Bem sei que quem saiu gostava de lançar primeiras pedras e de anunciar projectos grandiosos. O que não invalida que tenham sido feitas algumas coisas que não nos envergonham. A aposta nos automóveis eléctricos pareceu-me ter pernas para andar. Mais convencido fiquei depois de ver alguns membros do anterior Governo deslocarem-se em carros eléctricos. A desistência do projecto de Cacia, nos termos em que foi feita pelos seus responsáveis, um português incluído, deixa muitas perguntas no ar. Atenta a dimensão e importância do investimento que antes foi propagandeado, quer pelo Governo, quer pela Renault/Nissan que a tal se associou, seria bom que este assunto fosse investigado e se percebessem as verdadeiras razões que estiveram na base da decisão. Não acredito que os custos de produção nas restantes unidades do Reino Unido, de França, dos EUA ou do Japão sejam inferiores aos nossos. Espero, por isso mesmo, uma explicação decente por parte do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, que não só traga alguma luz ao assunto como esclareça que fez o Ministério para evitar este desfecho. Se é que houve oportunidade para fazer alguma coisa. E espero que algum jornalista se interesse pelo caso. Um projecto daquela dimensão está muito para além da simples propaganda ou de uma opção ideológica e diz respeito a todos nós. Sob pena de se isto não for devidamente clarificado o Governo português, qualquer que ele seja, andar a fazer figura de otário. Antes, durante e depois. E isso seria inaceitável numa perspectiva nacional.
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