quarta-feira, maio 16, 2007

O DANTAS NÃO ACERTA UMA!



Depois da única nega conhecida que levou, Marques Mendes resolveu ir a Setúbal e à Assembleia da República buscar Fernando Negrão para o candidatar à Câmara Municipal de Lisboa. Tenho Negrão em boa conta, apesar de ser juiz (ainda não é dos totalmente formatados pelo CEJ, sabe Direito, não é arrogante e é educado!) e daquele episódio da saída dele da Polícia Judiciária, mas não o vejo à frente de Lisboa. Em Setúbal não o quiseram a gerir a cidade e deixaram-no como vereador. Marques Mendes, depois de Fernando Seara lhe dizer que a bola já lhe ocupava muito tempo, lá conseguiu desencantar um "independente". Bem sei que em política o que parece não é, e o facto de Negrão ser um perdedor em Setúbal não significa que não possa ganhar Lisboa. Mas daí até ganhar...

Uma vez mais assiste-se a uma troca de cadeiras. Marques Mendes também alinha no jogo. Os partidos não se distinguem. Os cidadãos não estranham estas movimentações. Elas não fazem parte do jogo político. Elas são o jogo político e contribuem para o desprestígio das instituições, para o afunilamento da vida pública, para o aumento do desinteresse pela participação, pela intervenção cívica e pela vida democrática.

Marques Mendes necessitava de algum fôlego para chegar até 2009. Precisava de se diferenciar, de se distanciar, de marcar o terreno. Está visto que não consegue. Noutras circunstâncias Negrão seria uma aposta válida para Lisboa. Neste momento é apenas mais um que vai ser imolado. Qual o preço disto para o PSD? Fazer esquecer Carmona com outro "independente" que garantias dá a Lisboa? Será muito difícil, para não dizer impossível, António Costa não ganhar Lisboa. E depois? Um bom resultado eleitoral em Lisboa dará ao PS uma nova motivação, constituirá um impulso para uma boa presidência da União Europeia e um novo estímulo para avançar com algumas reformas, preparando as próximas campanhas. Os resultados divulgados esta semana pelo INE, relativamente ao 1º trimestre de 2007, demonstram que Portugal deixou de divergir em relação à média europeia e que já está a crescer acima da média. Este era um dos cavalos de batalha do economista Frasquilho e da actual direcção do PSD para justificar a necessidade de uma baixa de impostos. Neste momento, depois de conhecidos esses dados, deixa de fazer sentido o argumento utilizado. Estando a crescer acima da média, basta continuar como até aqui. O efeito multiplicador e a propaganda farão o resto.

Com este pano pano de fundo será impossível Marques Mendes aguentar o balanço. Depois de aqui há uns meses Cavaco matar o Dantas ao dizer que o Governo estava a governar bem e que o Presidente da República estava em consonância com o primeiro-ministro, temos agora a confirmação de que ressuscitar um cadáver não é tarefa fácil. Em política ainda é mais. Para o Dantas nem sequer em sonhos. O Dantas não acerta uma!

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