Enquanto o carniceiro de Harare afirma que os médicos do Zimbabwe "prenderam a cólera" ("they have now arrested cholera"), a África do Sul declarou como zona de desastre a região norte do país que faz fronteira com a antiga Rodésia, devido ao número de refugiados e à propagação da doença para sul. A epidemia alastra agora pela região do Limpopo. Há alguns dias, uma figura como o bispo Desmond Tutu afirmou que se Mugabe não saísse voluntariamente só havia uma solução: a intervenção militar. Preocupada com Guantánamo e com os piratas da Somália, onde os milhões de dólares e de euros falam mais alto, a comunidade internacional continua a ignorar o que se passa no coração de África. No Zimbabwe não existem direitos humanos, não há quem zele por eles, como não há saúde, não há educação, não há comida, não há paz, não há justiça. No Zimbabwe já não existe Estado. O celeiro de África, graças à revolução "socialista" e "patriótica" de Mugabe, é hoje um vastíssimo campo de morte e de destruição. Apenas um povo que sofre estoicamente a violência que lhe é imposta por um tirano demente ainda resiste. É tempo de dizer basta. É tempo de intervir no Zimbabwe, de mobilizar as consciências e de julgar Mugabe num tribunal internacional. Aquilo que ele está a fazer ao seu povo não é muito diferente do que fizeram Milosevic ou Saddam. Tem de haver um limite para a bárbarie. E se tiver que ser a tiro que seja. Assim é que não pode continuar.