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sexta-feira, fevereiro 29, 2008
O LAVAGANTE
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AINDA ONTEM
Critiquei aqui nesta tribuna, num post anterior, a incontinência legislativa e a falta de sentido de alguns diplomas que vão saindo em catadupa. Nem de propósito. Hoje mesmo saiu mais uma portaria (210/2008), que veio alterar a Portaria n.º 10/2008, publicada em 3 de Janeiro (apenas há menos de dois meses), que regulamentava a Lei n.º 34/2004, de 29 de Julho, na redacção dada pela Lei n.º 47/2007, de 28 de Agosto. Trata-se do diploma que versa o sistema de apoio judiciário, acesso ao direito e o regime das nomeações oficiosas e dos pagamentos efectuados no seu âmbito. São só 13 (treze) artigos que são alterados. Num universo de 37! Depois do charivari que foi no meio judicial e, em especial, por parte dos advogados e do seu bastonário, com a portaria de 3 de Janeiro, que entre outras barbaridades menores, atribuía a um advogado qualquer coisa como cerca de 6 (seis) euros mensais por um processo que lhe fosse confiado - despesas incluídas - o secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, voltou a fazer marcha-atrás e aceitou chegar a um entendimento com a Ordem dos Advogados, repondo em vigor os valores das compensações previstas na Portaria n.º 1386/2004, de 10 de Novembro. Ontem mesmo também ouvi um senhor secretário do Estado, creio que do Orçamento, ao lado do ministro do Ambiente, dizer que três meses depois da saída de uma nova lei sobre o apoio aos jovens na aquisição de casa própria, que foi um fracasso total, o regime vai ser outra vez revisto. Eu só pergunto se havia necessidade disto? Para quê publicar legislação a granel que logo no mês seguinte ou dois meses o próprio Governo reconhece que é um fiasco total? Reconhecer o erro é uma virtude. Insistir no erro e não dar ouvidos a quem sabe antes de publicar a asneira, para logo depois corrigir, é uma perfeita estupidez e denota falta de inteligência. Não há opinião pública que resista.
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
TRAPALHADAS
Agora foi o indigitado director da Polícia Judiciária do Porto, Almeida Pereira, que deu o dito por não dito. Depois de ter aceitado a nomeação para o cargo, na pendência da decisão do CSMP, vem dizer que a repercussão pública da sua indicação o levou a voltar atrás. Primeiro, quando questionado sobre o assunto, confirmou o convite. Depois, confirmou a aceitação. De seguida, mudou de ideias e, afinal, vai ficar onde está. Sempre é preferível um bom magistrado no DIAP a fazer o que sabe do que mais um peão na arena. O Dr. Alípio Ribeiro já devia ter feito a mala e regressado aos tribunais, de onde, aliás, nunca deveria ter saído. Este é um facto por todos reconhecido. O outro é que o Dr. Alípio Ribeiro nunca deveria ter sido convidado para dirigir a PJ. Trata-se de um dado adquirido. Porém, o mais grave é que a PJ possa estar a ser utilizada como arma das eventuais guerras - e eu não sei se existem - entre o Ministério da Justiça, a PJ e a Procuradoria- Geral da República. Isto é que já me parece de todo insano. No meio destas trapalhadas, geradas pelo Dr. Alípio Ribeiro e pelas mudanças na PJ e na direcção dos inquéritos que correm para os lados do Porto, maxime o do Apito Dourado, fico com a sensação de que saem todos chamuscados. Seguro é que há ainda uma solução e esta passa pelo primeiro-ministro. Sócrates tem de fazer um ponto de ordem à mesa e demonstrar a sua autoridade na área da Justiça. Pelo estilo que tem demosntrado não lhe deverá ser difícil. Se o não fizer, depois, restar-lhe-á apenas juntar os cacos de tanta irresponsabilidade avulsa. E ouvir os dislates de Luís Filipe Menezes e de Paulo Portas. Só que aí com razão. A falta de bom senso, de autoridade e de responsabilidade política e institucional ameaçam tomar conta disto. Os sinais de fogo estão todos aí. E são preocupantes.
FELIZ ANIVERSÁRIO
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
CONTINUA A INCONTINÊNCIA LEGISLATIVA
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UMA ASNEIRA NUNCA VEM SÓ
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MOREIRENSE JÁ TEM NOVO TREINADOR?
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Como não consta que Camacho ande a tomar copos pelas já poucas tascas de Lisboa, admito que a pressão para os lados da Luz seja grande e que ele esteja sob o efeito de alguma outra droga mirabolante. Sabendo da apetência de Camacho por treinar grandes equipas, embora com excepção de uma Taça de Portugal que "roubou" ao Mourinho não me recorde de outros grandes resultados, fiquei convencido, no meu íntimo, de que ele irá treinar o Moreirense na próxima época. É óbvio que será a sua melhor hipótese de vencer o próximo campeonato e a Champions, visto que os de Moreira de Cónegos estão no mesmo patamar dos milaneses. Acho bem que Camacho tenha objectivos mais altos do que treinar o Benfic. Não me parece é justo que ele hoje fique no banco. Qualquer que venha a ser o resultado desta noite com o Moreirense, Camacho devia sair já. Em caso de derrota evitava ter de dar explicações. E se ganhar não começará logo a indispor os seus futuros patrões. Bem sei que Ferreira Queimado ou Borges Coutinho este tipo nunca mais se sentava no banco. Mas com Luís Filipe Vieira arrisca-se a ter carta branca para planear a próxima época. Talvez seja então altura de eu começar a angariar apoios para me candidatar à liderança do clube. Nunca se sabe o que o futuro nos reserva. E pior do que o Vieira - em termos desportivos - não hei-de fazer com toda a certeza. Além de que não uso bigode e esta é sempre uma mais-valia junto dos sócios.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
AS CONTRADIÇÕES DA SEDES
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Desta vez, a SEDES resolveu brindar-nos com um alerta sobre o estado do país, provocado, em seu entender por "um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional", por uma "degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político", pela constatação da combinação de uma comunicação social sensacionalista e de uma justiça ineficaz, ante a progressão da criminalidade violenta e crescimento do "sentimento de insegurança ente os cidadãos", para concluir dizendo que tudo isto é ultrapassável através do "desbloqueamento da eficácia do regime" - que quererá isto dizer? - através de uma maior participação da sociedade civil, por via dos partidos, que segundo a SEDES carecem de regeneração, e o Presidente da República!
Começo logo por notar que não obstante a vacuidade do comunicado da SEDES, a comunicção social sensacionalista que a associação critica encarregou-se de o colocar nas primeiras páginas dos jornais, das rádios e das televisões. Se lermos com atenção verificamos que, em rigor, o comunicado da SEDES não diz nada. É mais um conjunto de banalidades esotéricas e inconsequentes, à semelhança de todos os seus comunicados anteriores, que não acrescenta nada de novo à resolução dos problemas nacionais. Para além do óbvio oportunismo e alarmismo que cria, na linha do artigo de um general na reserva recentemente saído no Expresso, é esta mesma SEDES que agora critica os partidos políticos e as desgraças do regime que há bem pouco tempo saudava o acordo entre o PS e o PSD na área da Justiça, o qual era "necessário para resolver os bloqueios estruturais que põem em risco o desenvolvimento da sociedade portuguesa", já que "só pela via do consenso político se podem reformar, com expectativa de durabilidade e consequente previsibilidade comportamental, áreas essenciais da nossa vida social e cuja organização actual bloqueia ou ameaça bloquear a nossa capacidade de desenvolvimento". E a SEDES manifestava esperança que esse acordo pudesse ser alargado a outras áreas como a Administração Pública, a Educação e a Segurança Social.
Mas aqui, convém recuar ainda um pouco mais, e ir até ao comunicado da SEDES de 9 de Julho de 2002, assinado por João Salgueiro, Faria de Oliveira, João Ferreira do Amaral, João Proença, João de Almeida Serra, Luís Barata e Vítor Bento, para constatarmos que, então, a SEDES defendia nada mais nada menos que um "pacto de regime" (!) atenta a circunstância de já nessa altura "haver um acirrar da conflitualidade política" conducente a um "caminho de perda colectiva", "tanto mais que a crise é mais profunda do que as suas emanações económicas podem sugerir". A SEDES propugnava então por uma "serena reflexão" e a obtenção através das principais forças políticas e sociais do país do "consenso necessário para corrigir rapidamente os desequilíbrios com que o País se confronta e para regenerar a base moral da sociedade". Dizia a SEDES que era pela via do consenso que seria possível reeditar sucessos anteriores - adesão à União Europeia e entrada na moeda única - para concluir defendendo um conjunto de medidas - inadiáveis presume-se - que ali identificou como "recuperar a ética como referência fundamental da vida económica e social", "criar condições de competitividade sustentada da economia portuguesa", "criar condições para a retenção de relevantes centros de decisão económica no País, sem se deixar cair no proteccionismo limitador do pleno desenvolvimento das capacidades nacionais", "definir uma clara estratégia europeia", "reformar a Administração Pública", "reformar o sistema de Justiça" e "reformar o sistema de educação", visando o aumento da competência, do rigor e da responsabilidade.
Ora, num momento em que estão a ser conduzidas algumas das reformas mais importantes das últimas décadas, a começar pelas da Segurança Social, da Saúde, da Justiça, da Administração Pública e da Educação, rompendo com uma série de problemas acomodados e procurando corrigir desequilíbrios estruturais da sociedade e do Estado, a SEDES parece ignorar tudo isso e resolveu, uma vez mais, derivar para a diletância e a vacuidade.
A SEDES esquece que é ela própria a imagem do imobilismo e dos atavismos do regime que critica, e em vez de apontar caminhos, soluções, perde-se em afirmações gongóricas, destituídas de qualquer sentido prático e de coerência.
A desagregação do tecido social e político do país há muito que começou, e contou para isso com o patrocínio de muitos dos membros da SEDES nas diversas instituições por onde passaram, nalguns casos mesmo tentanto impedir e contrariar reformas essenciais, como as da introdução de uma maior transparência do sistema bancário e de mecanismos de maior rigor e protecção dos consumidores.
Vir agora dizer, como faz a SEDES, que o regime está bloqueado e chamar a atenção para o descrédito em que a clase política está não resolve nada. Trata-se de pura verborreia inconsequente. O diagnóstico dos problemas do regime há muito que foi efectuado. Não foi preciso a SEDES vir fazê-lo.
O que se pedia à SEDES, o que a sociedade civil e o país esperavam dela, era que em vez de generalidades inócuas, fizesse uma crítica directa, consistente e consequente às medidas que têm vindo a ser tomadas pelo Governo de José Sócrates, ao papel que a oposição tem desempenhado, que apontasse erros nas reformas empreendidas, caminhos e metas capazes de serem discutidas, integradas numa estratégia e escrutináveis. Mas a SEDES não fez nada disso preferindo antes falar em inanidades como bolas de berlim e colheres de pau, numa crítica velada à ASAE. Tudo, penso eu, porque os membros da SEDES falam muito, mas receiam o confronto directo, temem o confronto com os sátrapas do regime, com as suas opiniões e com os seus interesses. Enfim, numa palavra, receiam comprometer-se. Daí que, o que aos membros da SEDES sobra em boa vontade, acaba por lhes faltar em talento e em coragem. É normal. Todos sabemos que é mais cómodo emitir de tempos a tempos comunicados não comprometedores, dando uma no cravo e outra na ferradura. Disso a SEDES também não têm culpa. A SEDES não tem culpa de nada porque também há muito que os seus membros foram colhendo os frutos do regime sem assumirem as suas próprias responsabilidades para com a sociedade civil no estado de coisas que denunciam. A SEDES tornou-se no espelho do regime e é ela própria a imagem da ineficiência do sistema político. O seu último comunicado é a melhor prova disso.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
REGISTEI
A falta de solidariedade, baixeza ética e mediocridade política da actual direcção do PSD - declarações de Menezes de que o partido era só um, mas que o PSD dele não tinha nada a ver com os outros, e instauração de uma auditoria anunciada por Ribau Esteves às contas das anteriores direcções do partido - face à condenação por causa do donativo da SOMAGUE.
Em contrapartida, apreciei o gesto de Paula Teixeira da Cruz, enquanto presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, para com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, quando confrontada com a notícia do chumbo por parte do Tribunal de Contas ao empréstimo aprovado pela autarquia.
Há pequenos gestos que fazem a diferença e dizem tudo sobre a grandeza de uns e a pequenez de outros. A política não é para todos.
terça-feira, fevereiro 19, 2008
BYE BYE FIDEL, A REVOLUÇÃO ESTÁ PRESTES A COMEÇAR
Our main goal: Freedom in Cuba
By BARACK OBAMA
By BARACK OBAMA
When my father was a young man living in Kenya, the freedom and opportunity of the United States exerted such a powerful draw that he moved halfway around the world to pursue his dreams here. My father's story is not unique. The same has been true for tens of millions of people, from every continent -- including for the many Cubans who have come and made their lives here since the start of Fidel Castro's dictatorship almost 50 years ago.
It is a tragedy that, just 90 miles from our shores, there exists a society where such freedom and opportunity are kept out of reach by a government that clings to discredited ideology and authoritarian control. A democratic opening in Cuba is, and should be, the foremost objective of our policy. We need a clear strategy to achieve it -- one that takes some limited steps now to spread the message of freedom on the island, but preserves our ability to bargain on behalf of democracy with a post-Fidel government.
The primary means we have of encouraging positive change in Cuba today is to help the Cuban people become less dependent on the Castro regime in fundamental ways. U.S. policy must be built around empowering the Cuban people, who ultimately hold the destiny of Cuba in their hands. The United States has a critical interest in seeing Cuba join the roster of stable and economically vibrant democracies in the Western Hemisphere. Such a development would bring us important security and economic benefits, and it would allow for new cooperation on migration, counter-narcotics and other issues.
Advance political reform
These interests, and our support for the aspirations of the Cuban people, are ill served by the further entrenchment of the Castro regime, which is why we need to advance peaceful political and economic reform on the island. Castro's ill health and the potentially tumultuous changes looming ahead make the matter all the more urgent.
Unfortunately, the Bush administration has made grand gestures to that end while strategically blundering when it comes to actually advancing the cause of freedom and democracy in Cuba. This is particularly true of the administration's decision to restrict the ability of Cuban Americans to visit and send money to their relatives in Cuba. This is both a humanitarian and a strategic issue. That decision has not only had a profoundly negative impact on the welfare of the Cuban people. It has also made them more dependent on the Castro regime and isolated them from the transformative message carried there by Cuban Americans.
In the ''Cuban spring'' of the late 1990s and early years of this decade, dissidents and human-rights activists had more political space than at any time since the beginning of Castro's rule, and Cuban society experienced a small opening in advancing the cause of freedom for the Cuban people.
U.S. policies -- especially the fact that Cuban Americans were allowed to maintain and deepen ties with family on the island -- were a key cause of that ''Cuban spring.'' Although cut off by the Castro regime's deplorable March 2003 jailing of 75 of Cuba's most prominent and courageous dissidents, the opening underscored what is possible with a sensible strategic approach.
We in the United States should do what we can to bring about another such opening, taking certain steps now-and pledging to take additional steps as temporary openings are solidified into lasting change.
Cuban-American connections to family in Cuba are not only a basic right in humanitarian terms, but also our best tool for helping to foster the beginnings of grass-roots democracy on the island. Accordingly, I will grant Cuban Americans unrestricted rights to visit family and send remittances to the island.
But as we reach out in some ways now, it makes strategic sense to hold on to important inducements we can use in dealing with a post-Fidel government, for it is an unfortunate fact that his departure by no means guarantees the arrival of freedom on the island.
Bilateral talks
Accordingly, I will use aggressive and principled diplomacy to send an important message: If a post-Fidel government begins opening Cuba to democratic change, the United States (the president working with Congress) is prepared to take steps to normalize relations and ease the embargo that has governed relations between our countries for the last five decades. That message coming from my administration in bilateral talks would be the best means of promoting Cuban freedom. To refuse to do so would substitute posturing for serious policy -- and we have seen too much of that in other areas over the past six years.
We must not lose sight of our fundamental goal: freedom in Cuba. At the same time, we should be pragmatic in our approach and clear-sighted about the effects of our policies. We all know the power of the freedom and opportunity that America at its best has both embodied and advanced. If deployed wisely, those ideals will have as transformative effect on Cubans today as they did on my father more than 50 years ago. "- in www.thatpoliticalblog.com
AGUARDAM-SE AS REACÇÕES DOS INTERESSADOS
Segundo o Diário Digital, a Somague foi condenada por financiamento ilegal do PSD. "O Tribunal Constitucional condenou a Somague a uma multa de 600 mil euros por financiamento ilegal do PSD na campanha eleitoral das autárquicas de 2001. O partido foi multado em 35 mil euros e terá de devolver os 233 mil euros de financiamento ilegal." O Acórdão está também no site do Tribunal. Aguardam-se as reacções, em particular por parte de quem andava tão empenhado a criticar os governos em tom sobranceiro e a promover compromissos com o nome de Portugal.
ZITA SEABRA
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Zita Seabra, uma das figuras de proa do novo PSD, veio ontem comentar a entrevista de José Sócrates à SIC. Fê-lo nos termos a que já nos tinha habituado quando era uma indefectível de Cunhal e do PCP. Fiquei mesmo convencido de que para ela não era preciso ter visto e ouvido a entrevista do primeiro-ministro para poder comentá-la. Quem a viu naquele ar triste e compungido criticar o ar cansado de José Sócrates, e debitar a usual meia dúzia de vacuidades, não pode ter deixado de ter pena da senhora. Dir-se-ia que Zita Seabra seguiu até hoje sem conseguir despir a farda comunista e a decorar cassetes. Hoje como ontem a demagogia é a mesma. A receita que servia para criticar o imperialismo norte-americano e as políticas anti-sociais e contra os trabalhadores dos partidos de direita é exactamente igual à que agora usa para criticar a intervenção de Sócrates, falar dos números do desemprego ou agitar as bandeiras dos idosos e da política de saúde. Nem sequer o estilo mudou. Tempos houve em que admiti que a reconversão era sincera e possível. Agora tenho a certeza de que dentro daquela cabecinha ficou tudo na mesma, embora sob roupagens mais aburguesadas. Esta gente não é reconvertível. Putin é o melhor exemplo. A democracia pode assimilá-los mas não os recicla. Mudou a cor. Não mudou mais nada.
TODOS À ESPERA...
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ESTADOS DE ALMA DE UMA ÁGUIA BICÉFALA
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De uma notícia do Público de hoje:
"Menezes garantiu no domingo, em Gaia, que "não haverá acordo" caso a nova lei autárquica retire aos presidentes de junta o direito de votar na assembleia municipal o orçamento camarário e as grandes opções do plano.
Uma total inversão da posição da actual direcção do PSD, que assumiu o acordo feito no tempo de Marques Mendes, foi negociado pela bancada com o PS e cuja formulação foi aprovada em conselho nacional.
Ontem, Santana Lopes admitia ter sido apanhado de "surpresa" pelas declarações do presidente do partido, com quem diz ainda não ter falado sobre o assunto. Salientando "não querer fazer comentários" antes dessa conversa, Santana admite que lutará para que a reforma se concretize, tal como sempre defendeu ao longo do processo."A minha obrigação é encontrar uma solução para garantir uma reforma assumida há anos e que continuo a considerar importante", frisou o líder da bancada laranja. "Se a reforma da lei autárquica for por água abaixo, perdem-se alterações importantes, nomeadamente o facto de o presidente da câmara poder escolher os seus vereadores."
Com a ameaça de romper o acordo Menezes desautoriza também o vice-presidente do partido, Ribau Esteves, que no final de Janeiro, numa carta aos presidentes de junta do PSD, justificava as razões pelas quais Menezes dera seguimento ao acordo."
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
O GATO E O RATO
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VÁ-SE LÁ ADIVINHAR O QUE O HOMEM QUER
domingo, fevereiro 17, 2008
PAÍS DE PAPALVOS
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sexta-feira, fevereiro 15, 2008
INSÓLITOS DO FISCO
Depois de aqui há uns anos me terem sido instaurados processos por falta de entrega de declarações do IVA relativas a um período em que não vivi em Portugal, facto que era do conhecimento das entidades tributárias uma vez que tinha a actividade suspensa e pagava impostos noutro lado, de ter sido ameaçado de não receber uma devolução que já me tinha sido processada, e, mais recentemente, dos pedidos de colaboração do Director-Geral das Contribuições e Impostos, de que Pacheco Pereira no seu Abrupto deu oportunamente notícia, fiquei hoje a saber que, na sequência da anulação de uma coima que me havia sido indevidamente aplicada, me foi instaurada uma execução fiscal para cobrança da quantia de € 0,94 (por extenso para que não haja dúvidas: noventa e quatro cêntimos!!!). É para manter uma máquina destas, oferecer imóveis às concessionárias do jogo e sustentar a banca que nós andamos a pagar impostos. O ministro Teixeira dos Santos, um excelente ministro, um homem sério, diga-se de passagem, diz que os contribuintes voltaram a ser uma prioridade (cfr.Público de hoje, caderno de Economia). Eu, palerma, ainda acredito nele. Mas o problema é que devem ser os contribuintes de outro país qualquer, pois que por mais que me esforce não consigo acreditar na máquina fiscal e nalguns amanuenses que detendo um pequeno poder estão sempre ansiosos em mostrar resultados. Só que não olhando a meios ocupam o seu tempo a tentar lixar o contribuinte zeloso, causando-lhe "n" incómodos, enquanto os relapsos se riem.
VITÓRIA 100 NA EUROPA
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Sport Lisboa e Benfica - 1
FC Nuremberga- 0
Ainda pensei que a inaguração da exposição centenária no Parlamento Europeu pudesse dar alguma alma e juízo àquela malta. Mas qual quê! Não jogaram a ponta de um chavelho. Para a história ficou registada a 100ª vitória europeia do Benfica desde 1960. Ainda há horas felizes. Graças a Ariza Makukula e a um guarda-redes alemão de cujo nome já nem me lembro.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
A PRAGA CONTINUA
A LUSA noticiou que esta tarde, em Loulé, ocorreu mais um ataque de um rottweiller contra uma criança de vinte meses. Ao que reza a notícia a besta ficou incomodada com o choro da criança e investiu. O resultado foi um escalpe profundo e a abertura de ficha nos cuidados intensivos do Hospital de Faro. Enquanto continuarmos a encolher os ombros a este estado de coisas, e os ataques se forem repetindo a um ritmo impressionante, muitas mais crianças estarão em perigo. Continua a não existir prevenção e começa a ser criminosa a complacência das autoridades e a impunidade de quem, para deleite próprio, põe em risco desta forma perfeitamente gratuita a vida e a segurança de terceiros.
DEMAGOGIA E POPULISMO Q.B.
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segunda-feira, fevereiro 11, 2008
RUI PAIVA
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sexta-feira, fevereiro 08, 2008
NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA
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Fez ontem uma excelente entrevista a esse grande senhor da canção francesa chamado Charles Aznavour. Na língua de Racine esteve bem melhor do que Mário Soares, embora tivese sido escusado borrar a pintura com aquela de perguntar ao entrevistado o que pensava das relações entre Sarkozy e Carla Bruni. A pergunta, a fugir para o chinelo, para além de infeliz, revelava desconhecimento pela personalidade de Aznavour, pela maneira de ser dos franceses e confundia a liberal França com a intrigalhada ao estilo inglês e o doentio conservadorismo dos EUA. Foi pena. Para a próxima será melhor. Ninguém é perfeito.
NUNCA É TARDE PARA REPARAR UM ERRO
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quinta-feira, fevereiro 07, 2008
KUNG HEI FAT CHOI
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O REI VAI NU
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NÃO HÁ DUAS SEM TRÊS
Uma vez mais Portugal perdeu com a Itália. No futebol, tal como na política, não há milagres. Ou se é capaz e se é capaz sempre, ou então o melhor é arrumar as botas. Scolari provou, de novo, não ter estatura para dirigir a selecção nacional contra as equipas do seu campeonato. Incapaz de apresentar um futebol decente há larguíssimos meses, a equipa das quinas especializou-se em conferências de imprensa, contratos publicitários e marketing. Tudo menos jogar futebol que era aquilo que era suposto saber fazer. Quando o treinador não presta, por muito bons que sejam os executantes, é natural que se falhe nos momentos decisivos. Os erros são sempre os mesmos, começam na baliza - Ricardo voltou a demonstrar ser um desastre - passam por uma defesa insegura - Bruno Alves?, Bonsingwa? -, um meio campo fraco, sem rotina e impotente - Deco?, Maniche? - e por um ataque individualista e inconsistente. Enquanto Scolari cultivar a aleivosia contra todos os que criticam a selecção, fazendo disso um método de trabalho e factor de união do balneário, é natural que os resultados contra as grandes equipas continuem a ser medíocres. A exibição de ontem voltou a augurar muito pouco de bom para o Euro que aí vem. Mas com a sorte que têm tido noutros campeonatos, pode ser que também desta vez se safem só com o terço e as bandeirinhas. Não há duas sem três. A Itália que o diga.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
UM LIVRO FUNDAMENTAL
"Che futuro ha un Paese dove la fame di poltrone ha spinto a inventare le comunità montane al livello del mare? Dove il Quirinale spende il quadruplo di Buckingham Palace? Dove una 'lasagnetta al ragù bianco e scarmoza' dello chef del Senato costa la metà di una pastasciutta alla mensa degli spazzini? Dove ci sono partiti nati dalla mutazione genetica di una bottega di cuoio e ombrelli? Dove conviene fiscalmente regalare soldi a una forza politica piuttosto che ai bambini lebbrosi? Che futuro ha un Paese così?"
Sergio Rizzo, responsável pela redacção económica do Corriere della Sera e autor de uma história sobre a editora Mondadori, e Gian Antonio Stella, editorialista do mesmo jornal e autor de diversos livros, resolveram juntar-se e escrever "La Casta", a investigação, como eles dizem, que põe a nú a classe dirigente italiana. A primeira edição saiu em Maio de 2007. Eu tive a sorte de apanhar a edição de Janeiro de 2008, que é só a 26ª! Em 18 artigos e uma dezena de quadros estatísticos, retomando a lição de Tocqueville e de alguns mais recentes, os autores explicam a deriva da classe política, por que razão vivemos num "sistema partidocrático que sofre de elefantíase", por que motivo a regionalização pode vir a ser um desastre de proporções inimagináveis em Portugal e a razão para que os alertas de Maria José Morgado e Marinho Pinto sobre corrupção e promiscuidades entre o poder político e económico façam todo o sentido. Espero que haja alguma editora portuguesa disposta a traduzir e publicar este livro. Isso seria verdadeiro serviço público e com retorno garantido. Se nenhuma aparecer pode ser que eu consiga convencer o meu amigo Marco Lisi, antigo colega de mestrado, doutorado em Florença e actual investigador do ICS, a traduzi-lo. Ou que Pacheco Pereira o queira fazer. Eu posso ajudar na publicação e garantir que já há vários exemplares que estão reservados: para José Sócrates, para Santana Lopes, para Alberto João Jardim, para o Procurador-Geral da República e, em especial, para Mendes Bota e José Miguel Júdice. É que há coisas que não se devem pensar, quanto mais dizer com a desfaçatez com que eles o fazem. Os exemplos estão à vista de todos e os números falam por si.
TAVERNA DEL MARINAIO, PORTOFINO
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