Bastou-lhe chegar a Portugal e garantir uns milhões para começar logo a comportar-se como alguns "locais". Na entrevista que esta noite irá passar na RTP, o ex-seleccionador nacional vem, entre outras coisas, justificar a não convocação de Vítor Baía para a selecção nacional com as indicações que lhe foram dadas da primeira vez que se encontrou com Pinto da Costa e Mourinho num jogo Belenenses-Porto. Diz Scolari que nesse dia jogou Nuno Espírito Santo e que Pinto da Costa e Mourinho lhe transmitiram que não deveria convocar Baía. Perante esta afirmação, o que depois acrescentou sobre o poder dos ditos senhores é irrelevante. Bom foi que os portugueses, os que ainda não sabiam, possam ficar a saber, por confissão tardia na primeira pessoa, quais os critérios que ditaram as suas escolhas. Primeiro começou por se deixar manipular, depois mostrou ser um medroso interesseiro que só se preocupou em segurar o lugar e não desagradar aos senhores da bola nacional. As derrotas com a Grécia no Euro de 2004 foram afinal obra de Pinto da Costa e Mourinho. E deselegância deve ter sido uma herança recebida dos labregos que lhe deram a possibilidade de aprender a comer peixe nos restaurantes de Cascais.
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