A notícia, humorística na essência dir-se-ia, de que um grupo de vândalos entrou pela esquadra de Moscavide da PSP, no domingo passado, em perseguição de um desgraçado que ali se refugiara e acabou sovado ante a impotência do único polícia de serviço, diz bem do estado em que está a política de proximidade e dos seus efeitos quando no terreno não há homens nem meios que a garantam. Desta vez não houve mortos, nem partiram a esquadra toda, mas noutras circunstâncias os efeitos poderiam ter sido bem mais graves. Basta pensarmos no que aconteceria se o fugitivo e o grupo perseguidor fossem membros dessas claques de futebol que enchem de "colorido" as bancadas de alguns estádios, as estações de serviço das auto-estradas ou o metro e os comboios nos dias de jogo. É óbvio que aquilo que aconteceu é consequência da falta de meios e de um inexplicável economicismo numa das áreas da intervenção do Estado que não pode ser gerida à maneira de um qualquer supermercado. A não ser que o objectivo seja também privatizar a segurança das esquadras, entregando-a a uma qualquer empresa do ramo para satisfação da bolsa de um desses tropas na reforma que se especializaram no negócio. Quem sabe se Paulo Portas, ao falar como fala, não se lembrou já disto e apenas aguardava a melhor oportunidade para concretizar mais uma "privatização"?
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