Há alguns dias, Jaime Gama considerou Jardim um esteio da democracia e do desenvolvimento na Região Autónoma da Madeira. Ontem (sábado, segundo o Público), o elogiado, à laia de antevisão da visita do Presidente da República ao arquipélago, e em jeito de agradecimento pelo elogio, chamou "fascista" a um deputado regional, "bando de loucos" à oposição no parlamento regional, disse que não apresentava "aquela gente a ninguém" e esclareceu que uma visita de Cavaco Silva à Assembleia Legislativa Regional iria dar "uma imagem péssima da Madeira" e "ter repercussões negativas no Turismo e na própria qualidade do Ambiente". Quanto à repercussão negativa para o turismo e o ambiente, ela dificilmente seria pior do que os efeitos provocados pela divulgação à escala mundial, há alguns anos atrás, das imagens de um tipo barrigudo, com ar seboso, de tanga e de tambor, a desfilar no Carnaval da Madeira e que alguns tomaram pelo presidente do Governo Regional. Mas independentemente do desrespeito que as declarações agora proferidas demonstram pela própria esssência da democracia, da grosseria e da má-educação patenteadas, mais ao nível de uma besta de que de um líder regional eleito democraticamente, Jardim confirma não ter estatuto nem classe e que só o atraso, a vergonhosa complacência do poder político de Lisboa e o caciquismo tradicional da Madeira, é que o mantêm no poder há tantos anos. É claro que uma visita do Presidente da República ao órgão legislativo regional apenas iria enobrecê-lo e, nessa medida, sabendo-se da forma como por ali a democracia se exerce, entre insultos à oposição e contas aos gastos em sanitas, talvez isso até fosse contraproducente. Dentro do PSD já se percebeu que Menezes, como líder fraco e medíocre, não tem força para o levar à razão e prefere perder o seu tempo a falar para dentro, discutindo, como qualquer bisbilhoteira provinciana, a vida privada de terceiros. Mas seria bom que o presidente da Assembleia da República aproveitasse este momento para rectificar as inacreditáveis declarações que proferiu no congresso da Associação Nacional de Freguesias. Esta seria a altura ideal para Jaime Gama se demarcar das abjectas alarvidades saídas da boca de Alberto João Jardim.
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