segunda-feira, junho 16, 2008

FUTEBOL DE PRAIA

(foto Público - Stefan Wermuth, Reuters)
A selecção nacional teve ontem em Basileia uma prestação miserável. O seleccionador nacional resolveu inventar. Vai daí, quis fazer descansar profissionais que recebem milhares de euros por dia para jogar futebol, quis revolucionar a equipa e mexeu em todos os sectores. Dos titulares nos jogos anteriores ficaram o impagável Ricardo, especialista em deixar bolas à entrada da área para os avançados contrários, Paulo Ferreira, um jogador lento e faltoso, e Pepe. O resultado foi o que se viu: uma selecção desconchavada, onde cada um jogava como queria. Faltas sobre faltas, entradas à margem das leis, passes transviados, jogadas sem qualquer sentido, muitas bolas perdidas, falta de empenho colectivo. Num campeonato da Europa não há jogos a feijões e não se pode brincar dessa forma com o prestígio nacional. Para a história só contam os resultados e quando daqui a alguns anos se olhar para as estatísticas, nessa altura ninguém saberá se Scolari esteve a fazer a "gestão do plantel" ou se jogou com uma equipa de futebol de praia. Jogadores sem chama, sem classe, sem alma, individualistas, mal fisicamente, outros mal enquadrados e fora das posições, enfim, uma amálgama de jogadores sem qualidade nem categoria para serem titulares num campeonato da Europa arrastaram-se pelo relvado de Basileia. Para quem pagou bilhete e foi ao estádio, para quem acreditou na equipa, para os milhares de emigrantes que têm sido incansáveis no apoio à selecção, foi tudo muito triste e demasiado feio para ser verdade. Aquela equipa que ontem jogou foi uma sombra da tal vontade de vencer. Não passou de um arremedo de equipa que nem os erros de arbitragem perdoam.

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