terça-feira, julho 29, 2008

TOM WAITS

Quando a silly season começa e já não há pachorra para, digamos, autógrafos (ver o post anterior), nada como rumar a outras paragens e dedicar algum tempo ao espírito. Se estiver com vontade de perder o amor a € 116,25, ou mesmo disposto a gastar € 131,25, que é o preço do bilhete mais caro, pode rumar já a Dublin, terra de boa cerveja, de músicos e de poetas, e ir escutar Tom Waits. São três espectáculos, no Phonenix Park, amanhã dia 30, no dia 31 e no dia 1 de Agosto. Com sorte poderá escutar "Heartattack and Vine", "Mr. Siegal, "Jersey Girl" ou "Wrong Side of the Road". E se tiver tempo, ainda poderá aproveitar para fazer uma visita ao Writers Museum, no nº 18 da Parnell Square, tomar um copo num dos muitos pubs de Temple Bar ou no Clarence Hotel, o tal que é propriedade de Bono, comprar uma das reedições dos discos dos U2 ou as, recentemente compiladas num único volume, novelas de Flann O'Brien, um dos homens que com Beckett e Joyce forma, já alguém o disse, a santa trindade da moderna literatura irlandesa. Seguramente que dará por bem empregue o seu tempo. E dinheiro.

POBRES DE ESPÍRITO

Li agora que o sargento Luís Gomes, o tal "pai afectivo" da pequena Esmeralda, o mesmo que foi condenado a pagar uma indemnização ao pai biológico e que motivou um estranho pedido de habeas corpus condenado ao insucesso, anda por aí a dar autógrafos a propósito de um livro que terá escrito. Depois do que aconteceu à miúda, da forma como os tribunais (não) trataram do caso ao longo deste anos, e do folclore gerado, só faltavam mesmo os autógrafos para a inanidade ser completa.

sexta-feira, julho 25, 2008

O MEU APLAUSO...

.. vai direitinho para as declarações de ontem de Jorge Sampaio, na SIC-N, sobre o "caso Maddie", que é caso cada vez mais um caso "mad". É claro que Alípio Ribeiro devia ter ficado calado. Como também Rogério Alves. Mas o que a mim mais me preocupa é como é que um homem como Alípio Ribeiro, que dá tantas provas públicas - refiro-me só e exclusivamente às declarações que profere, às entrevistas que dá e aos artigos que escreve - de tamanha falta de senso, pode ser magistrado e exercer o seu múnus nos tribunais superiores. Por muito capacitado e competente que seja do ponto de vista técnico e científico, há coisas absolutamente incompreensíveis ditas por um alto magistrado que foi director da Polícia Judiciária. É por estas e por outras que a Justiça não acerta uma. E está no estado que se vê.

E AGORA MADAÍL?

Com um parecer como este, se eu fosse o presidente da Federação Portugesa de Futebol arranjava um buraco para me meter. Agora só lhes resta continuarem a assobiar para o ar. A ele, a Hermínio Loureiro e a Laurentino Dias.

P.S. Graças ao Blasfémias, fiquei a saber que o parecer está na íntegra no site da FPF.

BERLIN 2008, 24 DE JULHO

(foto AFP)
O primeiro líder do século XXI
"O maior perigo é que permitamos novos muros que nos dividam uns dos outros"

LEITURA RECOMENDADA

É fundamental ler o que escreve Fernanda Câncio no Diário de Notícias de hoje para perceber por que razão têm tanto sentido as críticas de Pacheco Pereira à política diplomática de Sócrates e aos delirantes elogios que foram feitos, nos últimos tempos, a homens como Chávez ou José Eduardo dos Santos, por parte do primeiro-ministro. Sendo o texto de quem é, a mesma que foi indecentemente vilipendiada por uma certa direcção do PSD, não custa adivinhar qual a diferença entre um espírito livre e um acomodado, entre o pragmatismo hipócrita e o sentido das proporções. Bem haja, Fernanda!

quinta-feira, julho 24, 2008

SE FÔR VERDADE

A ser verdade a notícia hoje divulgada pelo Público de que o preço dos medicamentos aumentou desde que passaram a ser vendidos fora das farmácias, alguém terá de vir explicar, e rapidamente, a razão para que tal aconteça. Se a concorrência aumenta é natural que os preços desçam, e não o inverso. A não ser que tenham surgido, entretanto, outras negociatas por detrás ou haja aí uma mãozinha da Associação Nacional de Farmácias. Sócrates, que abriu o seu mandato falando nas questões das farmácias e dos medicamentos durante o discurso da tomada de posse, não pode ficar indiferente ao que por aí se diz em tal matéria. Nem ele nem os responsáveis pela Saúde. Actuais e anteriores. Vou aguardar pelos desenvolvimentos.

ARES PERIGOSOS

A União Europeia divulgou uma lista actualizada das companhias aéreas impedidas de voar na Europa. Para além da TAAG, companhia de bandeira de Angola, continuar nessa lista ao lado de outras de países como as Comores, o que em nada abona a favor da teimosia do Governo de Luanda, salta à vista a presença da indonésia Garuda. As restantes são as habituais, a começar pela clandestina Air Koryo, da "amada" Coreia do Norte do camarada Bernardino Soares, ou as múltiplas companhias do Congo ou do nosso parceiro (observador associado) da CPLP, a Guiné-Equatorial.

UM PASSO MAIS PARA A REGIONALIZAÇÃO

Foi dado esta tarde na Universidade do Algarve. Graças aos esforços do Prof. Adriano Pimpão, José Sócrates veio anunciar a criação de um curso de Medicina, pelo que percebi na vertente de pós-gradução, com a duração de 4 anos e aberto a qualquer licenciado da área de Ciências. Deverá começar a funcionar em 2009 e em três anos deverá ter 120 novos alunos por ano. O número parece-me que a breve trecho será excessivo, mas até lá nada como vê-lo a funcionar para depois se fazerem os ajustamentos necessários. Mariano Gago sublinhou o rigor do mesmo e eu espero que seja mesmo essa a única palavra admissível e que não haja outros critérios a ditarem a passagem dos diplomas aos futuros médicos. Vale a aposta em como agora virá um certo cacique local criticar o curso e mostrar-se para a imprensa, como o fez antes com o lançamento do novo Hospital Central do Algarve? Há pessoas a quem as coisas doem mais quando são feitas pelos outros e que prefiririam que elas não se fizessem de todo.

quarta-feira, julho 23, 2008

PAULO PORTAS, LOUÇÃ E O BANCO DE PORTUGAL

O líder do CDS/PP, Paulo Portas, à semelhança do que Francisco Louçã também fez, denunciaram nos últimos dias de forma vigorosa e contundente a actuação do Banco de Portugal, quer em relação à actual situação de crédito ao consumo, quer relativamente ao seu papel fiscalizador do sistema bancário. Há muito que eu próprio vinha alertando para esta última situação, já que a forma contemporizadora e conivente da acção do Banco de Portugal em relação aos bancos que era suposto fiscalizar, estava a causar, de há vários anos a esta parte, prejuízos graves ao país e aos seus consumidores. Cheguei mesmo a perguntar por que razão a SEDES e o presidente da Associação de Bancos, o dr. João Salgueiro, nada diziam sobre este assunto, sendo, em contrapartida, tão lestos a fazer comunicados ou a defenderem os indecentes lucros de uma actividade que sistematicamente prejudicava os portugueses que tinham necessidade de recorrer ao crédito, fosse por via dos tão falados arredondamentos ilegais ou de outras práticas pouco saudáveis como a inclusão de cláusulas perfeitamente leoninas nos contratos que impunham aos consumidores. Portas veio agora falar em usura. Não chegarei tão longe, embora por vezes me apetecesse fazê-lo. Mas seria bom que a actuação do Banco de Portugal fosse a de um verdadeiro banco central e não a de um simples espectador que assiste impávido ao descalabro, enquanto vai coleccionando administradores e pagando reformas avultadas aos beneficiários do chamado bloco central de interesses. O Governo tem uma palavra importante sobre este ponto e talvez fosse interessante reequacionar o papel do Banco de Portugal, fazendo uma reforma da instituição. Adaptando-o aos novos tempos, retirando-o do marasmo em que se encontra e do qual só é despertado de tempos a tempos por via dos encontrões que vai levando.

terça-feira, julho 22, 2008

POR FALAR EM BELEZA

O Corriere dello Sport e o Corriere della Sera revelam hoje que a "menina" que foi capa da italiana Fox Uomo é a nova paixão de Cristiano Ronaldo. Letizia Fillipi, que tem como profissão modelo, revela atributos que a tal de Nereida, por mais que se esforçasse, nunca teria. Será esta a prova definitiva de que o Real Madrid já faz parte da história?

VALE A PENA

A edição de Agosto da revista norte-americana Playboy traz imagens nunca antes vistas da tenista Ashley Harkleroad. Beleza e desporto sempre foram uma combinação irresistível. Ashley poderá nunca ter conseguido entrar no top 30 do ténis mundial (agora é a n.º 78 mundial), mas seguramente que é uma das mais belas que anda pelos courts dos torneios que compõem o circuito mundial.

BOAS NOTÍCIAS

(Mladic, à esquerda e ainda a monte, e Karadzic, detido ontem à noite, foto AP)
Na mesma altura em que os Serviços Secretos da Sérvia prendiam Radovan Karadzic, o carrasco de Sarajevo e de Srebrenica, disfarçado, num autocarro, com uma longa barba branca, de óculos e cabelo comprido, numa imagem que me fez recordar a detenção do acossado Saddam, no país basco o juiz Baltazar Garzón estava no terreno a proceder à desarticulação do comando Vizcaya e à detenção de Arkaitz Goikoetchea. São boas notícias para quem acredita que a democracia e a liberdade não se constroem com violência, impunidade e irresponsabilidade.

segunda-feira, julho 21, 2008

O PRIMEIRO MILHO ERA DOS PARDAIS

Embora atrasada - os correspondentes já não são o que eram! - aqui fica a prova de que o primeiro milho era para os pardais. No Troféu Promocup 1000 Vodafone - Campeonato Open de Velocidade, na prova de Braga II, realizada no fim-de-semana de 12 e 13 de Julho, o nosso amigo Paulo Vicente subiu pela primeira vez ao pódio. Já não era sem tempo que a Suzuki GSXR1000 mostrava estar à altura ... do piloto, pois claro. Sempre são 16 pontinhos para o cabaz. Pena é que a etapa espanhola tenha sido anulada. Já estava a imaginar o velho Nieto a dizer à Repsol para lhe arranjar montada para o MOTOGP. Quanto ao Fernando Fevereiro Mendes consta que desta vez o problema foi a lei da gravidade. Nada de grave. Todos sabemos que a ciência nem sempre é infalível. Melhores dias virão. Daqui vai um abraço para os dois.

PARA MAIS TARDE RECORDAR

Durante cerca de duas horas, numa fantástica noite de Verão, com temperatura amena e sem vento, acompanhado por uma magnífica percussão, com a magia de Fernando Saunders, Sharon Jones e Anthony Hegarty, o London Children Choir e mais um naipe de instrumentistas de grande nível, o velho senhor do rock'n roll deu espectáculo, beneficiando da acústica comprovada do parque municipal. O velho álbum Berlin, de 1973, recriado o ano passado, foi tocado de fio a pavio. No fim, nem mesmo os grilos ficaram indiferentes aos poderosos acordes de Sattelite of Love. A encenação "vip", por sinal tardia e quando o público já suspirava por ouvir o músico, é que era dispensável. Apesar disso, foi uma noite memorável, em especial para aqueles que puderam depois aceitar o convite da organização e continuar a festa no T-Clube e no Trigonometria. É o Al(l)garve em força.

sexta-feira, julho 18, 2008

A NÃO PERDER ESTE FIM-DE-SEMANA

Lou Reed vai estar ao vivo em Loulé, integrado no Allgarve 2008. Será no domingo, às 22h, para quem não tiver tido a oportunidade de o ver no Campo Pequeno. Se já tiver bilhete e não sair esgotado do Vale das Almas, onde a animação será mais que muita. Verão mesmo é a Sul. Tirando uns quantos patuscos, muito calor, sol, praia sem vento, música, boa comida, belezas em cada esquina e, em especial, muito muito mar. Profundo e calmo.



ESTÁ LÁ TUDO

Quem olha para ele vê a temperança, a seriedade, o estoicismo, a inabalável força do carácter. No seu rosto, aos 90 anos, não se vislumbra o ódio ou a intolerância. Nele encontramos o amor ao próximo, a verdade, a compreensão pela desgraça alheia, a solidariedade no sofrimento. Acima de tudo a lucidez, a temperança e a coragem de saber entrar e sair pela mesma porta pelo seu próprio pé. Discretamente, com muita classe, com muito estilo. Há homens que nasceram presidentes e que mesmo quando deixam de ser continuam a sê-lo. Mais do que isso, há presidentes que são homens e que souberam viver a vida toda como homens. Ele não é uma lição de vida apenas porque é a própria vida. Happy birthday, Mr. Mandela!

ELE TEM CONDIÇÕES PARA CONTINUAR?

Na liga, onde Hermínio Loureiro o colocou, em Gondomar, onde o atavismo cacical o guindou a presidente, nas rádios e nas televisões, sempre ciosas do espectáculo, mostrando o roupão e o charuto à porta de casa (antes isso que o umbigo), ou no programa da D. Fátima, entrando-nos pela casa às horas mais impróprias, de dedo em riste a desfiar um rosário de ataques e barbarismos, será que ele tem condições para continuar? E nós para o ouvirmos? Prevaricação? Abuso de poder? Que é isso? O advogado mandou que se calasse? Vai falar agora? Tarde piaste.

UM GÉNIO TIPO CALIMERO

Lê-se e relê-se. Dificilmente se acredita ou se encontra explicação. Mas as letras estão todas, não enganam. A enfatização primitiva dos altos méritos que se crê ter, o egocentrismo, a vacuidade discursiva, o aviltamento dos adversários políticos e das qualidades alheias, e a terrível cegueira que limita o pensamento e o impede de ver os contornos da realidade, fazendo deslizar perigosamente o discurso para uma demagogia com laivos esquizofrénicos, tal a dissociação que se nota entre uma e o outro . Não há ninguém que lhe diga isso? Ou será que já nem amigos tem e vão deixá-lo continuar a imolar-se lentamente?

quarta-feira, julho 16, 2008

A CAMINHO DA CATEDRAL DA LUZ

Este já cá canta! Pablo Aimar, camisola 10 da selecção das pampas. Não é propriamente o Renteria. Nem o Liedson! Ave, Rui, morituri te salutant!

O DRAMA DO TERRORISMO

O ABC dá hoje destaque à libertação, no próximo dia 2 de Agosto, de um antigo membro da ETA, que estás prestes a terminar o cumprimento da sua pena e irá regressar, presumem os vizinhos, ao apartamento onde morou antes de ser detido. O apartamento pertenceu a sua mãe, entretanto falecida. Aparentemente a história ficaria por aqui. Um condenado, depois de expiada a pena, regressa a casa. O problema é que ele regressará para morar num apartamento que entretanto foi transferido para a sua mulher, num procedimento habitualmente seguido para evitar o pagamento de compensações às vítimas, e para o prédio onde mora a viúva de um dos assassinados, o comandante Herrera, executado em 1979. Sublinha Jaime González que De Juana Chaos, provavelmente, irá participar nas reuniões de condóminos, discutindo os problemas do elevador com os demais moradores, e um dia qualquer até poderá subir a escada para se ir queixar das infiltrações provocadas pela goteira da torneira da vizinha. Não tenho dúvidas de que o Estado de Direito democrático deve continuar a pugnar pela ressocialização dos condenados e admitir que o arrependimento é possível. Nós por cá tivemos um problema parecido com as FP-25, mas sempre sem a dimensão e as implicações do problema basco. Mas pergunta-se até que ponto será legítimo integrar, desta forma, condenados por crimes de sangue, obrigando as vítimas e os carrascos a conviverem como se nada se tivesse passado?


P.S. Por manifesto lapso, referi inicialmente ser a notícia do El Pais. Não era, como certamente todos se aperceberam ao entrarem nos links. De qualquer modo, as minhas desculpas pelo sucedido, embora o El Pais também dê o destaque devido ao assunto.

terça-feira, julho 15, 2008

AINDA O WTCC

Bancadas cheias...
...emoção a rodos...
... e a máquina do Tiago.

ENTÃO O BURRO SOU EU?


Ontem indignou-se com a actuação dos senhores conselheiros do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Esqueceu-se que foi ele e a sua gente da Liga quem criou o imbróglio. Por acaso, os senhores que estão na Liga não foram eleitos na sua lista? Não foi ele quem os escolheu? Não foi ele quem lá meteu o major Valentim? Não foi a Liga que decidiu retirar 6 pontos ao FCP num campeonato em que este levava duas dezenas de pontos de avanço e que estava ganho desde Dezembro, tornando totalmente ineficaz a sanção aplicada? Não foi ele quem saltou de técnico comercial para deputado e membro do Governo, enquanto aproveitava para acabar o curso, e logo a seguir saltou para os meandros da bola e tornou-se "importante" com uma "lista de consenso"? E agora indigna-se de quê? E porquê?

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DAS REGIÕES


O Público revela hoje que o presidente da região italiana de Abruzzo foi detido por corrupção, "juntamente com vários conselheiros regionais". Segundo o jornal, Ottaviano del Turco (talvez o nome imperial já esclareça alguma coisa), "que ocupou a pasta das Finanças num anterior governo, em 2000 e 2001, é acusado de estar envolvido numa fraude de 12,8 milhões de euros e terá ficado com cerca de seis milhões". Mais coisa menos coisa ficou com metade do que terá desviado. Quem tiver lido "La Casta" (Sergio Rizzo e Gian Antonio Stella), obra que inexplicavelmente continua à espera de alguém que a traduza e edite em Portugal (será que Pais do Amaral não quer pôr a Leya a prestar esse serviço público?), não se admirará desta notícia. Del Turco, de 63 anos, que integra o Partido Democrático de Walter Veltroni, é acusado de associação criminosa, estando em causa, para além deste crime e do de corrupção, crimes como fraude e branqueamento de capitais. Quem conhece Itália e acompanha o fenómeno regional não pode ficar indiferente a mais este escândalo. Por isso mesmo, antes que entre nós as pulsões regionais conduzam de um momento para o outro a uma regionalização apressada e feita à luz do caciquismo e do clientelismo vigentes, seria bom que se começasse a pensar já na criação de um super ministério do Ambiente e das Regiões, em vez do eufemismo actual do "Desenvolvimento Regional". Com funções de centralização e coordenação das questões ambientais (e de limpeza) e que as articulasse com a actividade das autarquias e das CCDR, tendo em vista a futura criação das regiões. Ao actual Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional deve ser pedido mais, e muito melhor, do que tem feito. Não está em causa a apagada pessoa do ministro, mas a criação das regiões implica reflexão, tempo e preparação para que o exemplo italiano não se repita e os Projectos PIN não proliferem como cogumelos. Para tal, nada melhor do que começar a fazer as coisas com cabeça, tronco e membros, dando desde já dignidade às futuras regiões através da sua inclusão no ministério do Ambiente. Seria bom que José Sócrates, ou quem lhe suceder, olhasse para isto com outra perspectiva. E empenho, não deixando obviamente de ler jornais.

SIMPLEX AUTÁRQUICO

Um dos meus passatempos preferidos é ler a imprensa regional, que vou acumulando durante semanas a fio até ter vagar para a ler. Tendo eu começado por alinhavar uns escritos num jornal de Cascais (ao tempo dirigido pelo Pedro Campilho, que já nem da minha cara se deve lembrar), e de anos volvidos ter voltado a escrever em jornais semi-locais ou semi-regionais (os jornais de Macau lidos em Lisboa devem caber neste critério), tenho um grande apreço pelo que se escreve nessa pequena/grande imprensa que se fartou de formar homens, bons leitores e bons jornalistas. Por ela vou ficando ao corrente de muita coisa que de outra forma nunca saberia. Desta última vez, fiquei a saber que o Município de Cascais (grande terra!) integra o núcleo fundador do Simplex Autárquico (os outros municípios são Águeda, Guimarães, Lisboa, Pombal, Portalegre, Porto, Redondo e Seixal). O objectivo é trocar experiências com a Administração Central "para permitir serviços públicos de melhor qualidade, mais próximos dos cidadãos e que fomentem a atracção de pessoas e empresas". António Capucho revelou que no seu município se fez uma "reformulação profunda do conceito de balcão único em sistema multicanal e com recurso a serviços online disponíveis na Internet, permitindo ao cidadão um leque de opções disponíveis de acordo com as suas reais necessidades e legítimas expectativas". Dentro de um ano os serviços online estarão operacionais. Ao ler isto não pude deixar de pensar num texto que escrevi há uns meses atrás sobre o alcance dos princípios da transparência e da subsidiariedade ao nível local e regional e de sonhar que um dia isto também será possível no Algarve (bem sei que nalguns municípios como Loulé isso será uma utopia tão grande como, viu-se recentemente, o PSD/Algarve sem o poeta e cantautor - sem aspas - Mendes Bota). O Simplex Autárquico é a prova de que as boas ideias, mesmo quando têm cor, não são desprezíveis por quem tem inteligência, vontade de fazer e consciência das suas responsabilidades perante a comunidade.

segunda-feira, julho 14, 2008

REPAROS DE LINGUAGEM, SINAIS DOS TEMPOS

O Bastonário da Ordem dos Advogados, em entrevista a Judite de Sousa, falava nos juízes que oferecem "porrada" aos advogados. Na minha infância, esse era um termo proibido lá em casa. Isso era linguajar de carroceiro. Mas, também há tempos, uma ilustre senhora deputada falava nos mesmos termos. E também já ouvi Alberto João Jardim falar assim. Este último, aliás, fala publicamente em "gajos" e "gajas" como se estivesse sempre numa estrebaria, embora na Madeira haja muito boa gente que não fala assim. Começou, pois, a ser normal falar em tais termos, ou pelo menos socialmente aceitável, o que é ainda pior. E, mais grave ainda, já não será apenas uma moda. Ser deselegante e usar uma linguagem ordinária em público começa a ser um must para muita gente. Por ocasião das celebrações do Dia do Advogado, numa conferência no Clube Farense, um ex-bastonário referia-se a um dos ex-membros da sua equipa e bastonário que lhe sucedeu como o "Sr. Alves" e a um outro como "este senhor que lá está". Quem o disse não é propriamente um carroceiro, nem eu o tenho nessa conta, mas não deixa de ser deselegante. Também um destes dias, numa praia, ouvi uma mãe, se é que como tal se poderá chamar a tal criatura, dizer ao filho, que não devia ter mais de 4 anos e teimava em encher-se de areia e meter-se na água para adiar o fim do dia, qualquer coisa como isto: "és igualzinho ao cabrão do teu pai". Ao lado, o dito cujo sacudia a toalha e assistia impávido à cena. Quando na sexta-feira passada li no suplemento literário do Público (ípsilon) uma passagem do "livro" de Margarida Rebelo Pinto, dito "Português Suave", tive a certeza de que os tempos mudaram de vez. E que eu começo a ficar definitivamente fora do tempo. Out of time, como diz essa célebre canção dos Rolling Stones que não me canso de ouvir. Mas para que não haja dúvidas sobre aquilo a que me refiro aqui fica a transcrição integral do texto que me fez cair em mim: "passei a vida inteira aos encontrões com gajos giros que são parvos, com gajos sérios que são enfadonhos, com indecisos confusos, com mentirosos e predadores, experimentei tudo e mais alguma coisa, aprendi a distinguir à légua um tipo porreiro de um filho da puta, aturei drogados, jogadores compulsivos, palermas com um feitio de merda e com pilas pequenas, ensinei os gajos a f.... e a fazer m....... como deve ser, e quando finalmente encontrei um gajo decente (...) e que gostava mesmo de mim e me dava alguma estabilidade sem me aborrecer (...) o cretino morre na auto-estrada". Esclareço que as reticências são minhas, que este é um blogue sério e que aqui o palavrão não é indiscriminado. No original não tem pontinhos. Ora, quando uma reportagem televisiva me esclareceu que a apresentação do "livro" da dita criatura foi feita por Paulo Teixeira Pinto, um tipo que intelectualmente muito prezo e que sabe distinguir um naco de boa prova de uma boa merda, e o ouvi dizer, quando questionado pela repórter, sobre se aquele era o melhor "livro" de tal "escritora" (parece que já escreveu 14 e que se farta de vender!), Teixeira Pinto, tão diplomática quanto hipocritamente, respondeu dizendo que a autora lhe tinha dito ser tal obra a mais consistente e que ele não duvidava disso. Pois eu, a avaliar por tal passagem, também não duvido. Mas, como diria o Pinheiro de Azevedo, chateia-me que seja assim. E fico ainda mais incomodado por uma vez, sem saber quem era a sujeita, ter comprado uma das suas "obras", fiando-me na publicidade que a apresentava como uma das revelações da literatura portuguesa, e de ter, ainda por cima, oferecido a "obra" à minha amiga Catarina. A esta hora, ela, que é uma alma excepcional e nunca me falou nas qualidades íntrinsecas da "obra", já me deverá ter perdoado. Depois de saber da asneira que fizera, jurei não voltar a oferecer um livro a alguém que estimasse sem o ter lido previamente. Neste momento, depois de recordar o que disse Paulo Teixeira Pinto e de ouvir todos os senhores que anteriormente referi, estou com dúvidas sobre se a dita Margarida não estará já à frente do seu tempo. E se o problema não será da gente como eu. Um ensimesmado nunca dá pelas mudanças nos tempos. O Pessoa que o diga.

UM ANO DEPOIS SOBRE A NOVA LEI DO ABORTO

Estranho que não seja dado nos jornais, nas televisões e nos blogues, o destaque devido a uma notícia da Lusa, depois retomada pelo JN e pelo Correio da Manhã, à redução do número de infecções e perfurações de órgãos associados ao aborto clandestino e à não verificação dos números que alguns alvitravam, caso a lei fosse alterada, como foi. Fico satisfeito por saber que as coisas não descambaram e que a redução dos números do aborto clandestino está aí a justificar a mudança. Não justifica, certamente, as vidas que não se concretizam. Esta continuará a ser uma outra discussão, mas em termos de saúde pública as declarações dos responsáveis da Ordem dos Médicos e da Direcção-Geral de Saúde não deixam margem para dúvidas. É só mais uma prova da inutilidade do referendo. E da utilidade de uma lei. Um ano depois caiu tudo no esquecimento.

ELEVAR A AUTO-ESTIMA


Tiago Monteiro, que venceu mais uma prova do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC), a selecção nacional de rugby, na categoria de sevens, que se sagrou campeã europeia, Manuel Gião e Pedro Couceiro, que subiram ao pódio no Campeonato Internacional de GT ao volante do Ferrari 430, foram alguns dos portugueses que brilharam este fim-de-semana. Todos têm várias coisas em comum, a saber: não foram treinados por Scolari, não abrem os noticiários, não passam os dias a dar entrevistas e não consta que tenham precisado da ajuda de árbitros ou de terceiros para brilharem. Impuseram-se de forma limpa, competindo ao mais alto nível mundial e europeu. E isso é muito para a auto-estima de um povo que tem andado tão por baixo.

sexta-feira, julho 11, 2008

A NÃO PERDER

E se tiverem tempo aproveitem para um mergulho no Guincho.

EM ESTADO COMATOSO


Aceitam-se propostas de cura. Mesmo radicais. Futuras candidaturas para o exercício da advocacia deverão ser dirigidas ao Serviço Nacional de Saúde. Seis anos de inércia e outros seis a correr para o abismo com as televisões atrás. Agora já têm toda a visibilidade do mundo. O resultado está à vista.

UM MONTE DE PEDRAS NO SAPATO

O silencioso Luís Filipe Menezes voltou a dar sinal. Agora foi a propósito das obras públicas. Não sou do PSD mas não custa verificar que o ressábio é uma coisa muito feia. E que dói.

terça-feira, julho 08, 2008

AS AMPLAS LIBERDADES DE MUGABE

O circunspecto Guardian divulgou este vídeo que esclarece muita coisa sobre a natureza do regime de Mugabe e as amplas liberdades que por ali se vivem.

A SEDES: UM CASO PERDIDO

Face à saída de um novo comunicado da SEDES, dou aqui por integralmente reproduzido o post que escrevi em 22 de Fevereiro passado. A vacuidade prossegue inexoravelmente o seu caminho sob a capa da reflexão, sem propostas novas, sem uma ideia que seja. É a crítica pela crítica. Antes criticava-se o "mal-estar", agora percebe-se que afinal o dito "mal-estar" era provocado pelas "reformas corajosas e indispensáveis" que estavam em curso e que agora, no dizer da SEDES, começaram a afrouxar. O mínimo que eu esperaria da SEDES, com tanta luminária lá dentro, era que propusesse a alteração dos curtos ciclos eleitorais que temos, por exemplo para 5 ou 6 anos, para que as reformas se fizessem e não houvesse lugar a recuos eleitoralistas. Ou uma mudança do sistema político. Não fizeram nada disso. Limitaram-se a ficar pela rama, pelo tempo de antena. Nada de novo a acrescentar.

segunda-feira, julho 07, 2008

A SOLUÇÃO É EXTERMINÁ-LOS

Aquilo que tem vindo a ser relatado, de forma insistente ao longo de todo o fim-de-semana e que hoje continua nas páginas dos jornais, relativamente ao sucedido na reunião de sexta-feira do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, já devia ter obrigado a que o presidente da Federação, o inenarrável Gilberto Madaíl, e o membro do Governo que tutela o Desporto, tivessem dito alguma coisa de substancial, tivessem dado um sinal sobre o que pensam e sobre a forma como pretendem resolver o problema gerado pelos braços tentaculares do clientelismo, do nepotismo encoberto, da promiscuidade entre o futebol, a política, os negócios e o poder autárquico. Percebo que seja incómodo para os senhores resolverem o problema, em especial se tiverem chegado onde chegaram à custa de acordos de bastidores para a formação de listas, distribuindo lugares e promessas ou contando para tal com o estatuto de utilidade pública que a Federação Portuguesa de Futebol ostenta, situação de favor que há muito deveria ter perdido porque não há nada na sua actuação e no comportamento dos seus órgãos nos últimos anos que o recomende. Se Laurentino Dias não actuar desta vez, ao contrário do que fez no caso Nuno Assis, de triste memória, e apresentar de novo como razão para a sua inércia a autonomia dos órgãos disciplinares da justiça desportiva, quando se sabe que eles são tudo menos autónomos, José Sócrates tem apenas um caminho a seguir: retirar o estatuto de utilidade pública à Federação Portuguesa de Futebol e dissolver todos os órgãos desta, acabando com o circo. Curiosamente, ao mesmo tempo que esta salganhada acontece, fica-se a saber dos estranhos contornos de uma ainda mais estranha proposta feita ao jogadores da selecção nacional de futebol, em Março passado, para exploração da sua imagem comercial, veiculada por uma tal agência "Polaris", ligada ao empresário Jorge Mendes e a Bárbara Vara, filha de Armando Vara, cuja rejeição por parte da maioria dos jogadores terá desencadeado a ira do ex-seleccionador nacional, agenciado pela mesma Polaris, que ao saber do que se passou terá mesmo ameaçado alguns jogadores de não irem ao Euro 2008 se não aceitassem tal representação. Um dos jogadores visados, di-lo o jornalista Octávio Lopes, foi Marco Caneira, um dos que ficou de fora da convocatória. Tudo isto é muito grave. E mais grave ainda é que fique sem os devidos esclarecimentos. Se depois ainda atentarmos em que toda esta gente que "anda metida" no futebol e nos "negócios da bola" exala ligações autárquicas e políticas (Madaíl foi deputado do PSD, Valentim Loureiro também, Gonçalves Pereira é autarca do PSD em Gondomar, José Luís Oliveira é do PSD, Hermínio Loureiro também é do PSD e é deputado por Aveiro, Rui Gomes da Silva está ou esteve também ligado ao futebol...) sem que lhes sejam conhecidos quaisquer méritos que os recomendem para os cargos que ocupam e/ou ocuparam - basta ouvi-los falar para se ter uma ideia do nível -, é de perguntar se tudo isto que se tem passado não é suficientemente mau e desonroso para obrigar a uma intervenção da tutela e para que seja desencadeada uma investigação com cabeça, tronco e membros aos bastidores do futebol português.

FINALMENTE, NADAL!

(foto Corriere della Sera)

Fez-se justiça em Wimbledon.

sexta-feira, julho 04, 2008

INGRID BETANCOURT, AS FARC E VÍTOR DIAS

A propósito de um post anterior sobre a libertação de Ingrid Betancourt, Vítor Dias escreveu-me dizendo, basicamente, que "sem mudar um milimetro à minha devastadora opinião sobre o regime de Álvaro Uribe, que documentação norte-americana comprova as suas ligações ao narcotráfico e à cruel acção dos paramilitares de extrema-direita (...), saúdo e registo como positiva a libertação de Ingrid Bettancourt que, salvo melhor opinião, há muito devia ter sido uma inteligente decisão das FARC". Vítor Dias acrescentou, ainda, de relevante, que ao longo de 30 anos nunca escreveu nada que o pudesse apresentar como "defensor ou apoiante das FARC".

O registo aqui fica, pois que, embora este blogue "muito democraticamente não tenha caixa de comentários", aqui nada se silencia ou branqueia. E se há alguma coisa a emendar, não se foge nem se enterra a cabeça na areia.

Porém, se bem me recordo, as FARC até tiveram direito a pavilhão em sucessivas edições da Festa do Avante, e, se a memória não me atraiçoa, nunca li ou ouvi nada da parte de Vítor Dias ou dos seus camaradas do partido a condenar essa presença e o apoio implícito, senão mesmo explícito, do PCP às FARC.

Por último, quero dizer a Vítor Dias que por estes lados, sem prejuízo do reconhecimento do êxito político e militar, não se apoia Uribe, nem nenhum ditador, putativo, em potência ou real, e que o que estava em causa era, e é, a condenação inequívoca do terrorismo, seja ele das FARC ou de qualquer outra organização, de extrema-esquerda, de extrema-direita ou pura e simplesmente de mafiosos.

quinta-feira, julho 03, 2008

A ÚNICA CERTEZA

Foi reconfortante ouvir Medina Carreira dizer, no meio das crónicas críticas a que já nos habituou, que se não fosse a política dos últimos anos de Teixeira dos Santos e de José Sócrates não teríamos conseguido aguentar o embate da crise do subprime e da alta dos preços do petróleo. A única certeza que agora temos é que o país ao livrar-se de Santana Lopes livrou-se da boa. Se assim não tivesse sido hoje nem sequer estaríamos de tanga. Estávamos todos nus, com fome e com frio. Abençoado Jorge Sampaio!

À ESPERA DE GODOT

Como até agora Manuela Ferreira Leite nada disse sobre os cortes nas obras públicas que o Governo pretende levar a cabo, depois do convite ontem formulado por José Sócrates para que o PSD esclareça quais os cortes que pretende e as alternativas que sugere, vamos todos ter de esperar. De preferência sentados. É que, percebeu-se logo, antes das sugestões aparecerem é mais do que certo que por aquelas bandas alguém vai ter primeiro de estudar os dossiers e analisar os relatórios, para depois poderem serem feitas quaisquer propostas.

5 ESTRELAS

Apesar de nunca ter morrido de amores pela figura, não posso deixar de felicitar José Sócrates pela magnífica entrevista que ontem deu a Judite de Sousa e a José Alberto Carvalho. Passada a fase mendista e o desvario menezista, o primeiro-ministro surge agora num registo mais sóbrio, mais ponderado e mais eficaz. É a prova de que a mudança de liderança do PSD, tal como eu aqui vaticinei, obrigaria a uma mudança no PS e na direcção do Governo, da qual os portugueses só teriam a ganhar. Sócrates pode finalmente concentrar-se nos problemas do país, tal como Ferreira Leite, esquecendo os disparates dos anteriores líderes do PSD, deixando para trás a discursata esquizofrénica e o ar de feira que manchou alguns debates parlamentares. Os resultados começam já a aparecer e o tom genuinamente humilde e discreto, aliado a uma boa preparação e a um discurso enérgico, podem voltar a dar um novo élan à recta final antes do ciclo legislativo do próximo ano. Os adversários que se cuidem.

FREEDOM AT LAST

Finalmente a liberdade! A fantástica operação de resgate de Ingrid Betancourt e de mais catorze reféns das FARC, em plena selva colombiana, sem perda de vidas (pelo que se sabe) e com uma limpeza a toda a prova, constitui um êxito indiscutível do presidente Uribe e uma derrota de todas aqueles que ao longo dos anos têm pactuado com a miséria moral e humana de que são impregnados os terroristas das FARC. Depois da morte de Raul Reys e de Manuel Marulanda era o pior que lhes podia acontecer. Fico agora ansiosamente à espera das reacções de Chávez, de Fidel e dos nossos indefectíveis das FARC: Bernardino Soares, Vítor Dias, Jerónimo de Sousa e, em especial, de Miguel Urbano Rodrigues que ainda há dias na SIC-N exultava o bando guerrilheiro.