segunda-feira, agosto 30, 2010

O QUE DEVIA SER DITO

É claro que a localização da IKEA em Loulé, no local em que é, não foi fruto de um acaso. Ou será que alguém acredita que o senhor da IKEA se punha a comprar terrenos agrícolas naquela zona, durante largos meses, às escondidas e impondo a confidencialidade aos promitentes-vendedores, como agora se sabe, antes de ter falado com a Câmara Municipal de Loulé e desta lhe ter assegurado e garantido o apoio necessário às alterações que visam a futura desqualificação de zonas urbanizáveis noutros pontos do concelho para compensarem a perda de terrenos agrícolas?
Pode-se, e deve-se, discutir se a localização não deveria ser outra, mas o problema é a maneira como as coisas foram "cozinhadas" entre os interessados, a Câmara de Loulé e o senhor da IKEA representado pela sociedade de José Miguel Júdice. Uns podem tudo, outros nem resposta às cartas e aos faxes que mandam para o Dr. Seruca a pedir uma reunião ou um pedido de desobstrução de uma estrada conseguem. Dois pesos e muitas medidas que continuam a passar despercebidas a quem tinha a obrigação de fiscalizar a actividade dessa autarquia.

domingo, agosto 29, 2010

COMEÇOU HOJE

Algum dia ele teria de começar a pagar a dívida que criou. Para já, Roberto, pagou a primeira prestação dos juros e devolveu três pontos ao capital hipotecado. Espero que assim continue, a ver se consegue saldar a dívida lá mais para a Primavera.

sexta-feira, agosto 27, 2010

HERÓIS COM NOME

Não sei qual vai ser o desfecho da história. Quero que seja feliz. Vou fazer por isso.

É uma história que podia dar um romance. Um romance longo, recheado de muitas histórias. De histórias de vida. De histórias de luta e de conquista. Uma por cada um dos trinta e três.

Também não sei, e tenho dificuldade em imaginar, eu que nem gosto de andar de metro e fujo de me meter em grutas, o que será estar enfiado num cubículo a 700 metros de profundidade, tendo por luz a escuridão, por espaço a voz e o cheiro dos companheiros de infortúnio, o seu suor, a sua dor, e amiúde um pequeno tubo por onde sobe e desce a esperança entre minúsculas embalagens de medicamentos, de vitaminas, e bocados de papel amarfanhado. Bocados de papel onde se vertem pequenas frases, pequenas palavras. Letras que trazem em si a magia, o sonho do reencontro.

Cada segundo que passa é uma conquista. Cada minuto vivido é um tiro no infortúnio. Cada hora respirada é uma morteirada na desgraça. E ao fim do dia que é sempre noite ainda se arranjam forças para sorrir para uma câmara, dizer uma larachas e cantar o hino. Eles, os desgraçados, o sal da terra, são a final os primeiros porta-vozes da esperança para quem à superfície, na dor da sua ausência, tem a sorte de ver todos os dias o raiar da aurora e se pode aquecer com os primeiros raios de sol.

Para quem, como eu, passa o dia sentado a uma secretária, sentindo o conforto do couro da cadeira em que se senta, e ainda se dá ao luxo de praguejar contra o ruído do ar condicionado, ou para aqueles que vão para a televisão e os jornais exigir que os milhões que saíram de um banco na Suíça voltem para uma conta onde estão mais uns quantos milhões, que servirão para lhe pagar as gravatas da Hermès, não devia ser fácil sair à rua enquanto aqueles homens ali estiverem.

Os dramas que acontecem longe são como um mau romance que termina quando se arruma o livro numa estante sem conhecer o final do primeiro capítulo. Para sempre. Até que as traças o devorem.

Mineiro não é apenas sinónimo de nome "di jogador di futibol". Ou de natural de Minas Gerais. Também é profissão de alguns homens. Campo de batalha. E, às vezes, uma palavra de estímulo. De conforto. Um grito contra a amargura. Amanhã uma promessa de casamento cumprido. Uma aposta na vida.

Estes homens são a exaltação da condição humana. A prova de que vale a pena.

Não sei qual vai ser o desfecho da história. Quero que seja feliz. E que Deus, ou lá quem for, qualquer que seja o nome, os proteja. Eles merecem.

Os meus heróis têm sempre nome. E um rosto. Quero que sejam felizes.


UM AUTO EXEMPLAR

Vale a pena clicar na imagem e ler o auto. A descrição do acidente feita pelo agente policial tem todos os condimentos. Espero que o peão venha a explicar as razões para tão estranho acto e a sua recusa quanto à submissão ao teste de alcoolémia. Um tipo já não pode estar em paz. Só neste meu Algarve!

quarta-feira, agosto 25, 2010

NEM MAIS

"A única saída para esta tragédia é vê-la como uma oportunidade única de, finalmente, limpar o balneário na FPF. Atrás de Queiroz devem ir os dirigentes da Federação e, já agora, o respectivo governante da tutela. Tudo figuras de um filme já demasiado gasto." - Eduardo Dâmaso, no CM

sexta-feira, agosto 20, 2010

UMA FRASE

O título deste post foi o título escolhido para este texto.
Sim, eu sei que é longo, mas já houve quem resistisse à sua leitura. Como o Francisco José Viegas, pelo que vejo das frases escolhidas para o Correio da Manhã de hoje, no Blog #677. Tragam os lenços.

quinta-feira, agosto 19, 2010

quarta-feira, agosto 18, 2010

E SE ELE SE MUDASSE PARA DEBAIXO DA PONTE?

Depois de um discurso destes a gente só tem vontade de ir morar para Massamá. Mas quem garante que debaixo da ponte não teria mais votos? E sempre poderia continuar a ir almoçar em hotéis de 5 estrelas. A Câmara Corporativa é tramada. Já Pacheco Pereira se queixava do seu profissionalismo.

LEITURAS

Tem óptimas fotos, todas a cores, e os exemplares não ficam atrás, em beleza, bem-entendido, dos que não têm valor comercial. Com um agradecimento especial à Patrícia e ao Quim.
Foi tese de mestrado na Universidade de Brasília e pode ajudar-nos a perceber melhor a transição cabo-verdiana. Ou de como um erro político abriu um mundo de oportunidades ao país.

DE REGRESSO ÀS LIDES

Assinalei hoje, aqui, enquanto esperamos a chegada do 09/09, o meu regresso pós-férias. As reacções foram imediatas por parte dos anónimos da praxe. Nada a que gente não esteja já habituada.

segunda-feira, agosto 16, 2010

S. VICENTE (5)

Fim de tarde em S. Pedro.

Entradas e saídas à fuzileiro!

Fruta-pão.

O recorte da costa em Santo Antão, numa zona onde o verde impera.

A cachimbada da praxe.

Gosto mais de ver os atuns dentro de água!

domingo, agosto 15, 2010

S. VICENTE (4)

Picos de Santo Antão
Cratera do vulcão de Santo Antão

A caminho da Praia Grande, em S. Vicente

A casa dos perfumes

Baía das Gatas

Prainha em S. Pedro

sábado, agosto 14, 2010

S.VICENTE (3)

Complexo na nova marina do Mindelo.
A preservação da memória histórica.

Placa na velha Alfândega.

A "Strela" é de beber e chorar por mais.

Domingo de praia na Laginha.

Casa do Povo, antigo palácio do governador português

sexta-feira, agosto 13, 2010

APONTAMENTOS

Os demais apontamentos de viagem estão publicados no Delito de Opinião, designadamente, aqui - S. Vicente (4), aqui - S. Vicente (5), aqui- S. Vicente (6), aqui - S. Vicente (7), aqui - S. Vicente (8) e aqui - S. Vicente (9). As imagens que aqui deixo poderão ser completadas com os textos que ali saíram.

sábado, agosto 07, 2010

IMAGENS DE S. VICENTE (2)

Marginal do Mindelo.

A Rádio Nacional ao fundo, na curva da baía.

Venda de peixe ao final da tarde, junto à Torre de Belém

Diogo Afonso, prineiro donatário da ilha.

A antiga Alfândega.

Biblioteca Municipal do Mindelo e homenagem a Gago Coutinho e Sacadura Cabral por ocasião dos 70 anos da travessia do Atlântico Sul.

sexta-feira, agosto 06, 2010

IMAGENS DE S. VICENTE (1)

Pontão da nova marina com a Torre de Belém ao fundo.

Homenagem a Sá da Bandeira.

Praça Nova (Mindelo)

O Chave de Ouro do Mindelo

Baía de S. Pedro, vista do Foya Branca

quarta-feira, agosto 04, 2010

DESABAFO

Dizer nesta altura que tem os poderes da Rainha de Inglaterra não abona nada a seu favor. Quando muito será mais uma evidência sobre a necessidade de extinção da corporação que dirige e da sua premente substituição por uma nova que exerça de facto e de direito os poderes que a dele se mostrou incapaz de cumprir nas últimas três décadas.
Um desastre que demonstra bem o distanciamento da realidade em que vivem os seus membros.
Depois de eu próprio no exercício da profissão ter sido rocambolescamente acusado pelo MP num processo em que tive o apoio da Ordem e acabei absolvido, tendo sido o próprio MP o primeiro a pedir a minha absolvição, perdi todas as ilusões que ainda poderia ter quanto ao papel que alguns dos seus membros desempenham.
Se depois se vem a confirmar que, na prática, não existe qualquer hierarquia, nem disciplina, nem autoridade que se imponha em tempo útil onde ela deve ser exercida, de maneira a que os critérios sejam efectivamente de legalidade estrita e objectiva, e que tudo se resume seraficamente aos poderes de Sua Majestade, então o melhor mesmo é declarar a sua extinção com efeitos imediatos. O país só teria a ganhar. Não há espectáculos eternos.
O problema, olhando para Cunha Rodrigues, para o senhor que lhe sucedeu e cujo nome lamentavelmente não me ocorre, e para o actual titular do cargo, não é de homens. Não é de nomes. Todos eles são excelentes pessoas e magistrados qualificadíssimos. Mas olhe-se para o sindicato, para os seus sindicalistas militantes, analisem-se as suas declarações públicas (basta ir ao respectivo site) e perceber-se-á o resto da história. O porquê das declarações. O problema é apenas de estatuto, de organização e de mentalidade. Tão simples quanto isso.


[também no Delito de Opinião]

CRÓNICAS DE S. VICENTE

Estão a sair no Delito de Opinião. Já saíram 3, aqui, aqui e aqui.