segunda-feira, maio 05, 2008

DE TANGA

O Público revelava ontem, a propósito do pagamento de uma multa de € 233.415 ao Tribunal Constitucional, que a situação económia e financeira do Partido Social-Democrata (PSD) é catastrófica, a ponto do seu secretário-geral se ter visto na contingência de escrever uma carta ao juiz-presidente daquele órgão pedindo o pagamento da dívida em prestações. Entre outras coisas, o impagável Ribau Esteves escreveu que "dada a muito delicada situação financeira que o PSD atravessa de momento e a indisponibilidade de crédito, revela-se-lhe da maior dificuldade - sob pena de afectar seriamente o desempenho de funções democráticas que constitucional e legalmente lhe estão cometidas - assegurar o cumprimento imediato das sanções". Em termos gerais, o PSD tem um "passivo de 13,5 milhões de euros, a que se deveriam somar 15 milhões de dívidas a terceiros". O anterior secretário-geral diz que não percebe de onde veio uma dívida dessa ordem de grandeza. Eu também não. Mas ao ler o que Ribau Esteves escreveu não posso deixar de me interrogar como é possível que este partido, o maior da oposição, com centenas ou milhares de economistas e gestores nas suas fileiras, incluindo ex-ministros das Finanças, que recebe uma avultada subvenção estatal para desempenhar as suas funções e esteve no governo até 2005, se permite criticar a política económica e financeira do Governo de José Sócrates quando é certo que nem sequer para si consegue crédito bancário. É, pois, natural, que num partido neste estado seja difícil à sua direcção vislumbrar os disparates de Jardim e se fale em coisas como "choque fiscal". Não me levem a mal, mas talvez seja melhor o PSD contratar alguém externamente que lhe permita endireitar as contas antes de se abalançar a outros voos. Que tal pedir ajuda ao Francisco Louçã?

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