domingo, dezembro 31, 2006

O PREÇO DE VIVER EM FARO E NÃO SER CAPAZ DE ESTAR CALADO!



Idálio Revez, jornalista do Público, revela na edição de hoje, que numa das duas cidades que cobra os preços mais altos de água, esgotos e lixo de todo o Algarve (a outra é Tavira), “os preços da água, do saneamento básico e da recolha de resíduos sólidos vão aumentar significativamente em Faro, mas ainda não se sabe quanto”. Esclarece o referido jornalista que “o aumento depende de uma auditoria que está a ser feita à empresa municipal Fagar”, empresa que foi constituída em Setembro de 2005 pelo município de Faro, com 51%, e por capitais privados. O vereador Augusto Miranda, número dois do município, profissional aplicado e uma excelente pessoa, esclareceu que o aumento dos preços encontra justificação no financiamento de novos investimentos e na incorrecta avaliação resultante das transformações verificadas no sector com a entrada no negócio das “Águas do Algarve”. Até pode ser que seja mesmo assim.

Mas numa cidade que é, seguramente, uma das mais caras e porcas do país, com ruas pejadas de dejectos caninos, a começar pela porta do meu escritório e da minha casa, em que os contentores de lixo, velhos e imundos, têm as tampas sistematicamente abertas, em que muita gente larga o lixo ao lado do recipiente adequado, onde não existe uma política de cidadania que aplique multas a quem suje os passeios, urine indiscrimindamente pelas ruas, deixe comida para os gatos na soleira da porta ou atire o lixo para qualquer lado, em que ainda por cima já há quem tenha dificuldade – por razões económicas e de feitio – em tomar um banho higiénico, o aumento de preço que se irá verificar só pode ter um sentido: acentuar o mau cheiro e imputar esse mau cheiro à ria.

Depois do Estádio Algarve, do arrastamento da obra do Mercado de Faro, sabendo-se do estado de degradação da cidade, dos buracos e remendos que aparecem a toda a hora no alcatrão da cidade e da passsadeira vermelha dos dez mil euros, suja, esburacada e remendada com fita isoladora, por toda a zona pedonal, há quem chame a isto incompetência. Outros há, como um amigo meu, por natureza inconveniente e que diz as verdades quando não deve, que me sopra ao ouvido ser este o caminho para a regionalização. Eu chamo-lhe apenas tristeza.
P.S. Será que o Apolinário e o vereador Miranda não podem fazer mais nada do que conformarem-se com este estado de coisas? Já bastou o Vitorino!

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