O reitor do Santuário de Fátima, monsenhor Luciano Guerra, em declarações publicadas no Diário de Notícias de hoje, vem esclarecer que a novíssima Igreja da Santíssima Trindade vai custar qualquer coisa como o dobro do que chegou a ser previsto. Ou seja, segundo o prelado, a coisa deve ficar aí nuns "70 ou 80 milhões"(sic), embora as contas ainda estejam por fechar. Monsenhor Guerra esclarece que um dia espera poder vir a publicar as contas de uma obra que foi integralmente paga com o dinheiro dos peregrinos. Como todos sabem, com excepção das obras subsidiadas com fundos de Bruxelas, a maior parte das obras públicas deste país são pagas pelos contribuintes, que são uns sujeitos que estão para o Estado mais ou menos como os peregrinos estão para as obras do santuário. A diferença é que as obras pagas com o dinheiro dos contribuintes não gozam das benesses divinas e quando descarrilam dão brado. Para quem ouviu alguns altos responsáveis da Igreja portuguesa queixarem-se das derrapagens nas obras do Euro 2004, agora era caso para os peregrinos lhes perguntarem se ninguém é responsável por tão grande descarrilamento que seguramente deixou mais gordas as contas bancárias de alguns. Em matéria de construção civil e de trocos, como bem se vê, continua a não haver milagres. Nem mesmo em Fátima.
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