Paulo Mota Pinto, emérito professor da Faculdade de Direito de Coimbra, ex-juiz do Tribunal Constitucional e actual vice-presidente do PSD, defendeu esta manhã, aos microfones da TSF, a hipótese de realização de um referendo sobre o casamento entre homossexuais. Depois da infelicíssima proposta da Juventude Socialista (não há ninguém que chame os meninos à razão?), segue-se esta ainda mais infeliz. Não o esperava, em especial vindo de quem veio. Apelar ao instituto do referendo para resolver uma questão sem qualquer interesse prioritário do ponto de vista colectivo e, ainda por cima, mais uma questão de consciência, só pode servir para desacreditar ainda mais o referendo. Já no caso da interrupção voluntária da gravidez se viu que o recurso a esse instituto se revelou contraproducente: não mobilizou o eleitorado, desacreditou a relevância do instituto, atrasou a resolução do problema, não forneceu resultados vinculativos e acabou por ser resolvido por vontade do Parlamento. Agora, Paulo Mota Pinto parece querer reeditar o disparate, com a agravante de que o casamento entre homossexuais não é uma questão de saúde pública. Se o Governo, este ou o próximo, entender que é de legislar sobre essa matéria, então que o faça, mas que não chateiem o eleitorado com uma questão dessa natureza. Já chega de querer transformar "questões fracturantes", números de circo, em questões de Estado. Haja senso.
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