Vai por aí uma grande indignação porque a mulher de António Costa esteve na manifestação da semana passada dos professores contra o Governo. E daí? Desde quando é que marido e mulher têm de pensar pela mesma cabeça, militar no mesmo partido e defender as mesmas políticas? Num mundo em que cada vez mais se reclama o direito à diferença, se procura valorizar o papel da mulher na sociedade e se clama - eu pelo menos - por mais e mais qualificada intervenção feminina na vida pública, por que razão não havia a Fernanda de ir à "manif. dos profs."? Curiosamente, são esses mesmos empatas que agora criticam a ida da mulher de António Costa ao desfile que antes admiravam o exemplo da relação entre o José Lamego e a Assunção Esteves. Como se a democracia não devesse começar na nossa própria casa, como se não fosse um espaço plural e o direito de manifestação uma conquista da liberdade. Quem sabe se, como escreveu a Françoise Sagan, essa manifestação e a participação da Fernanda não poderão ser um raio de sol na água fria?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário