segunda-feira, maio 21, 2007

INDESCRITÍVEL


A cena de cumprimentos entre António Costa e os seus ex-secretários de Estado no dia da tomada de posse de Rui Pereira como novo ministro da Administração Interna foi algo de absolutamente indescritível. Eu já tinha percebido que o secretário de Estado Ascenso Simões era um típico carreirista do partido, que fizera toda a sua ascensão à sombra da interioridade partidária e de meia dúzia de contactos com os meios de Lisboa. Sempre disponível para servir, sempre disponível para subir. Já antes, quando tomara posse como secretário de Estado, fizera uns comentários pouco propositados, umas declarações infelizes, mas que dizem bem do espírito de quem os proferiu. Agora, a sua iniciativa de promover aquele abraço colectivo entre secretários de Estado e ministro cessante diante das câmaras de televisão, é de facto um monumento televisivo que o Gato Fedorento em boa hora repescou no seu episódio de ontem. Não tenho nada contra aqueles que saindo das berças estudam, trabalham e conseguem impôr-se profissionalmente, seja na sua própria terra ou fora de portas, na "capital". Mas não suporto o carreirismo, o servilismo primário e a bajulice. E naquele abraço despropositado, naquela cena digna de comédia italiana dos anos cinquenta, o que eu vi foi isso mesmo, o que não queria ter visto. E também vi muita bacoquice. Para esta também deveria haver um limite. Em especial quando se exercem cargos públicos.

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