Diferenças ideológicas à parte, quase tudo o que Pacheco Pereira diz com a sua habitual frontalidade e eloquência correspondem à verdade. É incómodo? É. Tinha de ser dito? Tinha. Eu próprio já o referi várias vezes, quer aqui, quer no Delito de Opinião, no tempo em que por ali escrevia. Agora Pacheco Pereira vai um pouco mais longe e dá os nomes às coisas. Ainda bem que ele o faz. Não há crise que justifique o adormecimento das consciências, o apagamento da oposição ou que obrigue a tudo engolir como se fossemos, na expressiva linguagem da Clara Ferreira Alves, uns servos da gleba. Se neste país tivéssemos mais meia dúzia, já nem peço mais, de pessoas como ele, à esquerda e à direita, seguramente que não estaríamos no atoleiro em que estamos e entregues a parlapatões. Mas como a frontalidade e a honestidade em política pagam um preço muito elevado, contentemo-nos com a mobília que temos, com os tarecos que nos calharam em sorte.
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