quinta-feira, setembro 06, 2007

INDECOROSA

A guerra em que anda o PSD começa a raiar o indecoroso. Depois do espectáculo que foi ver os dois principais candidatos à liderança a abrilhantarem a festa do Pontal, com Mendes a borrar a pintura, veio logo a seguir o plágio, irrelevante nas suas palavras, no blogue de Menezes. Ainda mal refeitos, veio Mendes dizer que estava muito satisfeito com os vetos do presidente da República e que isso seria uma prova da arrogância do Governo de Sócrates, esquecendo-se, como bem salientou Vital Moreira (desta vez até este teve razão), que o diploma que mais dúvidas suscitou ao Presidente da República foi o da responsabilidade civil extracontratual do Estado, lei que foi aprovada com os votos favoráveis do PSD. Agora é vê-los pelos Açores, um festejando o aniversário num passeio à cata de golfinhos e baleias, já de colete salva-vidas à volta do pescoço, antecipando os dias de borrasca que se avizinham, ao lado do homem que andou metido naquela embrulhada dos sobreiros, ao mesmo tempo que se congratulava com a não abertura de um inquérito criminal ao caso Somague - como se ficasse tudo limpo e lavado e não houvesse à mesma um ilícito embora de outra natureza; o outro passeando de ilha em ilha num jacto privado cuja factura é paga por um empresário de Gaia que investe no Algarve (estranhas amizades), aceitando que isso seja normal e assumindo não ter que prestar contas desse facto aos militantes do seu partido e ao país. Não se trata, é verdade, de algo particularmente humilhante ou indigno no actual contexto da nação, mas se a simples hipótese do PSD continuar a ser liderado por Marques Mendes é embaraçosa para os cidadãos de boa índole preocupados com o futuro da oposição, o mínimo que se pode pensar da candidatura de Menezes é que tem um ar sinistro. Aquela primeira linha da sacristia, posicionada logo atrás de Menezes e que agrupa Mendes Bota, Ribau Esteves e o inefável Moita Flores, o tal que à falta de melhores argumentos se pegou com a secretária de Estado da Reabilitação por uma mesquinha questão protocolar, é algo de inenarrável. Aguardemos os próximos desenvolvimentos de uma guerra que deverá ser seguida com toda a atenção. Quanto mais não seja para nos irmos rindo.

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