terça-feira, fevereiro 19, 2008

ZITA SEABRA


Zita Seabra, uma das figuras de proa do novo PSD, veio ontem comentar a entrevista de José Sócrates à SIC. Fê-lo nos termos a que já nos tinha habituado quando era uma indefectível de Cunhal e do PCP. Fiquei mesmo convencido de que para ela não era preciso ter visto e ouvido a entrevista do primeiro-ministro para poder comentá-la. Quem a viu naquele ar triste e compungido criticar o ar cansado de José Sócrates, e debitar a usual meia dúzia de vacuidades, não pode ter deixado de ter pena da senhora. Dir-se-ia que Zita Seabra seguiu até hoje sem conseguir despir a farda comunista e a decorar cassetes. Hoje como ontem a demagogia é a mesma. A receita que servia para criticar o imperialismo norte-americano e as políticas anti-sociais e contra os trabalhadores dos partidos de direita é exactamente igual à que agora usa para criticar a intervenção de Sócrates, falar dos números do desemprego ou agitar as bandeiras dos idosos e da política de saúde. Nem sequer o estilo mudou. Tempos houve em que admiti que a reconversão era sincera e possível. Agora tenho a certeza de que dentro daquela cabecinha ficou tudo na mesma, embora sob roupagens mais aburguesadas. Esta gente não é reconvertível. Putin é o melhor exemplo. A democracia pode assimilá-los mas não os recicla. Mudou a cor. Não mudou mais nada.

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