quinta-feira, fevereiro 28, 2008

TRAPALHADAS

Agora foi o indigitado director da Polícia Judiciária do Porto, Almeida Pereira, que deu o dito por não dito. Depois de ter aceitado a nomeação para o cargo, na pendência da decisão do CSMP, vem dizer que a repercussão pública da sua indicação o levou a voltar atrás. Primeiro, quando questionado sobre o assunto, confirmou o convite. Depois, confirmou a aceitação. De seguida, mudou de ideias e, afinal, vai ficar onde está. Sempre é preferível um bom magistrado no DIAP a fazer o que sabe do que mais um peão na arena. O Dr. Alípio Ribeiro já devia ter feito a mala e regressado aos tribunais, de onde, aliás, nunca deveria ter saído. Este é um facto por todos reconhecido. O outro é que o Dr. Alípio Ribeiro nunca deveria ter sido convidado para dirigir a PJ. Trata-se de um dado adquirido. Porém, o mais grave é que a PJ possa estar a ser utilizada como arma das eventuais guerras - e eu não sei se existem - entre o Ministério da Justiça, a PJ e a Procuradoria- Geral da República. Isto é que já me parece de todo insano. No meio destas trapalhadas, geradas pelo Dr. Alípio Ribeiro e pelas mudanças na PJ e na direcção dos inquéritos que correm para os lados do Porto, maxime o do Apito Dourado, fico com a sensação de que saem todos chamuscados. Seguro é que há ainda uma solução e esta passa pelo primeiro-ministro. Sócrates tem de fazer um ponto de ordem à mesa e demonstrar a sua autoridade na área da Justiça. Pelo estilo que tem demosntrado não lhe deverá ser difícil. Se o não fizer, depois, restar-lhe-á apenas juntar os cacos de tanta irresponsabilidade avulsa. E ouvir os dislates de Luís Filipe Menezes e de Paulo Portas. Só que aí com razão. A falta de bom senso, de autoridade e de responsabilidade política e institucional ameaçam tomar conta disto. Os sinais de fogo estão todos aí. E são preocupantes.

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