Em boa hora reeditado pela Difel, aqui está um grande livrinho em formato de bolso. Tenho óptimas memórias de Porto Pim, do céu imenso, do azul profundo e das imersões que fiz nessa baía. Mas havia uma razão adicional para querer muito ler este livro (obrigado MT). É que depois do José Cardoso Pires e da sua escrita tão irreal quanto singela, depurada e transaprente, nunca mais houve ninguém que me entusiasmasse tanto e cuja leitura me desse tão grande prazer. Depois da descoberta do magnífico Requiem (esgotadíssimo e a aguardar uma reedição urgente), aqui está mais uma pequena maravilha da escrita de Tabucchi. Se eu já tinha boas razões para aprender italiano, os seus livros e crónicas tornaram-se uma razão adicional. E assim sendo, mais não posso dizer do que recomendar a sua leitura e concordar com o autor quando no seu prólogo escreve que "cada um tem o direito de tratar os seus próprios sonhos como melhor lhe parece". Ainda bem que assim é. De outro modo muitos ficariam sem sonhar e sem ler. A liberdade é isso mesmo.