sexta-feira, fevereiro 16, 2007

PERGUNTAS INOCENTES (2)





Que liberdade de imprensa pode haver num país em que qualquer empresário da bola demite toda a direcção profissional de um jornal simplesmente porque as vendas não estavam a atingir os patamares desejados pelos proprietários? Que autonomia pode ter um jornalista que é contratado por um patrão para fazer um jornal, cumpre um código deontológico, procura ser isento e independente e acaba sujeito a mecanismos de auto-censura para não enfurecer o dono do jornal ou os seus accionistas? Que país é este em que os principais jornais do país passam a vida em mudança e em restruturação e em que os únicos que se mantêm inalteráveis ao longo dos anos são os jornais de paróquia e as revistas de coração? Que se pode esperar de um país e de um povo que encara com naturalidade o que ciclicamente se passa no Diário de Notícias e no Público e que viu ao longo dos anos desaparecer jornais como o República, o Jornal Novo, o Século, o Jornal ou o Independente? Eu digo: iliteracia, experiências linguísticas nas escolas, programas simplex, jogos de computador, telenovelas, políticos semi-analfabetos, grafittis em tudo quanto é sítio, regionalismos exarcebados, corrupção, clientelismo, compadrio, autarcas arguidos, betão e futebol a rodos. That's business, mate!

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