O jornal Tribuna de Macau (JTM) revela hoje, a propósito da detenção na passada semana do ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas do executivo da RAEM, que "Pequim tem sido sempre uma sombra muito presente sobre o processo de Ao Man Long". Acrescenta o referido jornal que "a dúvida prende-se com a própria extensão do envolvimento do Governo Central no início do processo" e que o matutino “South China Morning Post”, de Hong Kong, "escrevia, na semana passada, que a Comissão Independente contra a Corrupção de Hong Kong (ICAC na sigla inglesa), ao deparar-se com alegados movimentos financeiros suspeitos, colocou Pequim ao corrente do caso". De acordo com o referido jornal, "teriam sido as autoridades do Governo Central que pressionaram o Executivo de Macau para que fosse levada a cabo a detenção de Ao Man Long". A notícia não pôde ainda ser confirmada pelo JTM, mas não deixa de suscitar preocupação.
A ser verdade, isso significaria uma intromissão grave de Pequim na vida política, judicial e administrativa de Macau, enquanto Região Administrativa Especial da RP da China. E, nesse caso, o Governo Português teria que tomar uma posição. Tal intromissão representaria uma clara e flagrante violação da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre o Futuro de Macau, assinada em 1987, pelo hoje presidente, então primeiro-ministro, Cavaco Silva. Mais um caso a seguir com muita atenção, não vá o diabo tecê-las.
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