quinta-feira, abril 10, 2008

A LER

Na Sábado, de hoje, o artigo de Pacheco Pereira com o título "Um exemplo das coisas que daqui nascem" que com a devida vénia aqui se reproduz:

"O que leva um partido como o PSD a considerar como matéria de iniciativa pública, com envolvimento parlamentar, o facto de a RTP ter feito uma encomenda em 2007 a uma produtora externa (o que é prática habitual de todas as televisões) de um programa sobre bairros sociais e de essa empresa ter encomendado um trabalho a uma jornalista profissional do Diário de Notícias que já tinha escrito sobre a matéria e tinha experiência de televisão? Não se percebe qual a razão de interesse público para um partido levantar a questão. Produtoras externas na televisão pública quando "deveria ter optado por um profissional da casa"? Esta foi a explicação de recuo, por quem pelos vistos nunca vê a RTP, que floresce de produtoras externas. Nunca viram os Gatos Fedorentos das Produções Fictícias? A Contra-Informação da Mandala? Tudo coisas em que "se deveria ter optado por um profissional da casa"?
Mas a razão percebe-se quando se está atento às palavras. Diz Branquinho: "Trata-se de uma decisão escandalosa, pornográfica até". Diz Rui Gomes da Silva no Congresso do PSD da Madeira que "questionou as competências profissionais da jornalista e levantou suspeitas sobre eventuais relacionamentos pessoais que terão favorecido a escolha" (sublinhados meus).
Eu sei a "razão" e é a pior. A jornalista em causa é tida como próxima do primeiro-ministro, o tipo de matérias que floresce como bolor nas conversinhas que referi acima, entre o machismo e a maledicência. Só isso. Não há nada de interesse público no caso. Apenas uma política que voa muito, muito baixo. E é assim que se mata um partido".

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