quinta-feira, setembro 21, 2006

O SOL

Estava convencido de que só eu é que tinha achado o novo semanário Sol um horror. Ontem fiquei mais acompanhado depois de ouvir o Lobo Xavier e o Pacheco Pereira. Este último foi ao ponto de considerar o jornal um misto entre o 24 Horas e o Correio da Manhã. Pode ser que as coisas venham a melhorar, embora eu esteja convencido que vai ser difícil.
Na verdade, não deverá ser fácil fazer um jornal que tem como director o centro do universo e cujo título é uma homenagem à sua própria pessoa. Mais difícil ainda deverá ser mantê-lo.
Há, contudo, duas ou três notas que me deixaram confundido e que gostaria de aqui vos deixar:
1. Por que razão eles não querem oferecer brindes nem fazer promoções? Creio que ainda o arquitecto era o director do Expresso quando este começou a oferecer promoções, brindes e luxuosos encartes pagos (os suplementos do Governo de Macau no tempo de Rocha Vieira são um pequeno exemplo). E lembro-me de edições especiais que eram promovidas pelo próprio jornal e vendidas por um preço simbólico. Do Livro da Boa Mesa e da Boa Cama (creio que era assim que se chamava) à Peregrinação, passando pelos Lusíadas e por cd's, houve de tudo um pouco. Nunca ouvi o arquitecto reclamar, apesar de admitir que se está sempre a tempo de mudar de ideias.
2. Outra coisa que me deixou baralhado foi aquela de ter visto cartazes publicitários do jornal com o prof. José Hermano Saraiva. Todos sabemos que a História se reescreve, às vezes por encomenda, e que nos dias de hoje vende muito. Espero que com isso não se quisesse afinal dizer que o jornal antes de ser já fazia parte da história. A ver vamos.
3. Também fiquei admirado por ver, logo no primeiro número (eles não perdem tempo), uma reportagem com o general Rocha Vieira na sua casa dos Salicos. E um anúncio da Gradiva de todo o tamanho. Será que depois desses indícios vamos ter também o Martins da Cruz e a Zita Seabra? O Pinto da Costa vem já a seguir que eles já anunciaram que a Felícia Cabrita anda a tratar disso.
4. Mas o que eu estranhei mesmo foi um pequeno anúncio no caderno de Economia que rezava o seguinte: "QUERO TRABALHAR! Jornalista (com alguns cabelos brancos) quer trabalhar, para pôr em prática a sua grande experiência nacional e internacional. Contacto: joao-paulo-diniz@hotmail.com". Se é quem eu estou a pensar, creio que o melhor era ir pedir emprego directamente à Fundação Jorge Álvares, ao coronel Salavessa da Costa ou então voltar para Macau e tentar arranjar um lugarinho na Revista de Cultura. É uma chatice. Se fosse um tipo como eu a publicar um anúncio desses não era de estranhar. Mas agora que alguém que se mostrou sempre tão prestável tenha de chegar a esse ponto... O mundo está cheio de ingratos e há "amigos" com os quais nunca se pode contar.
Até mais logo.

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