terça-feira, janeiro 30, 2007

O REFERENDO DO MEU DESCONTENTAMENTO


Cada dia que passa mais me convenço que o referendo sobre a IVG, vulgo aborto, era evitável. O Prós e Contras de segunda-feira passada foi o exemplo disso mesmo. Os argumentos são todos definitivos, arrasadores, intolerantes. A minha razão é o meu umbigo. Aguiar Branco, um homem com nível e um advogado de categoria, escusava de ter viabilizado uma pergunta para o referendo da qual agora diz discordar. Triste imagem dos nossos parlamentares. Cada tiro cada melro! Vital Moreira mostrou ter uma argumentação sólida e bem mais consistente do que a dos seus colegas de painel. Fiquei com a ideia de que a Drª Isabel Galriça Neto vive noutro mundo. Como é possível ter argumentos tão confrangedores? A gente do Não tem lá pessoas com outra dimensão. Ao Vasco Rato tenho-o agora em melhor conta. Afinal não é tão definitivo quanto demonstrou antes em assuntos de política internacional. Mas ao lado do Daniel? Francamente! Há companhias e companhias, embora eu não tenha nada contra o sujeito a não ser o facto de ter alguma dificuldade em perceber aquele radicalismo adolescente e remexido que ele exibe todo contentinho, com a fralda de fora, de cada vez que tem uma câmara por perto. Enfim, a turba continua a delirar com o programa da drª Fátima. O que vale é que já só faltam doze dias para esta choldra acabar. O senhor engenheiro, que é tão despachado para algumas coisas que lhe convêm, bem que podia ter resolvido isto de outra forma, poupando uns largos milhares de euros ao erário e evitando colocar em risco o instituto do referendo. Não o fez. E agora, não só temos que gramar com as alarvidades que se debitam sobre o aborto e as comparações estapafúrdias que para aí vão surgindo, como ainda temos de ouvir o Fernando Santos a falar sobre as suas convicções. Uma coisa é certa: das palavras do prof. Vital Moreira depreende-se que se o aborto for feito por opção da mulher, fora das instituições de saúde autorizadas, antes das 10 semanas, continuará a ser crime. O mesmo acontecendo se for praticado depois das dez semanas. Mas então, se isto é assim, para quê tanta discussão? Ao engenheiro Sócrates competia ter resolvido o assunto no local adequado e sem mais discussões. Mas faltou-lhe a coragem, evitou comprometer-se. E como tal também não nos poupou a maçada de termos de ir agora fazer figura de corpo presente. Só para que o resultado do referendo seja vinculativo e se acabe de vez com esta questão sem matar o referendo de vez.

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