terça-feira, dezembro 12, 2006

MADRID ME MATA (1)


Voltar a Madrid é sempre uma festa. Há sempre qualquer coisa de novo, de diferente, de único. Na Gran Via 11 abriu um hotel. Até aí nada de especial. Esse hotel tem um restaurante. Quase todos o têm. O que foge à regra é ser um hotel com livros, que logo à entrada do elevador tem uma citação de Júlio Cortazar. E de ter um restaurante com livros que é um verdadeiro deleite para os sentidos. Ao lado do guardanapo um cartão simpático com um curto conto de Natal, alusão à época, de Ray Bradbury. Depois, a decoração é toda ela em tons de laca preta e vermelha, vidros, aço, luzes discretas, mesas negras, design irrepreensível, com um bar simpático, gente bonita, confecção e apresentação exemplares, pessoal atencioso, vinhos de altíssimo gabarito, uma música agradável e o preço…uma agradável surpresa. Para quem gosta de fazer vida de sibarita, nem que seja por apenas um dia, vale a pena ir ao hotel e restaurante “De las Letras” ou, como é mais conhecido “DL’s”.
Aliás, em que outro sitio do mundo me poderiam dar um cartão com o nome do restaurante e uma citação extraída dos Ensaios de Montaigne? Para que não nos esqueçamos que esta vida (e espero que também a outra) está repleta de livros aos quais nem sempre damos a devida atenção. “DL’s” definitivamente.

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