terça-feira, novembro 14, 2006

SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS


Mesmo que não tivesse servido para mais nada, o congresso do PS, que terminou no passado domingo, sempre teria servido para separar as águas e clarificar a posição da direcção socialista, em matéria de aborto, face ao referendo que se avizinha.

Dizendo José Sócrates que o resultado do referendo é para respeitar, vença o sim ou vença o não, aos portugueses interessados na questão só lhes resta uma solução: participar na consulta.

E essa participação será importante por três razões:

1. Para se perceber até que ponto essa questão e a forma de resolução proposta pela maioria PS para o problema são sentidos como verdadeiramente importantes, ou não, pelos portugueses. Neste caso será possível extrair conclusões se a participação for elevada e o Sim vencer.

2. Para se verificar se o PS cometeu, ou não, um erro político ao admitir uma nova consulta referendária em vez de resolver o problema na Assembleia da República. Conclusão que será possível extrair se a participação for inferior a 50% e o Não voltar a vencer.

3. Para se poder avaliar se o referendo, enquanto instrumento de participação democrática, é suficientemente mobilizador e continua a ter virtualidades, ou se se tornou num mero pró-forma sem qualquer significado para a generalidade dos eleitores. O que só poderá ser devidamente avaliado se a participação for elevada qualquer que seja o resultado.

Agora é aguardar os desenvolvimentos que se avizinham.

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