O Dr. Miguel Cadilhe, que aos poucos se vai tornando numa daquelas figuras imprescindíveis da nossa democracia, tantas e tão rocambolescas são as declarações que amiúde profere e as tomadas de posição que assume, depois de cilindrado pelos accionistas do BCP, lembrou-se agora de vir falar numa "regionalização, sujeita a um adequado regime de fiscalização". Trata-se um conceito novo, presumo, referido por Cadilhe numa conferência com o pomposo nome de "As Grandes Reformas Nacionais - O Papel da Região Norte, o peso do Estado e a Regionalização no Horizonte". Por não ser parvo e suspeitar do que poderá acontecer com a regionalização que se avizinha, o Dr. Cadilhe, não querendo ser incómodo numa reunião destinada a fazer a apologia da regionalização, embora não se saiba bem qual, se a alemã que criou riqueza e responsabilidade, se a italiana, mais pareceida com o nosso feitio, que criou "regiões de montanha ao nível do mar" e criou cargos à escala planetária, veio dar uma no cravo e outra na ferradura. Numa república que nem sequer é capaz de fiscalizar adequadamente as autonomias regionais e deixa uma região como a Madeira entregue à sua sorte para não ter de contrariar o régulo local e os poderes da pandilha que samba em redor deste, enquanto os sambistas enriquecem à custa dos negócios que vão fazendo com a própria região, fechando-se os olhos ao despautério, o Dr. Cadilhe quer criar regiões e depois policiá-las. É o mesmo que dizer que quer trabalhos dobrados. Fico à espera dos novos desenvolvimentos, designadamente de saber se também prevê a aplicação por parte do poder central de adequados correctivos às futuras regiões e aos seus dirigentes quando estes descambarem.
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