O ABC dá hoje destaque à libertação, no próximo dia 2 de Agosto, de um antigo membro da ETA, que estás prestes a terminar o cumprimento da sua pena e irá regressar, presumem os vizinhos, ao apartamento onde morou antes de ser detido. O apartamento pertenceu a sua mãe, entretanto falecida. Aparentemente a história ficaria por aqui. Um condenado, depois de expiada a pena, regressa a casa. O problema é que ele regressará para morar num apartamento que entretanto foi transferido para a sua mulher, num procedimento habitualmente seguido para evitar o pagamento de compensações às vítimas, e para o prédio onde mora a viúva de um dos assassinados, o comandante Herrera, executado em 1979. Sublinha Jaime González que De Juana Chaos, provavelmente, irá participar nas reuniões de condóminos, discutindo os problemas do elevador com os demais moradores, e um dia qualquer até poderá subir a escada para se ir queixar das infiltrações provocadas pela goteira da torneira da vizinha. Não tenho dúvidas de que o Estado de Direito democrático deve continuar a pugnar pela ressocialização dos condenados e admitir que o arrependimento é possível. Nós por cá tivemos um problema parecido com as FP-25, mas sempre sem a dimensão e as implicações do problema basco. Mas pergunta-se até que ponto será legítimo integrar, desta forma, condenados por crimes de sangue, obrigando as vítimas e os carrascos a conviverem como se nada se tivesse passado?
P.S. Por manifesto lapso, referi inicialmente ser a notícia do El Pais. Não era, como certamente todos se aperceberam ao entrarem nos links. De qualquer modo, as minhas desculpas pelo sucedido, embora o El Pais também dê o destaque devido ao assunto.
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