Associo-me hoje aos 20 anos do Público e a tudo aquilo que o jornal nos tem proporcionado nestas duas décadas. Com todos os defeitos que se lhe possam apontar, é inegável que o jornal se impôs pela qualidade da análise, pela profundidade dos seus textos, pelo nível da maioria dos seus textos e excelente nível dos seus articulistas. Habituei-me a ver no Público uma opinião plural e mesmo quando alguns textos revelavam falta de objectividade e de isenção, não confundi a posição e o mau trabalho desse jornalista com o jornal. Vinte anos depois, como leitor atento e interessado, tenho de agradecer ao Eng. Belmiro e aos accionistas do jornal os excelentes momentos de leitura que me deram, a oportunidade da informação e o contributo que deram para a consolidação democrática e aprofundamento do espírito de cidadania e intervenção da uma opinião pública mais consciente. De tudo, lamento apenas a posição assumida pela sua direcção aquando da declaração de guerra ao Iraque, pelos efeitos nefastos que isso teve para todos nós. Mas seguramente que não será esse pecadilho, que acredito tenha sido gerado por pura convicção, com tudo o mais de bom que aos portugueses foi oferecido. O Público está por isso mesmo de parabéns e espero que dentro de vinte anos possamos comemorar a sua entrada na meia idade. O facto de ser hoje dirigido por uma mulher significa que o jornal já passou o Rubicão, amadureceu e tornou irreversível o seu compromisso com a liberdade e a modernidade.