domingo, dezembro 09, 2007

FALTA DE DECORO

Dois ex-bastonários da Ordem dos Advogados andam de candeias às avessas. Rogério Alves e José Miguel Júdice há muito que estão incompatibilizados. Júdice já foi julgado e punido, no mandato do primeiro, por eventualmente se ter excedido na crítica e numas infelizes declarações públicas que fez. Agora voltou à carga durante um debate televisivo na SIC Notícias. Alves, que teve um mandato sofrível - aí Júdice está cheio de razão -, ficou de novo ofendido. Não tinha que ficar. O direito à crítica não pode ser confundido com o insulto baixo, gratuito e soez. Cada um tem o seu estilo e Júdice, como todos nós, terá os seus defeitos. Alves também. Querer transformar uma crítica, mesmo desajustada, numa guerrilha pessoal e abrir processos disciplinares por tudo e por nada parece-me uma perfeita estupidez. De dois bastonários esperava-se mais. Dos órgãos da Ordem recém-eleitos espera-se muito mais. Em especial bom senso. Mas é este que parece estar definitivamente a faltar. Curiosamente, o mal aparenta ser geral. Basta ouvir as discussões no seio da Ordem dos Médicos, entre os actuais candidatos ao bastonato, ou as sempre hilariantes declarações do xerife dos Notários para tal se poder confirmar. Oxalá que os novos órgãos da Ordem dos Advogados ponham as coisas no seu devido lugar e não percam o seu tempo em discussões de sacristia. Todos sairão diminuídos. Os protagonistas e a advocacia portuguesa só têm a perder com estas guerras do alecrim e da manjerona.

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