"Na verdade (como diria Manuela Ferreira Leite), o problema do programa do PSD não é ser demasiado generalista, porque em múltiplas áreas (sobretudo na Economia) há um batalhão de medidas bem concretas. O problema é o excesso de detalhe nuns lados quando comparado com a falta de detalhe noutros. Quando se trata de implementar medidas por decreto-lei - baixar aqui um escalão para 10%, subir ali uma taxa para os 35% -, o programa do PSD está cheio de ideias. Quando se trata de apresentar soluções - ou, se não "soluções", ao menos "ideias" - para as áreas que nos últimos anos mais têm afectado a credibilidade do regime, o "Compromisso de Verdade" multiplica as generalidades e é invadido por uma torrente de "suspenderes", "avaliares" e "ponderares".
Este é, afinal, um programa que garante ir apostar na "fileira florestal" e na "visitação turística", temas que fazem vibrar metade de Portugal, mas que se refugia nas meias-tintas sempre que toca em assuntos mais polémicos, do Estatuto da Carreira Docente ao estado lastimável dos tribunais. Fazendo as contas, as páginas dedicadas à Economia são mais do dobro das dedicadas à Justiça. É fácil perceber porquê: aquilo que podemos esperar de um governo PSD é o velho Estado intervencionista em tudo o que é negócio, mas sem nenhuma vontade de enfrentar os verdadeiros monstros que sufocam o regime. PSD e PS estão bem um para o outro."
Este é, afinal, um programa que garante ir apostar na "fileira florestal" e na "visitação turística", temas que fazem vibrar metade de Portugal, mas que se refugia nas meias-tintas sempre que toca em assuntos mais polémicos, do Estatuto da Carreira Docente ao estado lastimável dos tribunais. Fazendo as contas, as páginas dedicadas à Economia são mais do dobro das dedicadas à Justiça. É fácil perceber porquê: aquilo que podemos esperar de um governo PSD é o velho Estado intervencionista em tudo o que é negócio, mas sem nenhuma vontade de enfrentar os verdadeiros monstros que sufocam o regime. PSD e PS estão bem um para o outro."
Eu podia ter escrito escrito que não tinha dúvidas em assinar por baixo. Como não o fiz, e o autor dessa linhas o fez muito melhor do que eu alguma vez faria, limito-me a fazer minhas as oportunas palavras do João Miguel Tavares. Para ler aqui na íntegra.