domingo, setembro 04, 2011
DIÁRIO IRREGULAR
sexta-feira, setembro 02, 2011
A LER
quinta-feira, setembro 01, 2011
DIÁRIO IRREGULAR
. O ministro Relvas de cada vez que participa numa reunião sai de lá com um grupo de trabalho. Ou vários. Um génio, portanto.
segunda-feira, agosto 08, 2011
CASCAIS MERECIA
sexta-feira, agosto 05, 2011
JÁ NÃO SE FAZEM MILAGRES COMO DANTES
terça-feira, agosto 02, 2011
HOMEM NÃO ENTRA
AS MINHAS ACÇÕES ESTÃO A SUBIR
sexta-feira, julho 29, 2011
SATISFAÇÃO
quinta-feira, julho 28, 2011
COMEÇOU A NOVA ÉPOCA
segunda-feira, julho 25, 2011
AGRADECIMENTO
quarta-feira, julho 20, 2011
VIA DO INSTANTE

O Algarve é uma região das mais belas e acolhedoras de Portugal, lembrada uma vez por cada doze meses e que todos os anos salta para as páginas dos jornais e os noticiários pelas piores razões. Ora pelos disparates da silly season, o desemprego que não pára de crescer, a criminalidade importada, as apreensões de droga, o desaparecimento de menores, as violações de turistas, as alterações aos PDM, as violações urbanísticas e a megalomania imobiliária, ora pelas declarações estapafúrdias de alguns dirigentes ou, como hoje aconteceu, pelos acidentes rodoviários. Dir-se-ia que o Algarve, terra de gente contemplativa e que foge dos problemas como o diabo da cruz, de mar azul e bom vinho - sim, o Algarve produz algum do melhor vinho que se pode beber em Portugal - é um antro de vícios e desgraças. Quem nele honestamente vive e paga os seus impostos não merecia que assim fosse.
Ontem, dois autarcas que se especializaram no ataque aos governos socialistas e que há menos de três meses abençoavam jornadas de luta contra as portagens na Via do Infante, também conhecida como A22, vieram considerar uma "inevitabilidade" a entrada em vigor das cobranças nessa estrada. Nem de propósito, tal aconteceu no mesmo dia em que uma mãe deixou três filhos órfãos entre Boliqueime e Albufeira.
Muitos dirão que o problema terá sido o excesso de velocidade, só que sendo a A22 considerada uma auto-estrada, continua-se a ignorar que essa via em muitos dos seus locais não tem condições para que se circule a 120 km/hora, tantos são os perigos e as ratoeiras.
Se o chamado princípio do utilizador/pagador tem a sua lógica e deve ser aplicado em todo o espaço nacional, quer em razão da situação financeira do país, quer por razões de igualdade, não será menos correcto dizer que há razões que derivam da aplicação do princípio da igualdade que impedem a cobrança de portagens na A22 nas mesmas condições em que já estão e irão ser cobradas noutros locais.
Convirá recordar as condições em que essa estrada foi construída, a forma precipitada como ela foi acabada, reflectida, aliás, no rápido aparecimento de desníveis e de abatimentos do piso, a péssima qualidade do seu revestimento em muitíssimos locais, visível nas mudanças de tonalidade e textura, sinal também da forma como o cavaquismo promoveu obras de fachada e patos-bravos, sempre mais preocupado na obtenção de dividendos eleitorais de curto prazo do que em concretizar obra de qualidade e durabilidade.
O resultado de tudo isso, conjugado com uma péssima manutenção e um piso ultra-remendado, criou uma via de circulação ruidosa e perigosa, utilizada indistintamente por motociclos, ligeiros e pesados, que tem contribuído para a multiplicação de acidentes e desgraças, custos que duvido alguma vez tenham sido devidamente contabilizados mas que todos pagam.
Para além disso, circular de Inverno na A22, num dia de chuva, com ou sem nevoeiro, e em especial à noite, é uma espécie de roleta russa, face à inexistência de sinalização adequada e de reflectores ao longo da estrada que cumpram minimamente a sua função, em razão da elevada intensidade de trânsito nalguns percursos, múltiplas poças de água que geram efeito de aquaplaning, túneis com iluminação inadequada, separadores centrais perigosíssimos e que nem sequer conseguem evitar o encadeamento provocado pelos faróis dos carros que circulam em sentido contrário, insuficiente largura da estrada e das bermas em vários locais, o que obriga a suster a respiração quando se encetam manobras de ultrapassagem de alguns camiões ou autocarros que circulam a mais de 100km/hora e se tem na traseira uma carrinha de distribuição ou de turismo que insiste em aproveitar o nosso cone de ar para ganhar embalagem para a subida seguinte e não descansa de fazer sinais de luzes enquanto não tem via aberta, enfim, curvas mal desenhadas, desníveis não assinalados a meio dessas mesmas curvas e que assustam qualquer turista menos prevenido que acabe de entrar na região logo após a travessia da Ponte do Guadiana, mais um sem número de outros problemas que só quem circula nessa estrada diariamente e em quaisquer condições atmosféricas tem verdadeira noção. Se a isto somarmos a falta de escapatórias, a falta de vedação e de rails em muitos locais e a falta de marcações visíveis no pavimento, temos já um conjunto de razões que impediriam um Estado e um Governo sérios e de boa fé, fosse socialista, social-democrata ou não catalogável, de cobrar portagens na A22 em condições idênticas às das outras SCUT.
Acontece ainda que, para além do que ficou referido, a A22 não resiste a uma comparação com qualquer uma das restantes SCUT que vão ser objecto da cobrança de portagens, tão más e deficientes são as suas condições de circulação. A que se soma o facto de não existir no Algarve outra via de circulação, pelo menos tão má como aquela, que permita a deslocação de pessoas e bens entre localidades sem maiores sustos e paragens constantes, isto é, sem semáforos, rotundas e entroncamentos a cada cem metros, com peões e animais atravessando e deambulando pela via, de noite e de dia, faça chuva ou faça sol, seja Inverno ou Verão.
Ademais, a EN125 continua imersa num longo e preocupante, pela morosidade, processo de requalificação, cheia de pinos, marcações a amarelo, sinalização sem sentido, cruzamentos perigosos e desvios inexplicáveis, sendo os automobilistas tão depressa surpreendidos pela bicicleta de um miúdo que cruza despreocupadamente a estrada nos locais mais perigosos, como pelos britânicos que se aventuram a conduzir carros alugados assim que saem do aeroporto, encostados ao meio da via e a passo de caracol, ou pelas betoneiras que a partir das bermas levantam pó e projectam pedras sobre os outros veículos, sem esquecer as carrinhas que invertem a marcha por cima dos traços contínuos ou os pinos que surgem no meio da estrada, sem aviso prévio, em zonas de finalização de ultrapassagens e à entrada de curvas, como é o caso no troço Faro/Almancil próximo do cruzamento de São Lourenço.
Percebe-se que os dirigentes e autarcas do PSD/Algarve, depois de terem quase instigado os algarvios à revolta popular, tenham de repente emudecido, rendido e desistido de lutar, assim mostrando a sua face troca-tintas e ignorando aquilo que mais do que um anseio é uma razão de justiça que devia mobilizar todo o País. Seria muito fácil explicá-lo e demonstrá-lo aos outros portugueses, cidadãos como os residentes no Algarve, que como todos os demais trabalham, pagam impostos e vão suportar as SCUT.
Uma avaliação séria do princípio da igualdade, em especial na sua "dimensão correctiva", analisando as possíveis "medidas de acção afirmativa [...] de modo a atenuar ou corrigir desigualdades reais no exercício de certos direitos ou na sua fruição de certos bens públicos", ou a consideração do modo seria possível dar corpo a uma "obrigação de diferenciação" destinada a corrigir e compensar "a desigualdade de oportunidades", que levando à intervenção dos poderes públicos desse sentido a um conjunto de medidas capazes de minorarem as "desigualdades fácticas de natureza social, económica e cultural" entre o Algarve e outras regiões nacionais, era o mínimo que esses dirigentes deviam ter feito antes de terem vergonhosamente claudicado.
O Algarve, bem mais do que a Madeira, onde continua a não faltar dinheiro para a poncha, o foguetório e as sambistas rechonchudas, tem pago um preço elevadíssimo pela sua distância em relação aos centros de decisão. E aqueles que só se lembram da região para apanharem sol, garantirem votos e posições de poder, que recorrentemente se mostram incapazes de exercer devido à sua incompetência e distanciamento em relação àquele que é o interesse público, há muito que deviam ter assumido o desafio da melhoria das condições de circulação da A22, à semelhança do que acontece actualmente com a EN125. Só que em vez de o fazerem de uma forma organizada, coerente e sustentada, preferiram defender as couves dos seus quintais, entregando a defesa dos interesses do Algarve às casas de pasto que frequentam e a anónimas associações de utentes, que sem meios, formação ou acesso aos megafones institucionais, pouco mais podem fazer do manifestar o seu "direito à indignação".
A posição ontem assumida por Macário Correia e Desidério Silva não foi só uma rendição incondicional aos interesses do PSD ou aos ditames da "troika". Ela é a imagem da subserviência e falta de imputabilidade política de muitos dirigentes, dos actuais mas também dos que os antecederam, afinal uma demonstração, mais uma, de que mais importante do que a defesa, com números e argumentos objectivos dos interesses dos contribuintes - dos nacionais e dos estrangeiros que pelas nossas estradas circulam, e também morrem, deixando órfãos e famílias desfeitas em todas as estações do ano -, é garantir posições de simpatia junto de quem poderá amanhã oferecer um lugar de deputado, um cargo na administração de uma empresa ou distribuir as lentilhas que os agiotas nos deixarem.
segunda-feira, julho 18, 2011
sexta-feira, julho 15, 2011
UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA
Quem leia a moção de Francisco Assis, para além de lá encontrar o óbvio e a habitual proclamação de boas intenções deste género de textos, também lê a dado passo o trecho acima transcrito. Consciente da designação escolhida para título da moção, quero aqui deixar uma sumária reflexão sobre uma ideia que tem feito correr alguma tinta e gerado trocas de palavras mais exaltadas entre os candidatos à liderança do PS.
E para não misturar os planos, vou esquecer que Francisco Assis foi líder do grupo parlamentar do PS, membro do secretariado de José Sócrates, figura de proa das anteriores legislaturas e seu apoiante no já esquecido XVII Congresso que catapultou o PS para o pior resultado dos últimos 20 anos, garantiu a perda de mais de um milhão de votos e entregou a maioria absoluta de 2005 á maioria CDS/PP que agora, com toda a legitimidade, nos governa. Quero com isto dizer que o facto da proposta ser avançada por um candidato à liderança do PS que não é por mim apoiado, não me inibe de apreciar a sua proposta sem qualquer parti pris. Estou de acordo com Francisco Assis quando ele diz que "a vida dos partidos diz respeito a todos, militantes, simpatizantes, cidadãos" e que é uma "questão de cidadania", mas essa generosa ideia não deverá perder-se em propostas que pela forma como foram apresentadas têm na sua essência tanto de populistas como de mirabolantes.
Tenho para mim que Francisco Assis é um homem sério e inteligente e que ao avançar com a sua proposta de primárias, nos termos tão amplos quanto ela tem vindo a ser por ele desenvolvida nas suas intervenções, dado que a sua moção é nesse ponto, como noutros, particularmente vaga e sucinta, terá pensado nas suas consequências.
É, ademais, curioso, que essa proposta venha de um candidato que ao longo destes anos não avançou, que eu saiba e espero não estar a ser injusto, com nenhuma proposta de alargamento, em concreto, da participação, como forma de obviar ao crescente desinteresse e afastamento da política e dos partidos quer dos militantes quer dos cidadãos. A prática dos últimos anos e a forma como o PS foi dirigido pelos secretariados de José Sócrates cavou um fosso entre os militantes e a sua direcção que Francisco Assis pretende agora remediar com uma abertura praticamente sem limites aos que se predisponham a dizer que são simpatizantes e assinem uma ficha de inscrição.
Nas associações é normal que se diferenciem várias categorias de associados, de fundadores a honorários e a efectivos, de ordinários a extraordinários, independentemente da designação dada. Mas essa não é uma prática consagrada entre os partidos, em especial no PS, que faz da igualdade de direitos e de deveres entre todos um dos seus princípios basilares. Ao querer fazer participar na escolha dos próprios dirigentes e candidatos gente de fora, que querendo eventualmente participar nunca se predispôs a tal, Francisco Assis retira aos militantes, uma vez mais e por sinal os mesmos a quem foi retirada a palavra dentro do partido nos últimos anos, o mais elementar dos direitos que lhes assiste, colocando tal escolha nas mãos de quem, sem que se saiba de onde vem e para onde quer ir, por força de circunstancialismos oportunistas, se considere no direito de escolher e impor aos militantes opções que estes não desejam e sobre as quais deixam de ter qualquer influência. Substituir a imposição de nomes escolhidos pelo secretário-geral por nomes impostos pelos vizinhos, por muito boas pessoas que estes sejam, não parece ser a melhor solução. A não ser que Francisco Assis considere normal que numa família de pai, mãe e cinco filhos, onde até hoje foi sempre o pai quem escolheu por todos os outros e estes sistematicamente se queixam de não serem ouvidos nas decisões que a todos dizem respeito, esse mesmo pai num gesto magnânimo venha agora dizer que a partir do próximo ano as decisões passarão a ser mais participadas, remetendo a escolha do destino de férias da família não para os seus membros, como estes esperariam, mas para umas primárias do condomínio ou do bairro, através das quais os vizinhos dissessem qual o destino mais apropriado para aquela família. Imagine-se o que seria se os vizinhos dissessem que o destino apropriado era a Cochinchina só com bilhete de ida. O exemplo é tão aberrante quanto a proposta que tem vindo ser transmitida por Francisco Assis nas suas intervenções.
E não será o facto da sua proposta não ter qualquer historial na Europa que nos deverá fazer rejeitá-la à partida. A força de uma ideia não está na maior parte das vezes na própria ideia, como Assis bem sabe, nem no modo decidido e mais ou menos enérgico como ela é defendida quando surge a desconfiança dos seus destinatários, sem que para demonstrá-lo seja preciso ir buscar exemplos recentes que o candidato ainda recordará da anterior legislatura. Essa força só residirá na forma como a ideia poderá ser trabalhada e desenvolvida para poder ganhar alguma consistência e sentido útil. Era bom que isto tivesse sido feito antes e não que essa ideia fossse apresentada em termos tão pueris e desgarrados como os que ficaram a constar da sua moção.
Porém, essa infelicidade, que eu atribuo à rapidez com que Assis se predispôs a avançar para a corrida à liderança, que duvido seja o resultado de uma consulta prévia aos simpatizantes e cidadãos não militantes, não me faz rejeitar liminarmente a ideia e acredito que ela merece ser trabalhada. Eu próprio, pensando nos modos de alargamento da participação, em termos mais modestos é certo do que os de Francisco Assis, posto que não tenho no currículo o peso de ter sido presidente de câmara aos vinte e quatro anos, não sou filósofo nem tenho pretensões a sê-lo, admito que esse desiderato terá de ser conseguido fazendo entrar sangue novo nos partidos e na vida pública. A dificuldade está em conseguir articular essa renovação, que todos desejam e tão fundamental se mostra para a melhoria da qualidade da democracia, com a letargia em que caíram os partidos. A começar pelo próprio PS.
Não se esperará que o militante de base empenhado, que mesmo nas mais adversas condições não deixa de aparecer e de pagar quotas, que está sempre desejoso de participar, de ser ouvido e de ter uma palavra na estratégia e nas escolhas, se predisponha a ver entrar pela porta do Largo do Rato uma espécie de claques organizadas, à laia futebolística, com o propósito de dizerem ao secretariado do partido a composição das listas. Voltando a um exemplo extremo, nada impediria então que um qualquer Avelino Ferreira Torres ou um Alberto João Jardim se apresentassem como "candidatos" nessas primárias.
É possível fazer com que todos participem nas escolhas, mediante a apresentação de propostas e de sugestões, sem que todos e mais um entrem pela porta do partido. Nesta medida, e uma vez que não imagino que no PS passe a haver militantes de segunda e de terceira, a acrescer aos de primeira que sempre houve em todos os partidos e que nalguns locais são entredentes designados como "caciques", considero que seria saudável que antes de serem efectuadas as escolhas, por exemplo, para os candidatos às autarquias, se abrisse um período de recolha de opiniões junto das populações, durante o qual seriam apresentados nomes de cidadãos que as pessoas gostassem de ver à frente das suas autarquias. Cada cidadão eleitor que quisesse participar identificar-se-ia, dando o respectivo nome e número de eleitor ou cartão do cidadão, como estão habituados que aconteça em qualquer concurso que dê brindes embora aqui sem outro prémio que não seja o direito à participação, emitiria a sua opinião, exporia as suas razões e indicaria o nome ou os nomes que gostaria de ver a dirigir a sua autarquia ou integrando uma lista. Terminado o período de recolha de opiniões/sugestões, os órgãos do partido estariam em condições de poder escolher três ou quatro nomes que seriam depois levados a sufrágio entre os militantes, saindo dessa escolha os candidatos do partido. Tudo o que for além disso desvaloriza o papel dos militantes e coloca-os em pé de igualdade com respeitáveis simpatizantes e cidadãos que, como hoje sucede com alguns militantes e dirigentes, só apareceriam na hora da formação das listas ou para justificarem aos descontentes as escolhas feitas em Lisboa sem que os destinatários dessas escolhas fossem tidos ou achados.
Um processo do tipo que referi é coisa totalmente diferente das primárias propostas por Francisco Assis. Pelo processo que eu proponho seria possível fazer participar nas escolhas um número alargado de pessoas, eliminando as golpadas oportunistas e deixando na mão dos militantes a última palavra. Dessa forma se legitimaria o procedimento e validariam as escolhas. E todos seriam co-responsáveis pelas decisões que viessem a ser tomadas e pelos resultados, bons ou maus, que viessem a ser obtidos.
Por mim, estou aberto a considerar, trabalhar e apoiar, qualquer que seja o próximo secretário-geral, todas as ideias que tenham alguma consistência e que possam contribuir para uma maior democraticidade interna e aproximação entre os militantes e a direcção do partido e entre estes e os cidadãos eleitores.
É verdade que estou convencido de que isso não será fácil de fazer por parte de quem ainda hoje assume a postura de que o resultado de 5 de Junho, para além da situação internacional, se ficou a dever a uma insuficiente "pedagogia da crise". E está convencido de que a democracia exige uma "defesa radical" a partir de "casa". Confesso que nestas coisas sou mais terra a terra do que Francisco Assis e que depois de tudo o que aconteceu no PS, nos últimos seis anos, com a estratégia e a escolha de candidatos para as mais variadas eleições, já não peço uma "defesa radical da democracia". A mim bastar-me-á que haja uma democracia participada. Simples, honesta, verdadeira. Para radicalismos já me bastaram os últimos três anos (não sou injusto ao ponto de ir aos seis) e o resultado, também ele radical e muito pouco filosófico, das últimas eleições.
quinta-feira, julho 14, 2011
DECLARAÇÃO DE INTERESSES
1 - A defesa dos valores de democracia e da liberdade, tendo presentes as exigências de uma ética de responsabilidade política e a necessidade de preparar o PS para o futuro, dotando-o de uma estrutura e de uma liderança à altura do século XXI e de um novo ciclo livre de fantasmas e dos constrangimentos do passado.
2 - Porque acredito que a candidatura de António José Seguro seja capaz de trazer e enquadrar um maior número de pessoas, reforçando a diluição das fronteiras entre os militantes e os eleitores, de maneira a que estes possam participar num processo de reconstrução colectiva encabeçado pelo PS.
3 - Os modelos de liderança autocráticos, personalizados e centralizados contribuíram para a marginalização dos militantes, das estruturas partidárias e dos próprios dirigentes locais, pelo que importa inverter o modelo clientelar e burocrático que tem sido utilizado para a obtenção de unanimidades de duvidosa utilidade, as quais se têm revelado incompreensíveis para os militantes e eleitores e prejudiciais para o Partido e o País.
4 - O incremento da participação e a realização de um debate político sério e consequente é indissociável de uma nova forma de fazer política e da vontade que todos têm de ajudar à reconstrução do PS.
5 - A marginalização dos militantes e das bases do PS por parte dos seus órgãos de direcção, incluindo os regionais e locais, afastando-os da formulação das políticas, do desenho das estratégias e da selecção dos candidatos, conduziu à criação de lealdades difusas e a uma grave erosão do princípio da responsabilidade, aliás espelhadas na centralização do aparelho, na autonomia que gozam os dirigentes, na ausência de mecanismos internos de controlo da sua acção e na falta de um debate regular e participado.
6 - O PS perdeu autonomia e capacidade de intervenção junto da sociedade, os seus militantes tornaram-se números destinados à legitimação do controlo interno e chamados a participar apenas quando há actos eleitorais e campanhas políticas, o que é inaceitável num partido que se quer moderno e estruturante do tecido social.
7 - Porque quero um partido que seja capaz de combater a propensão oligárquica e nepotista e suficientemente forte para dizer não à descaracterização ideológica que o transformou numa amálgama.
8 - Entendo que a participação dos militantes tem de se fazer um quadro de contribuição para a definição das linhas de acção do Partido e não como uma participação limitada à legitimação das decisões previamente tomadas sem debate por uma qualquer coligação dominante.
9 - Um partido renovado não se alcança apenas com a eleição de uma nova liderança e a substituição de alguns protagonistas, mas sem uma nova liderança e a substituição dos protagonistas de sempre não será possível abrir o PS à sociedade.
10 - Se os protagonistas forem os que nos trouxeram até aqui e se limitam a alinhavar ideias vagas e confusas para não se comprometerem demasiado e estarem sempre disponíveis para ocuparem lugares na liderança seguinte, será escusado pensar em mudar.
11 - Entendo que é possível mudar com critério, fazer mais e melhor do que tem sido feito, sem ostracizar ninguém, mas também sem abdicar dos nossos valores fundamentais, sem necessidade do uso de malabarismos verbais ou do recurso a éticas duvidosas para a afirmação política.
12 - Porque acredito que é possível vencer lutando, trabalhar sem “esquemas” e sem que as vozes independentes e críticas tenham de permanecer silenciosamente na sombra para garantirem "solidariedade na asneira".
LIDO
"Mas se é mesmo assim - e se a troika aprovou as contas -, porque dizer, como disse Passos anteontem, que herdou "um desvio colossal" nas contas do Estado? Colossal é um adjectivo que ocupa espaço, fica a matar nos relatórios da Moody's (justifica a palavra lixo) e, no futebol, também serve para descrever um erro que resulta em autogolo. Como diria o ex-jogador João Pinto: "O clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão certa: deu um passo em frente." Que colossal sentido de oportunidade." - André Macedo, aqui no DN
terça-feira, julho 05, 2011
MAIS DUAS
segunda-feira, julho 04, 2011
ENTRADAS DE LEÃO...
sexta-feira, julho 01, 2011
VIA VERDE
terça-feira, junho 21, 2011
CLASSE

quinta-feira, junho 16, 2011
FINALMENTE, UM POUCO DE LÚCIDA SENSATEZ
quarta-feira, junho 15, 2011
Diário irregular
yo nunca llegaré a Córdoba” – Federico García Lorca, Canción del Jinete
“Si pudiera yo vivir
De nuevo esta vida
Sin sufrir por amarte
Preferiria morir” – Yasmin Levy
É curiosa a forma como evoluem ao longo dos anos os nossos interesses de viagem. Aquilo que nos impeliu um dia a partir raramente se repete. Ainda quando regressamos ao mesmo lugar onde antes tivemos a sorte de um dia, por umas horas, por um momento, ser felizes.
Percorro a Calle Judíos, entre as paredes brancas que reflectem o azul intenso do céu que as protege, e na esquina com Averroes, pouco antes da sinagoga, dou com a Casa de Sefarad. Nesta altura do ano não há muita gente e é possível percorrer tranquila e pachorrentamente os becos da Judiaria.
Escuto ao fundo um trecho que me é vagamente familiar. A sonoridade de alguns instrumentos transporta-nos para um mundo de onde por vezes temos a sensação de nunca termos saído. O som das flautas, da guitarra mourisca e do alaúde confunde-se com uma referência que leio a Carolina de Michäelis a propósito de uma canção que faz parte da herança musical sefardita e que terá por ela sido referida pela primeira vez ao analisar a sua popularidade na época de Gil Vicente. A forma como durante tantos séculos as culturas cristã, árabe e judaica se cruzaram, conviveram e mesclaram na Península é uma fonte inesgotável de descobertas. E de prazer. Um autor, Salvador-Danieli, em 1863, verificou a inexistência de diferenças “significativas” entre as melodias de Afonso X e as mais antigas composições musicais da tradição andaluza, referindo ser essa uma consequência da “surpreendente analogia” entre as escalas musicais árabes e andaluzas e as do canto gregoriano. Que seria de nós sem a herança do Al-Andalus?
Em Portugal foi 10 de Junho, tempo de praia, de "pontes", de condecorações e recriminações várias. Apercebo-me de que há quem queira ajustar contas com o passado recente, com o que foi julgado em 5 de Junho. Talvez o melhor mesmo é começar por julgar o Otelo, que afinal nunca quis meter os fascistas no Campo Pequeno. E depois também o general que apadrinhou o PRD, e o Guterres que se foi embora e permitiu que o Barroso viesse para depois entregar o desgoverno ao Santana Lopes que permitiu a José Sócrates chegar ao poder. Se formos por esse caminho, com sorte, acabaremos a julgar o D. Sebastião. Se os condecoram a título póstumo, sem que o morto seja ouvido sobre a distinção, talvez também devam poder julgá-los nos mesmos termos.
O “El Dia de Córdoba” é um jornal de fácil leitura, simples e honesto, sem grandes pretensões para além da querer manter informados, e formados, os seus leitores. Nele tem uma coluna um senhor chamado Juan Cano Bueso. É o presidente do Conselho Consultivo da Andaluzia, catedrático de direito constitucional, advogado e político. Não posso deixar de pensar nele depois de saber da “chapelada” ocorrida com os votos das nossas legislativas no Brasil. Ainda há dias, Juan Cano Bueso escreveu um interessantíssimo artigo sobre os perigos da ciberdemocracia, texto que descubro agora estar também acessível na Internet (se fosse no Público não seria possível ter-lhe acesso). As dúvidas sobre a ciberdemocracia continuam a ser muitas. E, como se vê pelo que ele escreve, actuais. Facilitar a participação não pode tornar-se na ausência de participação. Para mim, que gosto de cinema e me preocupo com os valores da democracia e da participação, a ciberdemocracia estará para a democracia como o filme que se vê em casa, no sofá, está para uma boa sala de cinema. A dimensão, o encontro, o ritual, podem ser modernizados, “ciberaprofundados”, mas têm de continuar a fazer parte da essência das regras. Há uns anos não pensava assim, mas perante a contínua erosão da participação considero que também aí não se pode facilitar demasiado. A preguiça não pode passar a fazer parte dos hábitos da democracia. Não deverá ser premiada. Como escreve Cano Bueso, não se pode correr o risco da ciberdemocracia se tornar na tumba da democracia representativa. Já bastam os políticos e os comentadores que diariamente a enterram.
Saber crescer política e democraticamente é um exercício como caminhar pelas ruelas de Córdoba. Tão depressa nos perdemos como logo a seguir nos reencontramos. E retomamos o caminho que se faz caminhando. Todos os dias. Respirar tanto céu enquanto te sinto caminhar a meu lado é uma felicidade. Ou tão-só uma forma de liberdade. Um acto de amor.
quarta-feira, junho 08, 2011
DE POUSIO
terça-feira, maio 31, 2011
A LER

sexta-feira, maio 20, 2011
MAIS UMA IDEIA PARA O PROGRAMA DE GOVERNO (REFORMULADO) DO DR. PASSOS COELHO
O Dr. Miguel Relvas, homem de confiança do Dr. Passos Coelho, candidato a um lugar num futuro Governo e actual secretário-geral do PSD, que como todos os portugueses sabem vai concorrer às eleições legislativas de 5 de Junho, foi ontem ouvido em tribunal no âmbito do chamado caso Portucale. Nada de especial, portanto. Coisas de agricultores e de hortas.
Mas das declarações por ele produzidas em juízo e reproduzidas na imprensa, declarações que, presumo, terão sido prestadas sob juramento, o Dr. Miguel Relvas, para justificar a sua intervenção na tal história dos sobreiros, produziu, entre outras, a seguinte afirmação: “Saí do Governo para fazer a ligação política com o CDS. A minha intervenção foi visível e passou por tentar acelerar e criar condições para que alguns processos fossem resolvidos”. E ainda acrescentou, numa frase notável, que a sua intervenção era necessária porque nessa altura “estava tudo desmembrado e era tudo muito complicado”. Ao que parece, um dos juízes que integra o colectivo ficou admirado com as respostas dadas e o depoente acabou por concordar que talvez não tivesse sido a melhor a sua actuação (ou a resposta, digo eu).
Em resultado disto, o Público hoje titula, numa pequena notícia das suas páginas interiores, que “Relvas saiu do Governo para agilizar processos”.
Desconheço qual seja a memória dos senhores juízes relativamente ao que se passou em 2004/2005, tantos e tão complicados são os processos que lhes saem em sorte, mas seria bom comparar as respostas ontem dadas por Miguel Relvas para justificar a sua acção com o que ele próprio, enquanto secretário-geral do PSD, afirmou em 2004 sobre o momento que então se vivia. Com a devida vénia, passo a citar: “Num momento em que se cumprem 100 dias de Governo, e com a proposta de Orçamento de Estado (OE) que apresentámos na Assembleia da República, podemos assumir, de forma clara e inequívoca, que ultrapassamos, com êxito, o período de maior austeridade”. Na mesma altura afirmou que “no próximo ano o crescimento vai ser 2,4 por cento, permitindo baixar, com efeitos imediatos, a taxa do IRS para 2005, aumentar as pensões entre 2,5 e 9 por cento e, simultaneamente, fazer crescer os vencimentos dos funcionários públicos, ao ritmo do inflação”. Como se não bastasse, para garantir aos portugueses que tudo estava a correr sobre rodas, ainda acrescentou que “nesta grande maratona que é governar um país, os portugueses podem estar descansados porque o nosso Primeiro-Ministro é um campeão da maratona e o PSD espera estar acompanhado por maratonistas e não por campeões de 100 metros”. O campeão da maratona era o pobre do Dr. Santana Lopes, entenda-se.
Quer isto dizer que ou o Dr. Miguel Relvas tem a memória muito curta e necessita urgentemente de tratamento adequado ou então, hipótese académica em que eu não quero acreditar, salvo o devido respeito, não falou verdade, coisa que, como se vê, até aos melhores e mais qualificados pode acontecer.
Vejamos: se ele saiu do Governo para “agilizar” processos e a sua intervenção se deu numa altura em que, nas suas palavras, “estava tudo desmembrado e era tudo muito complicado”, então por que razão na altura andava ele a dizer aos portugueses, quando já era secretário-geral do PSD, ao fim de 100 dias de Governo PSD/PP, que iamos ter um crescimento de 2,4%, prometendo aumentos de vencimentos dos funcionários públicos ao ritmo da inflação e anunciando descidas do IRS para 2005? E, com tudo “desmembrado”, como poderia ele referir-se ao Dr. Pedro Santana Lopes, que já então não podia com uma gata pelo rabo, como sendo “um campeão da maratona” e que os portugueses podiam estar descansados? Eu só encontro uma de duas respostas possíveis: ou aquilo estava tudo efectivamente “desmembrado”, como ele ontem afirmou em tribunal, ou então andou a enganar os portugueses criando, enquanto secretário-geral do PSD, que ao tempo já era, cenários sem qualquer correspondência com a realidade. Seja num caso ou no outro isso devia ser convenientemente apurado.
Como se sabe, esse Governo foi o resultado de uma coligação com o CDS/PP, também já ao tempo dirigido por Paulo Portas, sendo que tal executivo, embora tenha conseguido celebrar 100 dias (o Povo Livre, que nestas coisas é uma fonte fidedigna, não me deixa mentir nem quanto a esse facto nem quanto às declarações do Dr. Miguel Relvas), não conseguiu sequer chegar aos 365 dias, o que já não teria sido mau pois equivaleria a ¼ de uma legislatura. Peanuts, ou outra coisa, dirá o Prof. Catroga.
Sabendo-se o que depois o Dr. Jorge Sampaio fez (ainda hoje não lhe perdoei a desfeita) e o estado em que o Dr. Bagão Félix deixou as finanças públicas (não confundir com as púbicas que são mais do pelouro do Prof. Catroga), se o Dr. Passos Coelho não toma rapidamente medidas ainda nos arriscamos a ter de novo o Dr. Miguel Relvas a incorrer numa situação idêntica à que aconteceu em 2004/2005.
Temos de evitar isso custe o que custar. Como português, eu ficaria muito incomodado se daqui a alguns anos tivesse outra vez o Dr. Miguel Relvas a depor, sabe-se lá se na mesma posição de testemunha ou se já numa outra condição mais incómoda, por causa dos processos que ele como secretário-geral do PSD andou a ver se ajudava a andarem mais depressa. E desta vez já não como secretário-geral de um infeliz "campeão da maratona" (o que ele se havia de lembrar), mas antes como “agilizador” do programa eleitoral do Dr. Passos Coelho.
É claro que aquilo que o Dr. Miguel Relvas fez e que ontem, candidamente, como é seu timbre, confessou aos senhores juízes que estão a julgar o caso Portucale não foram "favores". Nem se tratou de uma situação de tráfico de influência (esta será para a doutrina uma situação de contornos mais socializantes, o que iliba desde logo o Dr. Relvas da mais leve suspeita). Foi, isso sim, como refere o Público, uma simples intervenção para “agilizar processos”.
Os dicionários não referem a existência do termo “agilizador”, apesar de alguns já mencionarem a existência do verbo transitivo “agilizar”, que significa tornar mais rápido, mais expedito. Se o PSD ganhar as próximas eleições estou certo que o termo, desde que o Dr. Miguel Relvas continue a ser secretário-geral do PSD, evidentemente, ganhará uma nova dimensão, e “agilizador” será mais uma entrada de todos os dicionários. Eventualmente, quem sabe, até como sinónimo de “Miguel Relvas”.
É claro que os senhores juízes também não se lembraram de perguntar ao depoente Miguel Relvas em que ponto dos estatutos do PSD, nos actuais ou nos que ao tempo estavam em vigor, salvo erro no artigo 25º, é que se enquadrava essa actividade “agilizadora” que ele tanto prezava (preza?), já que, como se sabe, a Lei Orgânica do XVI Governo Constitucional, verdade seja dita, ainda não previa a figura do ministro ou secretário de Estado “agilizador” de processos. Contudo, nada impede que a figura ganhe consagração legal num próximo governo PSD/CDS. E com direito a reforma, uma vez que eu admito que o Dr. Moedas (é o que está na linha de sucessão) condescenda nesse ponto.
Tenho pena de não ter sabido em 2004/2005 dessa especial aptidão (e descaramento, que também é preciso) do Dr. Miguel Relvas para "agilizar" processos. Se o soubesse ter-me-ia na altura aconselhado com ele, ou metido uma "cunha" à Dr.ª Paula Teixeira da Cruz, sobre a melhor forma de "agilizar" alguns processos de clientes meus que estavam, e estão (estes tansos dos socialistas não agilizam as coisas como deviam), pendurados em autarquias dirigidas pelo PSD aqui no Algarve. Talvez se tivesse evitado que seguissem o caminho dos tribunais ou, quem sabe, ele me tivesse conseguido umas reuniões com alguns presidentes de Câmara algarvios, por exemplo, ou, pelo menos, ter-me-ia feito o obséquio de insistir com os fulanos para que me respondessem às cartas, aos faxes e aos telefonemas sem que eu e os meus clientes ficássemos eternamente a aguardar resposta. Eu não tenho culpa destas coisas só me acontecerem a mim e aos meus clientes e não me conformo com o facto de saber que se fosse uma dessas sociedades de Lisboa recheadas de estrelas do PSD e que prestam serviços no Algarve às autarquias do seu partido - mesmo às falidas, como é o caso de Faro, cujo presidente vai agora passear-se para a Argentina para “captar investimentos” para o concelho (há uns meses também foi ao Brasil mas ainda não dei pelos investimentos, só pelos processos disciplinares) -, e garanto que não aconteceria o mesmo. E não estou a pensar em ninguém em particular que elas ainda assim são bastantes.
Enfim, eu não estava atento, não fui a tempo. Problema meu. Lixei-me. Para a próxima será melhor.
De qualquer forma, estou convicto de que se os portugueses dessem uma nova oportunidade (muitas não porque isso já cheiraria a fraude socratista) ao Dr. Miguel Relvas, ele ainda prestará uma série de bons serviços a todos aqueles que têm dificuldade em ver os seus processos avançar. Seja junto do Governo da República, nas autarquias do PSD ou na Região Autónoma da Madeira, onde parece que o Dr. Alberto João Jardim só dá ouvidos ao Dr. Garcia Pereira.
Em todo o caso, penso eu, seria conveniente que o Dr. Miguel Relvas abrisse um gabinete na sede do PSD, ou até mesmo em Massamá, para que pudesse receber condignamente todos os que estão “à rasca” com a falta de “agilização” de alguns processos que nem com a porra do Simplex avançam. Pessoas pobres que estão ansiosas por poderem recorrer aos bons ofícios do Dr. Miguel Relvas, como até o Dr. Fernando Nobre lhe poderá confirmar. Alguns desses processos - dizem-me ao ouvido por causa dos tipos do SEF - são de africanos à espera da nacionalidade e que nunca mais vêem a hora do despacho aparecer.
O Dr. Passos Coelho pode ainda não se ter lembrado disto, mas é uma sugestão que aqui lhe deixo para o debate de logo à noite. É a sua oportunidade de dar mais visibilidade, melhor diria transparência, a uma actividade muito apreciada pelos portugueses.
Além do mais, o Dr. Passos Coelho poderia ganhar mais uns votos dando ao Dr. Miguel Relvas, seu amigo e leal servidor que ontem terá ficado um pouco abatido com o que o juiz lhe disse, o crédito que merece pelos serviços que lhe presta e ao PSD e uma nova oportunidade para brilhar, assim gerando uma nova entrada nos dicionários com a chancela do seu partido. E, mais importante, uma forma mais rápida e expedita de cilindrar José Sócrates, “agilizando” a sua saída.
Não cobro nada pela ideia. E embora eu saiba que o Dr. Passos Coelho não é um ingrato, escusam de depois mandar ex-ministros do PSD agradecerem as ideias que eu vos dou ou pedirem-lhes que me transmitam que fico dispensado de as colocar aqui no Delito de Opinião. Eu sei que não somos todos iguais e quue não tenho os dotes do Dr. Miguel Relvas. Mas sucede que eu gosto de fazer as coisas ainda com mais visibilidade do que ele. Ao que acresce ter uma dívida de gratidão para com os meus parceiros do blogue, pois que é com a sua tolerância e compreensão que eu ainda vou arranjando paciência para ir "agilizando" estas notas.
P.S. para o Dr. Pacheco Pereira: Não me chamo Abrantes, o meu arquivo é de memória.
quinta-feira, maio 12, 2011
sábado, maio 07, 2011
quinta-feira, abril 21, 2011
DIÁRIO IRREGULAR
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sexta-feira, abril 15, 2011
ESTREIA HOJE EM ITÁLIA
"Habemus Papam" é o novo filme de Nanni Moretti que estreia hoje nas salas italianas. Com Michel Piccoli, que regressa aos 85 anos no principal papel, é uma viagem pelo Vaticano, pelas suas hierarquias e corredores. É a história de um Papa que se vê confrontado com uma crise existencial depois de eleito para o trono de S. Pedro. Marco Politi, um especialista em questões do Vaticano do jornal "Il fatto" considerou-o um filme genial e aconselhou Bento XVI a vê-lo.