sexta-feira, março 28, 2008

IRONIAS DO DESTINO

Muito embora nunca tivesse tido simpatia pela figura da ex-ministra da Saúde Leonor Beleza, de cujas políticas discordei, confesso que sempre tive apreço e consideração pela jurista brilhante e pela mulher política e corajosa. Depois do processo dos hemofílicos, do qual não saiu imune, mais recentemente, o seu trabalho na Fundação Champalimaud projectou-a para um outro voo, do qual todos, e não apenas os portugueses, têm a ganhar. Ao colocar as suas múltiplas capacidades ao serviço das causas mais nobres, Leonor Beleza ganhou um novo fôlego e uma nova dimensão que muito a valorizam. Foi, pois, com bastante interesse que ouvi ontem as suas declarações sobre o fecho de alguns serviços de urgência. Leonor Beleza disse em meia dúzia de palavras e de uma forma escorreita aquilo que Correia de Campos andou a gritar aos quatro ventos sem que ninguém lhe prestasse atenção. Não deixa, asssim, de se revestir da maior das ironias ver que depois de tanta berraria e manifestação insensata por parte de populações manipuladas por uma oposição canhestra, que tenha sido Leonor Beleza a colocar o dedo na ferida e a dizer o óbvio: que serviços de urgência ao lado da porta sem quaisquer meios de diagnóstico e de tratamento não servem para nada e que o encerramento de serviços é muitas vezes um bem para os próprios utentes. Luís Filipe Menezes deve ter ficado a espumar com esta ajuda à política de Saúde do Governo de José Sócrates.

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