quarta-feira, dezembro 19, 2007

UM LONGO CAMINHO A PERCORRER



Para quem em Portugal já embandeirava em arco com a eventual possibilidade de Cristiano Ronaldo poder vir a ser escolhido pela FIFA como o melhor do mundo, chegou a prova que faltava. O DN revelou que dos seleccionadores que constituíam o painel que escolheu os melhores apenas os de países tão insignificantes e sem expressão como o Butão, a Eritreia, as Ilhas Cook, o Tajiquistão, o Níger, a Samoa Americana, Antigua e Barbados consideraram o jogador português o melhor do Mundo. Países como o Brasil, a Itália, a Holanda, a Alemanha, a Inglaterra, onde ele joga, a França e a Espanha não votaram nele. Para estes, os três melhores eram Kaká, Messi e Drogba. Mesmo na votação por capitães de selecções, Cristiano Ronaldo só obteve o voto de Van der Saar, o holandês que com ele faz equipa no Manchester United.


Este resultado revela bem o quanto Ronaldo está longe de ser um grande jogador. Considerá-lo, como alguns extemporaneamente o fizeram, um fora-de-série, a começar por Scolari, só serviu para atrasar o seu desenvolvimento. Cristiano Ronaldo continua revelar uma preocupante infantilidade nalgumas das suas atitudes, dentro e fora do campo, e se em Inglaterra tem revelado um espírito colectivo mais forte do que quando está ao serviço da selecção, alturas em continua a jogar mais para ele do que para a equipa, perdendo-se em sucessivos dribles e mergulhos intempestivos, espero que o terceiro lugar agora conquistado, que longe de ser um mau resultado, constitua um estímulo para quem sendo tão jovem já entrou na galeria dos melhores. A imprensa tem obrigação de ajudá-lo nesse percurso, moderando as críticas, quer as positivas quer as negativas. Só assim ele poderá crescer e impor-se. Como alguém já disse, o difícil não é chegar lá acima, é manter-se lá. Eu espero que Cristiano Ronaldo tenha a paciência, a arte e tenacidade para isso. Para que trinta anos volvidos sobre o fim da sua carreira futebolística, quando as chuteiras já estiverem num qualquer museu, possa continuar a ser reconhecido, aplaudido e admirado por esse mundo fora. Como o Eusébio.

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