
segunda-feira, março 31, 2008
UM VERDADEIRO ENJOO

PURO SANGUE

sexta-feira, março 28, 2008
IRONIAS DO DESTINO

quinta-feira, março 27, 2008
JÁ SE RENDERAM?

LUCIDEZ

Muitas vezes estou em desacordo com os editoriais de José Manuel Fernandes e dele não tenho a ideia, como há dias transmitiu José Pacheco Pereira, de que seja mais um dos que levará eternamente a canga de ter apoiado a intervenção americana no Iraque pelo simples facto de ter apoiado. Mas o editorial de ontem do seu jornal merecia ser lido, relido e discutido, em especial depois do anúncio da descida do IVA para 20%. Uma medida acertada como foi esta não pode esconder as declarações de José Sócrates de 14 de Março passado. O infeliz Menezes, embora sem qualquer autoridade depois dos números que nos tem proporcionado, sozinho ou com ajuda de uma qualquer agência de comunicação, logo as recuperou para criticar o primeiro-ministro. E bem. O mal está mesmo naquilo que o director do Público escreveu: "Os partidos de governo em Portugal são demasiado iguais, o que é péssimo. É por isso que é tão difícil ser oposição. Convém pois perceber por que é que em Portugal todos pensam mais ou menos o mesmo sobre quase tudo". Eu só acrescentaria a este exercício de lucidez uma coisa: basta uma pequena viagem pela blogosfera e ler o que se escreve na maioria dos blogues. É um problema geral, mais do que de regime ou de mentalidade, um problema de cultura. E a prova disso é que não raras vezes ao unanimismo, ao elogio balofo, ao cinzentismo medíocre e inconsequente, contrapõe-se a picardia despeitada e o insulto.
A SORTE PROTEGE OS AUDAZES, MAS TAMBÉM OS INCOMPETENTES

ACÇÃO EM GRANADA
O COMBOIO DO CARREGADO

quinta-feira, março 20, 2008
UM DISCO FABULOSO, UMA MULHER FANTÁSTICA

É ISSO MESMO, UM NOVO SENTIDO NO OLHAR
(foto de Rui Electrão em www.fotodependente.com)
"Depois de meses e meses de chuva cerrada, a Primavera, com uma persistência vegetal, secreta, conseguira vencer o manto húmido que pesava sobre a cidade. Nas últimas semanas, o ar estava ligeiro, aliviado, e era a Primavera, finalmente a Primavera, tal como ela costumava chegar a Lisboa depois de muitas hesitações e de muito trabalho para vencer as nuvens da costa. As pessoas mal dão por isso. Um belo dia sentem a necessidade de olhar o céu, vêem azul, um azul fino, alegre, e dizem: "Já sei." Depois descobrem as pombas do Rossio e as colinas pousadas diante do rio, cobertas de uma luz macia, feminina; descobrem uma nova expressão no andar das mulheres e um novo perfume – nelas e na cidade. E todos regressam mais tarde aos autocarros e a casa. É isso a Primavera: um novo sentido no olhar, uma nova velocidade" - José Cardoso Pires, in Lavagante.
DE LUVA BRANCA

GOSTEI
De ver e ouvir o tributo que foi prestado na Quadratura do Círculo a Rodrigues Maximiano por Jorge Coelho, Lobo Xavier e Pacheco Pereira. É reconfortante saber que neste país ainda há quem reconheça os valores da integridade e da cidadania. Comme il faut.
EXCELENTE PRESTAÇÃO

UMA TRISTE EVIDÊNCIA
Depois da última visita ao Parlamento de José Sócrates e de acompanhar mais um debate no novo modelo, começa a querer-me parecer que este se esgotou bem mais cedo do que se pensava. Perguntar-me-ão se o problema reside efectivamente no modelo ou não. Eu creio que não. O problema é o baixíssimo nível do debate. Só que com estes deputados e com o primeiro-ministro que temos seria difícil fazer melhor e motivar a opinão pública. Confirma-se, pois, a tese de que neste país tudo é reformável, menos a classe política. E não há ninguém que nos acuda.
UM LONGO CAMINHO

segunda-feira, março 17, 2008
VAI DEIXAR SAUDADES

UMA ENTREVISTA SÓRDIDA

sexta-feira, março 14, 2008
quinta-feira, março 13, 2008
A HISTÓRIA DA MORAL
O momento de crise do Benfica e o do PSD levaram-me por momentos a recordar o Alexandre O'Neill. A História da Moral (De Ombro na Ombreira, 1969) diz tudo em muito poucas palavras:
Você tem-me cavalgado,
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.
Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.
EXERCÍCIO DE TRANSPARÊNCIA
" (...) para teu esclarecimento, o PSD/Faro só teve uma “cara” nesta matéria e resumidamente estribou a sua posição no seguinte:
1- Afirmámos a necessidade do Polis para o nosso concelho, que padece de um atavismo crónico há 20 anos, que o colocou no fim da tabela de desenvolvimento dos concelhos do litoral algarvio.
2 – No entanto, solicitámos à CMF a salvaguarda de duas questões, uma quanto à delimitação Nascente da área desafectada do D.P.M. (Domínio Público Marítimo) na Praia de Faro, e outra no que concerne às demolições. Aqui assumimos a nossa intransigência pela requalificação dos núcleos habitacionais das ilhas barreira, em oposição às demolições.
Apresentámos em coerência uma proposta à CMF, para salvaguarda destas duas questões, que foi integralmente aceite e deliberada favoravelmente pelo executivo socialista, agora vinculado a defender também a requalificação.
Em nosso entender, salvaguardadas estas duas questões, ficaram reunidas as condições para viabilizar o Polis.
No entanto, não concordamos com o modelo de gestão optado para a sociedade Polis, pois víamos como necessária a exigência de um concurso público internacional para a escolha do gabinete projectista, contrariamente ao ajuste directo à “Parque Expo”, e entendemos que as Câmaras Municipais mereciam um papel mais relevante na gestão da sociedade Polis.
Ponderados os prós e contras, entendemos que o essencial estava defendido com a proposta que foi apresentada à CMF, e que sendo assim, deveria prevalecer o interesse colectivo de Faro e dos farenses.
É por isso que discordo da ideia, a meu ver errada, de que houve “meias tintas”. Não houve. O que houve foi a tomada de uma posição difícil, mas responsável, em prol do progresso de Faro. E para atingir esta decisão, não ponderámos nem os votos nem o prestígio, mas apenas e tão só o futuro de Faro".
Sem mais comentários, que o espaço é limitado, mas com a lembrança de que só os textos assinados por mim são da minha exclusiva responsabilidade, aqui fica o esclarecimento recebido do meu amigo PGC sobre um comentário anterior à votação de ontem na Assembleia Municipal de Faro. Como me diziam os australianos, no worries, mate!
ENTÃO EM QUE FICAMOS?
Há uma semana atrás, Luís Filipe Menezes (deve ser do nome... o outro também é Luís Filipe, o do SLB, tal como aquele cepo que joga a lateral direito na equipa de futebol), confessava que o PS não merecia ser governo, mas que o PSD ainda não estava preparado para ocupar esse lugar. Ontem, o líder do PSD veio esclarecer, no meio de um vendaval de asneiras, referindo-se à sua equipa e ao seu partido, que "já ganhámos a credibilidade e o estatuto de poder acreditar na vitória" (Correio da Manhã). Não sei se quem lhe diz para dizer estes dislates é o inefável Ribau, o tal que ainda agora foi desmentido pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, ou o balofo cacique de Loulé que ocupa a vice-presidência, o mesmo que, demonstrando o seu nível e à falta de melhores argumentos, chama a Pacheco Pereira a "cavalgadura do círculo" (Lobo Xavier esclareceu ontem que afinal a expressão era para todos os intervenientes do programa da SIC Notícias!)(1). Uma coisa é certa, não há mudança de símbolo, introdução de novas cores - "azul dégradé" chamou-lhe Zita Seabra - ou campanha de marketing que disfarce a incompetência e a ignorância. Só mesmo Jorge Coelho parece estar satisfeito com o actual panorama do PSD. Mas o País, no meio desta agitação, continua sem saber se o PSD é um partido da oposição com aspirações de governo ou apenas uma companhia de circo dirigida por trampolineiros preocupados com o pagamento de quotas em dinheiro e com o enxovalho dos companheiros e das figuras respeitadas do partido (não apenas no partido).
(1) Rectificação: Ouvi as declarações de Lobo Xavier no jornal das 14, da SIC Notícias, e fiquei a saber que o dichote proferido no Conselho Nacional foi apenas para Pacheco Pereira. Lobo Xavier é que quis também tomar essas dores. Regista-se a correcção, o que todavia não escamoteia o nível do autor do insulto.
APLAUSO...

P.S. (13h) O PGC já me transmitiu a sua posição sobre o post anterior. Considera-o injusto e um resultado da má cobertura jornalística. Eu acredito que sim, embora por princípio discorde de atitudes abstencionistas, mas por isso aceitei a proposta dele para me pôr num texto curto - eu disse curto! - as razões do seu PSD para a abstenção. Logo que ele o faça darei conta do mesmo aos leitores.
CARTÃO VERMELHO

No final da penosa jornada de ontem à noite em Madrid, diante do Getafe, que ditou a eliminação prematura do Benfica na taça UEFA, Fernando Chalana veio dizer que a equipa fez uns bons 25 minutos e que se a bola enviada por Makukula ao poste tem entrado a sorte do jogo podia ser outra. Chalana foi um jogador excepcional, que passeou classe pelos estádios europeus, um benfiquista dos quatro costados e um profissional exemplar. Pegou na equipa num momento difícil, pela segunda vez, e tentou fazer o impossível. Regista-se a atitude de procurar defender a equipa, de lhe enaltecer o carácter, mas como ele bem sabe o problema não se resume a uma questão de sorte. O Benfica em 90 minutos de jogo limitou-se a criar uma oportunidade clara de golo e Rui Costa fez um remate à baliza. Para uma equipa com os pergaminhos do SLB e que precisava de ganhar marcando pelo menos dois golos é muito pouco. Chalana sabe, tão bem quanto eu, que aquela equipa não tem a classe apregoada por Luís Filipe Vieira - a melhor equipa dos últimos 10 anos, anunciava ele do alto da sua verborreia - e só está em 2º lugar no campeonato e nas meias-finais da taça de Portugal por mero acaso. Está à vista o descalabro desportivo do Benfica pelo qual o principal responsável é Luís Filipe Vieira. Vieira quis transformar o clube numa fábrica de pneus multipiso e o resultado está à vista. Uma equipa sem chama, sem fulgor, sem fio de jogo. Jogadores contratados como estrelas - Di Maria vinha para fazer esquecer Simão! - e pagos a peso de ouro, que nem os pitons adequados ao relvado sabem escolher. O individualismo campeia, a lentidão de execução é atroz, a equipa pura e simplesmente não existe. É que como Chalana também bem sabe, não basta ter bons pés, é preciso saber jogar com inteligência, e isso é o que não acontece. Os jogadores não sabem o que fazer com a bola, têm imensa dificuldade em pensar o jogo, em descobrir linhas de passe, em desmarcarem-se e ocuparem os espaços livres. Depois, a maior parte deles remata muito mal e não sabem passar e recepcionar uma bola decentemente. Os homens que ontem estavam no banco, velhas glórias de equipas de outros tempos - Eusébio, Shéu, Rui Águas -, exímios na arte de rematar, de dominar a bola e de a colocarem jogável no companheiro em qualquer parte do terreno, bem podiam dar umas lições àquela manada que ontem se passeou pelo campo do Getafe. Tenho pena que Rui Costa vá acabar a carreira assim. Ele não merecia. Nós também não. Mas a culpa, caro Fernando Chalana, não é da sorte, é de quem dirigiu e dirige o futebol do Benfica, é de quem avalizou contratações medíocres, prometeu um "Benfica Europeu", mas anda há 5 anos para construir uma equipa e de cada vez que ela começa a adquirir contornos desmantela-a, para no final ainda ter o desplante de, impante, vir atacar os sócios e desviar as atenções para o "Apito Dourado". Por alguma razão um contabilista não faz projectos de arquitectura e um advogado não arranca dentes. Luís Filipe Vieira, que pode ser muito bom a dividir e a somar e a colocar o lápis atrás da orelha, devia ter a humildade de reconhecer o falhanço desportivo e de se retirar a tempo de se poder preparar a próxima época com critério, coisa que não tem existido. Camacho não fez milagres, como Chalana também não podia fazer, nem ninguém o fará no actual caos do departamento de futebol. Eleições antecipadas já!
terça-feira, março 11, 2008
UM RAIO DE SOL NA ÁGUA FRIA
Vai por aí uma grande indignação porque a mulher de António Costa esteve na manifestação da semana passada dos professores contra o Governo. E daí? Desde quando é que marido e mulher têm de pensar pela mesma cabeça, militar no mesmo partido e defender as mesmas políticas? Num mundo em que cada vez mais se reclama o direito à diferença, se procura valorizar o papel da mulher na sociedade e se clama - eu pelo menos - por mais e mais qualificada intervenção feminina na vida pública, por que razão não havia a Fernanda de ir à "manif. dos profs."? Curiosamente, são esses mesmos empatas que agora criticam a ida da mulher de António Costa ao desfile que antes admiravam o exemplo da relação entre o José Lamego e a Assunção Esteves. Como se a democracia não devesse começar na nossa própria casa, como se não fosse um espaço plural e o direito de manifestação uma conquista da liberdade. Quem sabe se, como escreveu a Françoise Sagan, essa manifestação e a participação da Fernanda não poderão ser um raio de sol na água fria?
NA CALHA

RECORDAR A BARBÁRIE
segunda-feira, março 10, 2008
sábado, março 08, 2008
MORREU O MIGUEL LEMOS
Figura inesquecível do jornalismo português, ainda há alguns meses atrás o recordei neste blogue a propósito do lançamento de um livro seu, editado pela Gradiva, chamado "A Caminho do Horizonte". O Nuno Silveira Ramos deu-me há pouco a notícia do seu falecimento, na casa do Estoril, onde vivia. Venerado por uns, odiado por muitos mais, devido ao seu feitio e à passagem por Macau, no tempo de Pinto Machado e de Carlos Melancia, foi sempre um excelente companheiro e amigo de muitas jornadas pelos botequins da cidade do Santo Nome de Deus. Guardarei dele a imagem de um homem inteligente, livre, à sua maneira, e empenhado. O livro que referi fica como o seu último testemunho, depois dos anos que fizeram dele, na Renascença e na RTP, um dos melhores jornalistas da sua geração. Aqui fica a minha homenagem.
AINDA A TEMPO

EM QUEDA LIVRE

quarta-feira, março 05, 2008
A LER
"Como era de hábito, as declarações de Jorge Sena fizeram estremecer as bem-pensâncias. Nunca moera as palavras no vácuo. Nunca fizera conversa mole, e sempre dissera o que entendia dever dizer, doesse a quem doesse. O País padreca, de literatos menores, de cabisbaixos campeões da convivência, não perdoava a este homem livre e, ainda por cima, de alto coturno intelectual, a grandeza que se não burilava com frases de pequeno conceito." - Baptista Bastos, DN
terça-feira, março 04, 2008
RECORDAR BRASSENS

P.S. Este post é especialmente dedicado a minha amiga MJFMAG, que de quando em vez me dá o prazer da sua leitura, e que embora atravessando um momento difícil tem o dom de saber apreciar gente desta envergadura.
REGIONALIZAÇÃO POLICIADA

O Dr. Miguel Cadilhe, que aos poucos se vai tornando numa daquelas figuras imprescindíveis da nossa democracia, tantas e tão rocambolescas são as declarações que amiúde profere e as tomadas de posição que assume, depois de cilindrado pelos accionistas do BCP, lembrou-se agora de vir falar numa "regionalização, sujeita a um adequado regime de fiscalização". Trata-se um conceito novo, presumo, referido por Cadilhe numa conferência com o pomposo nome de "As Grandes Reformas Nacionais - O Papel da Região Norte, o peso do Estado e a Regionalização no Horizonte". Por não ser parvo e suspeitar do que poderá acontecer com a regionalização que se avizinha, o Dr. Cadilhe, não querendo ser incómodo numa reunião destinada a fazer a apologia da regionalização, embora não se saiba bem qual, se a alemã que criou riqueza e responsabilidade, se a italiana, mais pareceida com o nosso feitio, que criou "regiões de montanha ao nível do mar" e criou cargos à escala planetária, veio dar uma no cravo e outra na ferradura. Numa república que nem sequer é capaz de fiscalizar adequadamente as autonomias regionais e deixa uma região como a Madeira entregue à sua sorte para não ter de contrariar o régulo local e os poderes da pandilha que samba em redor deste, enquanto os sambistas enriquecem à custa dos negócios que vão fazendo com a própria região, fechando-se os olhos ao despautério, o Dr. Cadilhe quer criar regiões e depois policiá-las. É o mesmo que dizer que quer trabalhos dobrados. Fico à espera dos novos desenvolvimentos, designadamente de saber se também prevê a aplicação por parte do poder central de adequados correctivos às futuras regiões e aos seus dirigentes quando estes descambarem.
ESTRANGEIRISMOS

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