terça-feira, março 11, 2008

NA CALHA

Mário Crespo teve ontem mais um dos seus momentos infelizes quando tentou colocar na boca de Pedro Silva Pereira aquilo que Augusto Santos Silva não disse. O ministro da Presidência esteve à altura e respondeu em termos adequados. Álvaro Cunhal e muitos outros comunistas foram fundamentais para a resistência ao salazarismo e o derrube da ditadura. Mas todos sabemos que se não fosse a resistência dos partidos do arco democrático - PS, PPD e CDS - após o 25 de Abril de 1974 e a teimosia na convocação de eleições livres, hoje, provavelmente, o país não seria muito diferente da Venezuela de Chávez. Mário Crespo provavelmente já se esqueceu, ou não sabe, que só tivemos eleições livres porque os partidos assinaram os pactos com o MFA. E que os resultados das eleições para a Constituinte foram uma surpresa para o Partido Comunista e a vanguarda do MFA - que chegou a apelar à abstenção e ao voto em branco dizendo que seriam votos no MFA -, que nunca pensaram ter um resultado tão mau. O que a partir daí se seguiu já toda a gente sabe, com a tentativa de cubanização do regime e a desvalorização dos resultados eleitorais, apostas rejeitadas de novo pelos portugueses aquando das eleições de 1976. Pedro Silva Pereira demonstrou mais uma vez a sua preparação e inteligência, aliás logo reconhecida por Mário Crespo. Mas dessa intervenção de ontem à noite na SIC Notícias, o que fica é a marca da colocação de Pedro Silva Pereira na rota da sucessão de José Sócrates. Não há nada como uma evidência.

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