A recente divulgação por parte do Daily Mirror de uma carta redigida por Piers Merchant, um ajudante de Roger Knapman, eurodeputado e um dos líderes do Independence Party, um partido inglês de extrema-direita que tem assento em Estrasburgo, aliás na sequência da publicação no mesmo jornal de um artigo assinado há dias pelo seu colaborador Tony Parsons, é reveladora da dimensão, poder e sórdido nível de alguma gente que tem aparecido na imprensa inglesa a defender o casal McCann e a atacar a PJ, Portugal e as suas instituições. Com efeito, se Tony Parsons não passa de um medíocre articulista de tablóide e de um especialista em gossip, ou seja, de um reles bisbilhoteiro, e ainda por cima abichanado, cujas insultuosas palavras que escreveu em relação a Portugal, aos portugueses e ao embaixador Santana Carlos, acabaram por não ter a importância que lhe quiseram atribuir, já a carta de Merchant, que Knapman implicitamente subscreveu ao confirmar a justeza da actuação do seu colaborador, é reveladora do nível dos interlocutores do casal McCann. As coisas até poderiam passar despercebidas não fosse dar-se o caso da vetusta Inglaterra ser um país de fortíssima tradição cívica e democrática. E pese embora tal facto, o "Team McCann", como alguém já lhes chamou, conseguiu rodear-se de um conjunto de pessoas do meio político e empresarial que se têm afadigado, mais do que na busca da menina desaparecida, na defesa da inocência do casal, o que não deixa de ser muito estranho. Se a esta estranheza juntarmos o facto de Piers ter sido obrigado a demitir-se do Parlamento inglês por se ter envolvido com uma hospedeira de cabaret, de 17 anos, num banco de South East London, em 1997, enquanto a sua mulher Helen fazia campanha a seu favor, e de, por seu turno, Knapman ser um reconhecido xenófobo, anti-emigrantes e racista, que votou contra o alargamento da União Europeia em 2004, ao mesmo tempo que recorria a trabalhadores polacos para fazer obras na sua casa de Devon, com o argumento de que não havia locais para o fazerem, no que foi logo desmentido pelos empreiteiros da terra e constituiu motivo de risada geral, começa a ser patente que a gente de quem o casal se rodeou não será seguramente a mais aconselhável para se ter por companhia. Em especial se se quiser dar um ar sério "à coisa". Desconheço se os que jantaram com o casal na Praia da Luz no fatídico dia do desaparecimento de Maddie eram da laia destes do Daily Mirror, porque se eram, então estará tudo dito. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
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