A antecipação de eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica peca por tardia. Porém, se levarmos em conta as declarações mais recentes do presidente do SLB e os comunicados da SAD relativamente à permanência de Quique Flores, percebe-se a razão da antecipação. Em causa não está a preparação da nova época, porque uma direcção que vai tomar posse depois de 3 de Julho já tem de ter a época planeada, o plantel minimamente consolidado e as dispensas e contratações finalizadas ou, pelo menos, em fase muito avançada. Como alguns sócios disseram, o que está em causa é uma "golpada" visando a recandidatura de um homem que a si próprio se considera um gestor magnânimo mas que anda há cinco épocas a contratar treinadores por dois anos e depois despede-os no final do primeiro ano pagando avultadas indemnizações. Antes de ter convocado eleições, Luís Filipe Vieira devia ter começado por dizer aos sócios quanto já pagou em indemnizações a treinadores pelo seu despedimento prematuro, se a mudança de treinador todos os anos faz parte do plano de estabilidade para o Benfica e se ao fim destes anos todos ter apenas um jogador na selecção nacional é o remate do plano que o levou à presidência. Os benfiquistas reconhecem e agradecem-lhe o esforço que fez para a consolidação financeira do clube e a construção do novo estádio, mas não têm agora de ficar eternamente a pagar-lhe o "empenho". Era só o que nos faltava.