Com o Governo do engenheiro Sócrates a fazer tudo o que a oposição não quer, contando para tal com o apoio do Presidente da República; com um PSD amuado, com um CDS em semi-autogestão, com um PCP a tentar ressuscitar os mortos marxistas e estalinistas, com um Bloco de Esquerda em estado de hibernação e, ainda, com o presidente do Governo Regional da Madeira a entrar em colapso acelerado, a situação política começa a dar ares de uma União Nacional contestada nas ruas por alunos relapsos do ensino secundário, maus polícias, funcionários públicos preguiçosos e sindicalistas mandriões.
É por isso urgente dar corpo a um novo imperativo nacional. O de ajudar a oposição a encontrar um líder. A certidão de óbito político de Marques Mendes há muito que foi emitida, mas só ontem foi carimbada por Belém. Uma democracia sem oposição e com tanta malta nas ruas a vociferar não passa de um circo.
A situação no PSD é insustentável. O partido deriva. A direcção política do partido é completamente medíocre e nem mesmo ao nível parlamentar consegue conferir um mínimo de seriedade à sua intervenção. O pacto da Justiça e a discussão sobre a Segurança Social foi o balão de oxigénio de que Marques Mendes necessitava. Mas o seu tempo esgotou-se. No Porto, Pedro Duarte entrou em rota de colisão com Rui Rio e acabou demitindo-se. Luís Filipe Menezes promete cortar dedos mindinhos. Em Lisboa, a coligação está em cacos. Santana Lopes vai fazendo das suas e até já escreve livros a repor a “verdade” sobre a sua governação.
O PSD é um partido com um capital de prestígio que não pode continuar a ser delapidado por uma meia dúzia de arrivistas, de comissários políticos e de ineptos profundamente ignorantes e incompetentes. É urgente ajudar o PSD a encontrar um líder credível, que seja capaz de se rodear de um escol de pessoas politicamente preparadas, astutas e tecnicamente competentes. Um partido como o PSD não pode continuar a definhar lentamente. Francisco Sá Carneiro não o permitiria.
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