Não gostei, com todo o respeito e estima que me merece, da despedida de Jorge Coelho na Quadratura do Círculo. Tudo me pareceu demasiado piegas, por vezes mesmo um pouco desconchavado. Coelho, sendo um homem do partido, no pior sentido da expressão, é também um homem sério, generoso, empenhado e de convicções. Por isso balançou sempre entre a liberdade crítica e o seguidismo partidário. As suas intervenções foram não poucas vezes pontuadas por um certo facciosismo, que entrava pelos olhos dentro. Percebo agora que muitas vezes não terá sido tão voluntário nem desejado quanto ele quis fazer parecer. Se na altura isso o diminuiu, agora, na hora da despedida, regista-se a sua confissão ao dizer que muitas vezes, ao defender determinadas posições esteve no limite das suas convicções. O papel de ponto nunca fica bem a um homem inteligente. Ali falhou a liberdade, faltou o juízo crítico distanciado e rigoroso, indispensável a quem participa num programa com o formato da Quadratura. Fica-lhe bem que o tenha dito. Mas, talvez mesmo por isso, então não deva voltar a participar em programas do mesmo tipo. Sob pena de se isso não acontecer passarmos a ficar sempre reféns da dúvida quanto à autenticidade da intervenção. Os telespectadores compreenderão. E isso não o irá desvalorizar.
quinta-feira, abril 10, 2008
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