O manto de silêncio continua a cobrir tudo e todos. A revolta foi trocada pela inserção no sistema ou pelo exílio. Coincidência ou não, vinte anos depois de Tiananmen um ex-maoista apela ao voto democrático nas páginas do Público e este mesmo jornal recorda as eleições que na Polónia marcaram o fim do comunismo. Há 20 anos atrás, num hotel de Tóquio, sozinho, acompanhei os acontecimentos com ansiedade e emoção, enquanto do lado de fora um grupo de manifestantes apelava à desmilitarização da península coreana e se manifestava contra os Estados Unidos. As palavras de ordem não mudaram muito. O mundo também não está melhor. Está apenas mais comodista e mais silencioso.