segunda-feira, dezembro 29, 2008

TINTA-DA-CHINA

O nome tinta-da-china faz-me recordar os tira-linhas com que eu, com a minha habitual falta de jeito para tudo o que fossem trabalhos manuais, me sujava todo nas aulas de desenho. Nesse tempo ainda as canetas "Rotring" não estavam popularizadas nem era autorizada a sua utilização. Mas pelas nódoas que eu levava para casa e pelas recriminações que ouvia, esse nome era também sinónimo de perenidade. Mais de três décadas depois de ter inutilizado uma série de calças e de camisas, eis que me surge de novo a Tinta-da-China, mas desta vez sob a forma de uma editora. E ainda bem que assim é porque foi dela a ideia de editar três dos melhores livros que me chegaram agora às mãos, cuja leitura (ou releitura) recomendo vivamente.

"Sou grato e às vezes mesmo nostálgico. Mas o amor como ideia é demasiado totalitário. E eu gosto da ilusão da liberdade" - Pedro Mexia.

"Não há razão para que o bem não possa triunfar sobre o mal, basta que os anjos se organizem mais ou menos como a Máfia." - Kurt Vonnegut

"As raízes do passado rebentam por todos os lados no nosso solo: rebentam sob forma de snetimentos, de hábitos, de preconceitos. Gememos sob o peso dos erros históricos. A nossa fatalidade é a nossa história". - Antero de Quental