O homem que está na fotografia ao lado é Nicolas Sarkozy, o ministro do Interior da França. Mas não devia ser. A pátria de Rimbaud, Verlaine e Baudelaire merecia outro cavalheiro a exercer essas funções.
O senhor Sarkozy tem tiques autoritários profundamente enraizados, o que até nem é caso único, e desconfia de todos os que não são brancos, bonitos e de direita.
Agora resolveu proibir os franceses que professam a religião muçulmana de trabalharem nos aeroportos, em locais que ele considera de elevado risco e sujeitos a medidas de segurança anti-terrorista.
Para o senhor Sarkozy o islamismo é incompatível com o Estado de Direito, com a democracia e com as liberdades cívicas, ainda que os fiéis possam ser gente séria, simples e trabalhadora.
O senhor Sarkozy, que até descende de estrangeiros emigrados em França, considera-se um guardião das liberdades, mas já por diversas vezes demonstrou ser incapaz de manter a ordem pública em diversas cidades e bairros franceses.
Pela sua última decisão revelou não ser capaz de conciliar o direito ao trabalho de uns quantos desgraçados com as necessidades de segurança do Estado francês e de todos os cidadãos que utilizam os aeroportos internacionais franceses. E como é um incompetente e um pusilânime resolveu humilhar publicamente os desgraçados. Sem provas, sem suspeitas, apenas com base nas suas convicções e num pretenso delito de fé. Os carrascos de Dreyfus não fariam melhor.
Como se tudo isso não fosse já suficente para o tornar uma companhia pouco recomendável, o senhor Sarkozy anda apostado em ser candidato nas próximas eleições presidenciais. Um homem como o senhor Sarkozy não devia exercer qualquer cargo público. Mas já que quer ser presidente de França, então que vá a votos. Espero vê-lo derrotado pela classe e pelo charme de Ségolène Royal. Para um tipo como Nicolas Sarkozy não deve haver pior humilhação do que ser derrotado por uma mulher. O homem é a vergonha de França e o símbolo de tudo o que essa bela e civilizada nação tem de mau. Como europeu e amante da língua e da cultura francesas, eu tenho vergonha de Sarkozy. E temo pelo futuro da França.
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