasiado pequeno e o Estado demasiado grande e que assim sendo há demasiados interesses a meias numa grande e pouco saudável baralhada que o mínimo que faz é gerar equívocas dependências e castrar a política. Mas parece que eles preferem assim". - Maria João Avillez.SAIU-LHES O EUROMILHÕES?

À 5ª SERÁ DE VEZ?

P.S. Scolari é que deve estar satisfeito. Scolari não, perdão, o Murtosa. Agora que a rapaziada da selecção está cheia de "craques" de Alvalade e do Dragão, quando apanharem aqueles bons relvados do Azerbeijão e do Cazaquistão já não estranharão as condições que vão encontrar por essas bandas. Depois de se queixarem da velocidade dos arménios e da relva de Alvalade, vamos ver que desculpas irão arranjar desta vez.
quinta-feira, outubro 11, 2007
A LER COM MUITA ATENÇÃO

CATALINA AO VENTO

terça-feira, outubro 09, 2007
MAUS SINAIS
 A visita de dois agentes da PSP, à civil, às instalações do Sindicato dos Professores do Centro, a pretexto da obtenção de elementos sobre uma manifestação que se encontra agendada para quando o primeiro-ministro visitar a Covilhã, apresenta contornos estranhos e que carecem de urgente clarificação por parte do poder político e da hierarquia policial. Sabe-se que esses dois agentes pertencentes à PSP da Covilhã, sem aviso prévio, entraram nas instalações do sindicato e pese embora a ausência de qualquer dirigente, asseguraram ao único funcionário presente que se tratava de uma "acção de rotina". Que eu saiba, no Portugal democrático, não existem acções de rotina em sindicatos legalizados por agentes policiais à civil e sem aviso prévio antes da realização de manifestações programadas e autorizadas. O método é conhecido e durante muito anos foi praticado neste país à luz da Constituição de 33. A sua reedição não deixa de ser preocupante, tanto mais que dias antes um grupo de pessoas, não interessa se professores, se comunistas ou se simples arruaceiros, foram impedidos de se manifestarem durante uma visita de Sócrates a Montemor e as faixas que ostentavam devidamente recolhidas. Se somarmos estes episódios ao famigerado caso "Charrua" que opôs um tipo mal educado a uma serventuária do Ministério da Educação com funções de directora, as proporções que isto começa a tomar exigem uma tomada de posição firme e imediata por parte do poder político. Bem sei que o ministro da Adminsitração Interna já ordenou a instauração de um inquérito, mas o problema é que isto não vai com inquéritos. Ou quem está em cima se demarca deste tipo de atitudes e de comportamentos persecutórios e consegue meter rapidamente os serventuários na ordem ou vamos ter reedições do caso "Sousa Lara/Saramago" à escala local e regional. Como partido democrático, tolerante e habituado a conviver com a crítica, o PS não pode admitir este tipo de tiques autoritários e policiais sob pena de perder toda a razão e de ser confundido com uma minoria, que habituada a ser mandada, é indigna de exercer qualquer poder, por pequeno que seja, e incapaz de distinguir aquilo que deve ser uma actuação conforme a lei de uma actuação acintosa e intimidatória, por isso mesmo ainda mais intolerável num Estado de Direito.
 A visita de dois agentes da PSP, à civil, às instalações do Sindicato dos Professores do Centro, a pretexto da obtenção de elementos sobre uma manifestação que se encontra agendada para quando o primeiro-ministro visitar a Covilhã, apresenta contornos estranhos e que carecem de urgente clarificação por parte do poder político e da hierarquia policial. Sabe-se que esses dois agentes pertencentes à PSP da Covilhã, sem aviso prévio, entraram nas instalações do sindicato e pese embora a ausência de qualquer dirigente, asseguraram ao único funcionário presente que se tratava de uma "acção de rotina". Que eu saiba, no Portugal democrático, não existem acções de rotina em sindicatos legalizados por agentes policiais à civil e sem aviso prévio antes da realização de manifestações programadas e autorizadas. O método é conhecido e durante muito anos foi praticado neste país à luz da Constituição de 33. A sua reedição não deixa de ser preocupante, tanto mais que dias antes um grupo de pessoas, não interessa se professores, se comunistas ou se simples arruaceiros, foram impedidos de se manifestarem durante uma visita de Sócrates a Montemor e as faixas que ostentavam devidamente recolhidas. Se somarmos estes episódios ao famigerado caso "Charrua" que opôs um tipo mal educado a uma serventuária do Ministério da Educação com funções de directora, as proporções que isto começa a tomar exigem uma tomada de posição firme e imediata por parte do poder político. Bem sei que o ministro da Adminsitração Interna já ordenou a instauração de um inquérito, mas o problema é que isto não vai com inquéritos. Ou quem está em cima se demarca deste tipo de atitudes e de comportamentos persecutórios e consegue meter rapidamente os serventuários na ordem ou vamos ter reedições do caso "Sousa Lara/Saramago" à escala local e regional. Como partido democrático, tolerante e habituado a conviver com a crítica, o PS não pode admitir este tipo de tiques autoritários e policiais sob pena de perder toda a razão e de ser confundido com uma minoria, que habituada a ser mandada, é indigna de exercer qualquer poder, por pequeno que seja, e incapaz de distinguir aquilo que deve ser uma actuação conforme a lei de uma actuação acintosa e intimidatória, por isso mesmo ainda mais intolerável num Estado de Direito.ALGARVIO NÃO É PORTUGUÊS?
 Depois da ameça de bomba feita via telefone para a delegação de Vila Real de Santo António do jornal "Região Sul", fomos brindados nos telejornais da noite com as declarações da senhora Governadora Civil de Faro. Até aí tudo normal, tudo paroquial. O que já não é nada normal é que o representante do Governo na região diga que está preocupado com "a segurança dos algarvios e dos portugueses". Será que algarvio não é português? Ou estaremos na presença de mais um sintoma de regionalite aguda?
 Depois da ameça de bomba feita via telefone para a delegação de Vila Real de Santo António do jornal "Região Sul", fomos brindados nos telejornais da noite com as declarações da senhora Governadora Civil de Faro. Até aí tudo normal, tudo paroquial. O que já não é nada normal é que o representante do Governo na região diga que está preocupado com "a segurança dos algarvios e dos portugueses". Será que algarvio não é português? Ou estaremos na presença de mais um sintoma de regionalite aguda?   quinta-feira, outubro 04, 2007
quarta-feira, outubro 03, 2007
A LER
A DELIRAR

O novo líder do PSD ainda não se reuniu com o seu grupo parlamentar, o que só hoje irá acontecer, mas não obstante tal facto já há quem tenha começado a delirar. O simples cheiro do poder é para alguns um afrodisíaco irresistível. Entre esses figura Rui Gomes da Silva, figura ímpar do novelismo parlamentar e político. Em declarações à edição do dia do Diário de Notícias, aquele ilustre deputado da nação refere que a reunião será uma oportunidade "para todos se poderem aperceber da densidade do projecto político de Menezes". Depois de Mendes ter dito que o grupo parlamentar foi escolhido num dia de nevoeiro, só faltava mesmo Gomes da Silva vir falar na densidade do projecto de Menezes. Ou eu me engano muito ou Rui Gomes da Silva está outra vez a precisar de um bom par de óculos e de faróis de nevoeiro. Com esse equipamento e a subserviência que já demonstra, terá seguramente mais hipóteses de vir a ser o líder parlamentar, assim podendo ajudar-nos a todos a vislumbrar o projecto político de Menezes.
terça-feira, outubro 02, 2007
IMPERDÍVEL!

Graças ao BLASFÉMIAS, mas pelo que percebi já vinha do Arrastão e do Spectrum. Os anos passam e ele continua a falar sem dizer nada.
REACÇÕES DE DENTRO À VITÓRIA DO "DR. DE GAIA"

«Quando disse que votava Marques Mendes, reconhecendo-lhe qualidades, mas também deficiências, fi-lo por exclusão de partes. O outro candidato não me oferecia, à partida, credibilidade, fiabilidade e confiança, para além de possuir um estilo derramado do santanismo»
«Não, não devem ser ouvidas [as bases]. Sou pela democracia representativa, a clássica, a tradicional, em que haja uma escolha dos melhores representantes».
Para bom entendedor meia palavra basta. Miguel Veiga dixit (via Portugal Diário).
MAIS UM MOMENTO HORRIBILIS DA RTP1
 Ontem à noite passei pela RTP1, enquanto fazia um rápido zapping digestivo, e dei de caras, uma vez mais, com a D. Fátima e o Prós e Contras. Pensei que estava na presença de uma repetição de um programa emitido aqui há uns meses atrás sobre o mesmo tema, mas pelos vistos estava enganado. Tratava-se de um programa em directo, sobre um tema velho e com os convivas do costume. Lá estava o prof. Eduardo Sá, a Drª Maria Barroso, o coronel do Refúgio Aboim Ascensão, o conselheiro Sá Nogueira, o prof. Fernando Silva, e mais uma plêiade de notáveis e de candidatos a notáveis prontos a botarem discurso em nome da Esmeralda sem saberem, na maior parte dos casos, do que falavam. Com uma ou duas raríssimas excepções, como a Drª Ana Vasconcelos ou o Dr. Lobo Antunes, as intervenções foram de uma indigência notável, chegando mesmo nalguns momentos a ser patéticas. Chego mesmo a pensar como pode o conselheiro Sá Nogueira ouvir tanto dislate com um sorriso nos lábios. Mas a D. Fátima insiste na fórmula e na excelência de algumas das sumidades que convida, convencida como está de que aquele é o melhor programa do mundo e o único capaz de competir com os da Júlia Pinheiro na TVI. A quantidade de dislates que ouvi a serem debitadas a um ritmo avassalador  - os senhores juízes têm mais paciência do que eu supunha - por algumas das luminárias convidadas, deu-me a sensação de estar a percorrer uma das rectas de Le Mans sem saber se o carro seria capaz de dar a curva no seu final. Programas como o de ontem, sob a capa de informação, em vez de fazerem luz sobre a ignorância, apenas servem para lançarem mais confusão e para contribuirem, ainda mais, para o descrédito da televisão pública (presumo que ainda seja), dos tribunais e do Estado que ainda somos. Pobres Esmeraldas.
 Ontem à noite passei pela RTP1, enquanto fazia um rápido zapping digestivo, e dei de caras, uma vez mais, com a D. Fátima e o Prós e Contras. Pensei que estava na presença de uma repetição de um programa emitido aqui há uns meses atrás sobre o mesmo tema, mas pelos vistos estava enganado. Tratava-se de um programa em directo, sobre um tema velho e com os convivas do costume. Lá estava o prof. Eduardo Sá, a Drª Maria Barroso, o coronel do Refúgio Aboim Ascensão, o conselheiro Sá Nogueira, o prof. Fernando Silva, e mais uma plêiade de notáveis e de candidatos a notáveis prontos a botarem discurso em nome da Esmeralda sem saberem, na maior parte dos casos, do que falavam. Com uma ou duas raríssimas excepções, como a Drª Ana Vasconcelos ou o Dr. Lobo Antunes, as intervenções foram de uma indigência notável, chegando mesmo nalguns momentos a ser patéticas. Chego mesmo a pensar como pode o conselheiro Sá Nogueira ouvir tanto dislate com um sorriso nos lábios. Mas a D. Fátima insiste na fórmula e na excelência de algumas das sumidades que convida, convencida como está de que aquele é o melhor programa do mundo e o único capaz de competir com os da Júlia Pinheiro na TVI. A quantidade de dislates que ouvi a serem debitadas a um ritmo avassalador  - os senhores juízes têm mais paciência do que eu supunha - por algumas das luminárias convidadas, deu-me a sensação de estar a percorrer uma das rectas de Le Mans sem saber se o carro seria capaz de dar a curva no seu final. Programas como o de ontem, sob a capa de informação, em vez de fazerem luz sobre a ignorância, apenas servem para lançarem mais confusão e para contribuirem, ainda mais, para o descrédito da televisão pública (presumo que ainda seja), dos tribunais e do Estado que ainda somos. Pobres Esmeraldas. À ESPERA DOS RESULTADOS
EXPOSICIÓN "OCULTOS" NA FUNDACIÓN CANAL

segunda-feira, outubro 01, 2007
LA POLITICA ESPAÑOLA Y EL SINDROME MOURINHO

Hace unos días, el director del diario británico The Guardian, Alan Rusbridger, se quejaba con algo de ironía y cierta desazón de que el histórico The Times, la biblia escrita de muchas generaciones hasta que cayó en manos de Rupert Murdoch, había dedicado las dos terceras partes de de su portada al mediático Mourinho, lo que es algo más que un síntoma de los problemas que vive la prensa de papel. La lectura que hacía el director de The Guardian es que los medios de comunicación se han vuelto cada vez más triviales en aras de ganar lectores.
Rusbridger tiene razón. Y mucha. Pero no son sólo los periódicos son cada día más espumosos, más intranscendentes; sino, sobre todo, la vida política. Es evidente de que no se trata de un asunto estrictamente español, lo mismo sucede en Francia, Reino Unido o Italia, países en los que lo fútil, lo insustancial, ha sustituido a la enjundia. En el caso español, esta incapacidad para separar el grano de la paja se manifiesta con toda crudeza en todo lo que rodea al fenómeno territorial. " - Carlos Sanchez, El Confidencial
BASISMO E DEMAGOGIA

P.S. Aguardo com natural expectativa as reacções de Alberto João Jardim e de Guilherme Silva e a forma como se vão posicionar nos próximos meses. A ver se é desta que conseguem fazer um duplo mortal à rectaguarda.
 
 












 

