Ontem à noite passei pela RTP1, enquanto fazia um rápido zapping digestivo, e dei de caras, uma vez mais, com a D. Fátima e o Prós e Contras. Pensei que estava na presença de uma repetição de um programa emitido aqui há uns meses atrás sobre o mesmo tema, mas pelos vistos estava enganado. Tratava-se de um programa em directo, sobre um tema velho e com os convivas do costume. Lá estava o prof. Eduardo Sá, a Drª Maria Barroso, o coronel do Refúgio Aboim Ascensão, o conselheiro Sá Nogueira, o prof. Fernando Silva, e mais uma plêiade de notáveis e de candidatos a notáveis prontos a botarem discurso em nome da Esmeralda sem saberem, na maior parte dos casos, do que falavam. Com uma ou duas raríssimas excepções, como a Drª Ana Vasconcelos ou o Dr. Lobo Antunes, as intervenções foram de uma indigência notável, chegando mesmo nalguns momentos a ser patéticas. Chego mesmo a pensar como pode o conselheiro Sá Nogueira ouvir tanto dislate com um sorriso nos lábios. Mas a D. Fátima insiste na fórmula e na excelência de algumas das sumidades que convida, convencida como está de que aquele é o melhor programa do mundo e o único capaz de competir com os da Júlia Pinheiro na TVI. A quantidade de dislates que ouvi a serem debitadas a um ritmo avassalador - os senhores juízes têm mais paciência do que eu supunha - por algumas das luminárias convidadas, deu-me a sensação de estar a percorrer uma das rectas de Le Mans sem saber se o carro seria capaz de dar a curva no seu final. Programas como o de ontem, sob a capa de informação, em vez de fazerem luz sobre a ignorância, apenas servem para lançarem mais confusão e para contribuirem, ainda mais, para o descrédito da televisão pública (presumo que ainda seja), dos tribunais e do Estado que ainda somos. Pobres Esmeraldas.
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