Mário Crespo teve ontem mais um dos seus momentos infelizes quando tentou colocar na boca de Pedro Silva Pereira aquilo que Augusto Santos Silva não disse. O ministro da Presidência esteve à altura e respondeu em termos adequados. Álvaro Cunhal e muitos outros comunistas foram fundamentais para a resistência ao salazarismo e o derrube da ditadura. Mas todos sabemos que se não fosse a resistência dos partidos do arco democrático - PS, PPD e CDS - após o 25 de Abril de 1974 e a teimosia na convocação de eleições livres, hoje, provavelmente, o país não seria muito diferente da Venezuela de Chávez. Mário Crespo provavelmente já se esqueceu, ou não sabe, que só tivemos eleições livres porque os partidos assinaram os pactos com o MFA. E que os resultados das eleições para a Constituinte foram uma surpresa para o Partido Comunista e a vanguarda do MFA - que chegou a apelar à abstenção e ao voto em branco dizendo que seriam votos no MFA -, que nunca pensaram ter um resultado tão mau. O que a partir daí se seguiu já toda a gente sabe, com a tentativa de cubanização do regime e a desvalorização dos resultados eleitorais, apostas rejeitadas de novo pelos portugueses aquando das eleições de 1976. Pedro Silva Pereira demonstrou mais uma vez a sua preparação e inteligência, aliás logo reconhecida por Mário Crespo. Mas dessa intervenção de ontem à noite na SIC Notícias, o que fica é a marca da colocação de Pedro Silva Pereira na rota da sucessão de José Sócrates. Não há nada como uma evidência.
terça-feira, março 11, 2008
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