quarta-feira, fevereiro 06, 2008

UM LIVRO FUNDAMENTAL

"Che futuro ha un Paese dove la fame di poltrone ha spinto a inventare le comunità montane al livello del mare? Dove il Quirinale spende il quadruplo di Buckingham Palace? Dove una 'lasagnetta al ragù bianco e scarmoza' dello chef del Senato costa la metà di una pastasciutta alla mensa degli spazzini? Dove ci sono partiti nati dalla mutazione genetica di una bottega di cuoio e ombrelli? Dove conviene fiscalmente regalare soldi a una forza politica piuttosto che ai bambini lebbrosi? Che futuro ha un Paese così?"
Sergio Rizzo, responsável pela redacção económica do Corriere della Sera e autor de uma história sobre a editora Mondadori, e Gian Antonio Stella, editorialista do mesmo jornal e autor de diversos livros, resolveram juntar-se e escrever "La Casta", a investigação, como eles dizem, que põe a nú a classe dirigente italiana. A primeira edição saiu em Maio de 2007. Eu tive a sorte de apanhar a edição de Janeiro de 2008, que é só a 26ª! Em 18 artigos e uma dezena de quadros estatísticos, retomando a lição de Tocqueville e de alguns mais recentes, os autores explicam a deriva da classe política, por que razão vivemos num "sistema partidocrático que sofre de elefantíase", por que motivo a regionalização pode vir a ser um desastre de proporções inimagináveis em Portugal e a razão para que os alertas de Maria José Morgado e Marinho Pinto sobre corrupção e promiscuidades entre o poder político e económico façam todo o sentido. Espero que haja alguma editora portuguesa disposta a traduzir e publicar este livro. Isso seria verdadeiro serviço público e com retorno garantido. Se nenhuma aparecer pode ser que eu consiga convencer o meu amigo Marco Lisi, antigo colega de mestrado, doutorado em Florença e actual investigador do ICS, a traduzi-lo. Ou que Pacheco Pereira o queira fazer. Eu posso ajudar na publicação e garantir que já há vários exemplares que estão reservados: para José Sócrates, para Santana Lopes, para Alberto João Jardim, para o Procurador-Geral da República e, em especial, para Mendes Bota e José Miguel Júdice. É que há coisas que não se devem pensar, quanto mais dizer com a desfaçatez com que eles o fazem. Os exemplos estão à vista de todos e os números falam por si.

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