Tomás Vasques sublinhou, e bem, a contradição existente nas duas posições assumidas pelo PSD na Câmara Municipal de Lisboa relativamente ao empréstimo dos 400 milhões. Se por um lado a bancada social-democrata se absteve na aprovação de uma proposta por si apresentada, ainda mais estranho se torna verificar que depois, na segunda votação, já não se importaram de votar a favor. Perguntava-se, pois, se se trataria de uma problema de "desorientação" ou de 'politiquice'. Penso que não é nem uma coisa nem outra. Desorientação pressupõe a existência de um rumo, coisa que o PSD há muitos anos deixou de ter. "Politiquice" também não será, posto que nem sequer têm revelado esperteza para tal. Quanto a mim, penso que o que explica a votação do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa é o mesmo que leva Ribau Esteves a dar entrevistas, que guindou Menezes à liderança do partido e Santana Lopes a líder parlamentar. Ou, mais do que isso, é o mesmo que mistura os negócios do Beira-Mar com a Câmara de Aveiro, que mete um vice-presidente do clube e um filho do presidente na vereação a apoiarem protocolos para resolver os milandos do "seu" clube. Tudo se traduz, afinal de contas, em falta de princípios e ausência de escrúpulos, embrulhados numa grande ânsia de visibilidade. Nada de mais por parte de quem não resiste a abeirar-se do primeiro espelho que encontra, mas depois detesta ver-se reflectido e não suporta os comentários de quem o vê. Alguns dirão que é uma extensão da luta de classes ao seio da classe política. Eu estou de acordo. Os "PEpS" (pequenos empreiteiros da política) chegaram e exigem protagonismo.
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