domingo, janeiro 18, 2009

UM CASO EXEMPLAR

Paulo Portas, o líder do único partido unipessoal existente em Portugal (o Bloco de Esquerda é mais do género "cooperativa"), conseguiu reforçar o seu poder dentro do CDS/PP. Os resultados do XVIII Congresso são sintomáticos da situação que por aquelas bandas se vive. Num partido com apenas 11 deputados, depois da deserção de um dos que tinha sido eleito, praticamente sem quadros e sem tropas, Paulo Portas conseguiu a proeza de triplicar o número de vice-presidências da sua comissão política. Passou de 2 para 6, dando a ideia de que pode não ter soldados, mas generais não lhe faltam. É natural que quem assim procede tenha depois um discurso a propor o emagrecimento da Administração Pública, dos institutos públicos e das entidades similares, e seja o primeiro a criticar a distribuição de lugares que o PSD e o PS costumam fazer quando estão no poder. Confirma-se assim que Paulo Portas assimilou a velha ideia clientelar e autoritária de que a melhor forma de consolidar o poder é distiribuir cargos e benesses. Com sorte, no próximo congresso, o CDS já terá mais vice-presidentes do que deputados, o que garantirá a Paulo Portas um lugar no Guiness World of Records.